Pré-jogo: Tuchel explora possibilidades antes do confronto contra o Southampton

Após a vitória sobre o Leicester em Stamford Bridge no fim de semana, o Chelsea terá seu primeiro jogo de meio de semana na temporada contra o Southampton nesta terça-feira (30). Apesar de vitória, o Blues seguem em uma situação delicada em relação ao plantel: com N’Golo Kanté lesionado, Mateo Kovacic voltando de lesão e Conor Gallagher expulso, mais uma vez, o setor de meio campo tem problemas para a rodada.

Nesse sentido, Thomas Tuchel reconheceu na última entrevista coletiva antes do confronto que terá que pensar esquemas e táticas para contornar as dificuldades que se apresentam. Ainda mais pensando em se consolidar na parte de cima da tabela nesse início de campeonato.

Reconhecendo o trabalho do adversário

Apesar do último encontro entre as equipes ter terminado em 6-0 para os Blues, Tuchel reforçou a qualidade da equipe dos Saints que, depois da derrota para o Tottenham na primeira rodada, melhorou em relação ao seu desempenho dentro de campo:

Tive a oportunidade de assistir o jogo do Southampton [contra o Manchester United] ao vivo e eu vi um time muito forte. Eles conseguiram uma boa virada em Leicester para vencer o jogo e você pode ver que eles ganharam confiança com o resultado. Eles sofreram um gol, mas tiveram muitos toques na área e  muitas finalizações contra o United e foram muito móveis no ataque“.

“O que se pode esperar do Southampton é um jogo físico, um jogo corrido, de muita intensidade. É o que é. Precisamos nos recuperar bem e estar bem preparados para repetir o que fizemos na última temporada”, concluiu o treinador do Chelsea.

Janela no fim: a profundidade do elenco para a primeira metade da temporada

Novamente, o mercado de transferências foi assunto para o treinador alemão comentar. Nas últimas semanas, Tuchel demonstrou que gostaria de mais alguns reforços. Logo, enquanto alguns dos desejos do treinador estão próximos de serem confirmados, outros ficam mais distantes de Cobham.

Enfim, a três dias do fim da janela, o treinador do Chelsea reforçou que ainda vê necessidades a serem tocadas no plantel, mas que, independentemente, estará satisfeito com o elenco que estiver a sua disposição a partir do dia 1º de setembro:

Agora, eu acho que precisamos de mais jogadores em algumas posições, mas está muito próximo do fim da janela e, quando o dia primeiro de setembro chegar, eu serei um treinador feliz independente do que acontecer. Eu tentarei achar soluções e não pensar sobre o que poderia ter acontecido ou o que poderia ser“.

“Tudo é uma questão de realidade e, naquele momento [jogo contra o Leicester], o que importava era achar uma maneira de vencer. E a mesma coisa valerá para a partida contra o Southampton, construir individualmente e, da minha parte, fortalecer o coletivo. Isso é o que buscaremos, não importa se haverá reforços até lá ou não“, concluiu o treinador.

A dor de cabeça no meio campo continua

Se, antes, a profundidade no setor era reduzida, com um lesionado, um suspenso e outro em processo de recuperação, Tuchel tem ainda menos nomes para escalar no meio campo esta rodada. Em suma, as opções são Jorginho, Carney Chukwuemeka e Ruben Loftus-Cheek, que vem sendo mais utilizado como ala pelo lado direito.

Kovacic atuou seus primeiros minutos na temporada na última rodada (Reprodução: Mohxmmad/Twitter)

Sem dúvidas, com todos os meio campistas com plenas condições de jogo, o Chelsea teria um dos conjuntos de meias mais fortes da Premier League. No entanto, com as dificuldades que se apresentam nesse início de temporada, o setor se torna uma das grandes fragilidades da equipe:

“É uma situação estranha e uma situação que não gostamos. Eu não sei porque estamos nessa situação, na verdade. É assim e temos algo para pensar [em relação à seleção da equipe], ou talvez porque não seja tão óbvio saber com quem poderemos contar”, disse o alemão.

As incertezas dos últimos dias

Ao tratar do meio de campo, portanto, Tuchel deixou em aberto, também, a possibilidade de alguns jogadores estarem de saída do clube. Nesta segunda-feira, por exemplo, o Chelsea confirmou que chegou a um acordo com Ross Barkley para o jogador deixar o clube e se tornar agente livre. Além do meia, a expectativa é que outros jogadores como Michy Batshuayi e Kenedy tenham destinos similares.

Por outro lado, jogadores como Callum Hudson-Odoi e Hakim Ziyech atraem interesse de outros clubes e podem deixar os Blues, seja por empréstimo ou em um negócio definitivo. O treinador entende essas situações, afinal, é ano de Copa do Mundo e, em relação aos mais jovens, existe um plano para alavancar seu desenvolvimento. Porém, ao mesmo tempo, o alemão relembra a necessidade de comprometimento de todos enquanto ainda vestirem a camisa do Chelsea:

No momento, temos que aceitar a situação. Mas a partir do dia primeiro, não terá mais desculpa nem distrações. Eu estou muito, muito feliz quando a janela de transferências acabar porque teremos uma influência maior para pressionar os jogadores. O comprometimento tem que ser 100%, não aceitaremos 99%. A realidade é que as vezes, nos últimos dias da janela, você tem que aceitar o que acontecer, não importa o que você deseja. Essa é a realidade“.

Falando de tática: o que esperar do Southampton

Até aqui na temporada, os Saints fizeram cinco partidas. Além das quatro partidas na Premier League, acumulando duas derrotas, um empate e uma vitória, o time do sul da Inglaterra venceu o Cambridge United por 3-0 na segunda rodada da copa da liga. Mais ainda, a equipe de Ralph Hasenhüttl tem dois destaques importantes nessas primeiras cinco partidas, que já ocupavam o centro do esquema na última temporada, o meia James Ward-Prowse e o atacante Che Adams.

Ao mesmo tempo, jovens nomes que chegaram nesta janela chamam atenção, sobretudo para o futuro do clube. O goleiro Gazin Bazunu e o zagueiro Armel Bella-Kotchap já assumiram a titularidade no time dos Saints. Por outro lado, Joe Aribo e Sekou Mara chegaram para fortalecer o lado ofensivo do time. Nesse sentido, o elenco do Southampton se rejuvenesceu e está sob o comando de um treinador que há cinco anos consolida seu trabalho no clube.

Vale ressaltar, também, a permanência de nomes mais experientes como Stuart Armstrong, Jan Bednarek e Oriol Romero, equilibrando com a juventude que chega para agregar ao elenco.

Testes nas primeiras semanas

Para a rodada de abertura da Premier League, Hasenhüttl escalou o time em um 5-3-2 para enfrentar o Tottenham. Na semana seguinte, montou o time no 3-4-2-1 para enfrentar o Leeds. Enfim, contra o Leicester, na terceira rodada, escalou o time no esquema de 4-2-3-1 que vem sendo utilizado desde então. Com a formação atual, foram duas vitórias e uma derrota sendo apenas dois gols sofridos e uma clara melhora na performance.

Mesmo tendo menor posse de bola na maioria dos jogos até aqui, os Saints ainda conseguem um bom número de finalizações, tendo uma média de 13.6 por partida. Inclusive, contra o Manchester United no St Mary’s no último sábado, o Southampton finalizou 17 vezes (seis finalizações a mais que o time do norte) e conseguiu equilibrar-se aos adversários na posse de bola, apesar de ter sido um pouco menor, 48% x 52%. Em suma, o que se percebe é que os Saints conseguem levar perigo aos adversários, porém, por conta da baixa efetividade das finalizações, ele não é tão eficaz.

Vale ressaltar, também, que muito desse perigo se dá em bolas paradas, que tem como nome principal Ward-Prowse, seja em cobranças de falta ou escanteios. E pelo certo volume de finalizações, o Southampton consegue boas oportunidades de bola parada em seus jogos.

Sem a bola, o time se organiza em um 4-3-3 para se defender. No entanto, por vezes, deixa muitos espaços aos adversários, sobretudo pelas laterais. Então, se por um lado, os Saints conseguem chegar bem, por outro, permitem que o adversário chegue um número considerável de vezes, gerando oportunidades de gols – que tem sido aproveitadas com certa frequência (o time só não sofreu gols no jogo da copa da liga até aqui).

Chaves para o Chelsea

Acima de tudo os comandados de Thomas Tuchel devem ter muita atenção nas bolas aéreas, sobretudo nos escanteios. A não ser que o Chelsea consiga neutralizar muito bem os Saints, como fizeram em abril, a equipe do sul da Inglaterra deve seguir mantendo a tendência de chegar com perigo na área adversária; Assim, podendo gerar situações de escanteio que podem acabar em gols.

Além disso, Ward-Prowse tem que ser um alvo constante da marcação. Muito do jogo da equipe de Hasenhüttl passa pelos pés do camisa 8. Apesar de não ser um goleador nato, ele participa de muitas jogadas ao distribuir a bola para os companheiros de frente. Ainda mais com um meio campo do Chelsea bastante desfalcado, a atenção nesse sentido tem que ser dobrada para não acabar sendo surpreendido negativamente.

Por fim, em relação ao ataque, a utilização das faixas laterais pelos Blues podem vir a ser, mais uma vez, uma ótima arma para infiltrar na defesa dos Saints. Porém, é importante também observar os espaços na faixa central, uma vez que o time do litoral inglês, por vezes, sobe suas linhas de marcação. Com isso, espaços aparecem assim como se torna possível explorar as costas da defesa.

Premier League
5ª rodada

Southampton x Chelsea
St. Mary’s Stadium
30 de agosto – 15h45 (horário de Brasília)
Transmissão: ESPN4 e Star+

Category: Conteúdos Especiais

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Article by: Nathalia Tavares