Terceiro tempo: a luta pela Champions League continua!

Nenhuma semana é tranquila para o Chelsea. Essa última não foi diferente. Entre jogos de Liga Europa, Premier League, brigas na justiça com a FIFA e até comemoração de aniversário, o time azul de Londres precisa focar em um objetivo maior para o fim da temporada: a vaga na UEFA Champions League.

No campo, o time apresenta algumas novidades positivas. Fora dele, fica difícil saber se existe alguma paz. Vai ser em cima disso que iremos conversar no terceiro tempo dessa semana.

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Primeiro tempo: Vitória na Europa League

Hudson-Odoi e Loftus-Cheek entraram e foram decisivos [Foto: Reuters]

Há quem diga que o caminho da Europa League é, no momento, o mais fácil para o Chelsea chegar na Champions do ano que vem. “Pode não ser o mais fácil, mas pelo menos rende um troféu na temporada” – alguns podem dizer.

De fato, seria interessante, principalmente para o treinador Maurizio Sarri, vencer uma competição em seu primeiro ano no clube, e de quebra, ainda faturar a vaga.

Porém, um torneio de mata-mata e que conta com algumas equipes fortes da Europa, não é nenhuma moleza. O Chelsea pode enfrentar times como Inter, Arsenal, Napoli ou Sevilla, e em apenas uma infelicidade, o título pode ficar pelo caminho.

A verdade é que o caminho vai encurtando. Na última quinta-feira (7), o Chelsea recebeu o Dínamo de Kiev, e venceu com autoridade: 3×0 e um pé nas quartas.

O time entrou em campo poupando algumas das peças principais, como Kanté e Hazard. Mesmo assim, jogou muito bem, sufocando o adversário (que era bem limitado), e criando muitas oportunidades. Os gols foram marcados por Pedro, Willian e Hudson-Odoi. O último, ainda contou com assistência de Ruben Loftus-Cheek, fazendo o torcedor Blue sonhar com um futuro no qual esses jogadores, criados na base, sejam peças chave do clube.

Segundo tempo: Um presente de aniversário amargo

Hazard marcou o gol de empate do Chelsea [Foto: Reuters]

Enfrentar o Wolverhampton tem sido uma tarefa complicada para os clubes do Big Six. Em 8 jogos disputados, o time havia vencido 2, empatado 3 e perdido apenas 3. É um excelente desempenho para uma equipe que acabou de conseguir o acesso. Inclusive, no jogo do turno, o Chelsea foi uma vítima, 2×1 no Molineux Stadium.

Porém, o torcedor esperava muito conquistar os 3 pontos. A partida era em casa, o Tottenham havia perdido para o Southampton, e o Arsenal enfrentaria o Manchester United logo após a partida dos Blues. Além disso, o jogo acontecia no dia 10/03, o Chelsea comemorava seu aniversário de 114 anos.

Considerando que o Arsenal venceu o United por 2×0, uma vitória teria colocado o Chelsea em 5º lugar, com 59 pontos, 1 atrás dos Gunners (4º colocado) e a 2 do Tottenham (3º colocado). Isso tudo, sendo que o Chelsea ainda tem um jogo a menos, seria a chance de se colocar em vantagem na luta pela vaga.

Drogba, aniversariante do dia 11/03, assistiu à partida do Chelsea, aniversariante do dia 10/03 [Foto: Reprodução]

Deixando a matemática de lado e voltando para a realidade, o jogo terminou 1×1, e o Chelsea está em 6º lugar com 57 pontos – ainda com um jogo a menos. O caminho da Premier League é tão difícil quanto a Europa League, é muito difícil escolher uma delas para priorizar, pois as duas são bem incertas.

De positivo, fica a mudança de Sarri. Se antes, ele era criticado por fazer as mesmas mudanças e manter o esquema de jogo (mesmo quando estava perdendo), dessa vez ele fez uma mudança tática importantíssima, que foi fundamental para que o Chelsea buscasse o empate.

Após sofrer o gol e não conseguir reagir, Sarri tirou Jorginho e colocou Willian, mudando o esquema tático para um 4-2-3-1, com Hazard jogando mais centralizado. E foi do belga o gol do empate, recebendo passe de Willain.

Isso mostra que o treinador não vai morrer abraçado com seu esquema, ele acredita demais no 4-3-3, mas pode adaptar seu time dependendo das circunstâncias do jogo – algo parecido com o que foi visto na final da Carabao Cup contra o Manchester City, há pouco mais de 2 semanas.

Acréscimos: A nebulosa pós-temporada

Ainda estamos no início de março, mas grande parte dos torcedores já se demonstram preocupados com o que será do Chelsea na próxima temporada, e eles tem razão.

Para começar, a FIFA rejeitou o recurso de congelar a punição sofrida pelo Chelsea, na qual o clube ficaria sem poder contratar por duas janelas. Dessa forma, os Blues seguem sem poder fazer contratações até Junho de 2020.

Ainda existe a última esperança nesse caso, o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), que deve ser o próximo local no qual o Chelsea deve recorrer.

Além do problema de saber se pode ou não contratar, o Chelsea ainda precisa resolver a situação contratual de dois jogadores importantes. A novela da renovação de Eden Hazard se encaminha para terminar de forma negativa para os Blues, e essa teoria ganhou força agora que Zinedine Zidane – um dos maiores ídolos do belga – voltou para o Real Madrid.

Atualmente, Hazard é o jogador mais efetivo do elenco, são 16 gols e 11 assistências na temporada, na maioria dos jogos, é a chave para a equipe conseguir o resultado.

Além de Hazard, é necessário resolver a situação de seu possível sucessor. A promessa Callum Hudson-Odoi vem fazendo bons jogos na temporada, mas ainda há dúvidas sobre a permanência do jovem para as próximas temporadas. Odoi recebeu muitas propostas do Bayern na última janela e seu empresário pedia mais tempo de jogo para o atleta. Será necessária uma boa administração de treinador e diretoria nesse caso.

Hazard e Odoi devem sair ou permanecer no Chelsea? [Foto: Action Images via Reuters]

É necessário também se planejar para as duas situações. Caso a punição seja aplicada de fato, seria quase fundamental segurar Hazard, mas é sabido que o controle está nas mãos do belga, que sempre dá declarações demonstrando o interesse de se transferir para o Real Madrid.  Além disso, seu contrato acaba em junho de 2020, o que força o Chelsea a tomar uma decisão rapidamente. Há o risco de perder um atleta muito valioso de graça no futuro, e a diretoria que vem prezando por um balanço financeiro positivo, não deve aceitar esse tipo de situação.

Haveria vida sem Hazard e sem contratar? A pergunta é bem difícil, mas o clube não pode depender de um jogador só. Existem boas peças nesse elenco, e é papel do treinador fazer com que rendam ao máximo.

Além dos jogadores que estão no elenco atual, já conhecidos pela torcida, existem peças emprestadas, que podem aparecer em caso de necessidade, alguns bons exemplos são:

•Mason Mount (meio campo)
•Tammy Abraham (atacante)
•Michy Batshuayi (atacante)
•Kurt Zouma (zagueiro)
•Reece James (lateral)
•Kenedy (meia/ponta)

Pulisic chegará do Borussia Dortmund ao final da temporada e será uma boa opção para os lados do campo, na fase ofensiva. Portanto, haveria vida no Chelsea com uma possível punição, resta saber se o treinador conseguirá montar um time competitivo com peças ainda questionáveis.

Category: Conteúdos Especiais

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Article by: Victor Rosa

Jornalista e viúvo de Eden Michael Hazard.