Pela primeira vez na história do Chelsea Brasil trazemos o Guia da Temporada do Women. Em síntese, nesta segunda parte serão apresentadas as peças para o setor defensivo. Até o final da semana nossa equipe introduzirá o plantel do feminino e o que esperar da nova temporada.
Apesar de ser uma das principais equipes europeias, o Chelsea ainda tem um calcanhar de Aquiles e ele se chama Setor Defensivo. Não que o time de Emma Hayes sofra muitos gols, pelo contrário. Mas sim pelo fato de haver limitação numérica em determinados pontos da defesa.
A princípio, a lateral-esquerda é a dor de cabeça de Hayes. Tanto que houve uma rotação no setor. Ademais, quando há lesões, a treinadora vê-se limitada pela falta de peças. Nesse sentido, hoje falaremos dos nomes à disposição da comandante para 2021/2022.
As peças nas laterais
De pronto, falaremos das opções nas laterais direita e esquerda. Maren Mjelde, Jonna Andersson, Jess Carter, Niamh Charles. Essas são as quatro atletas para as pontas. Em suma, Mjelde que é a titular na direita não deve iniciar a temporada.
Isso porque a norueguesa se recupera de uma grave lesão sofrida na final da Continental Cup de 2020/2021. Na sua ausência, coube a Charles (que é meia direita) ser improvisada na lateral. E a inglesa foi bem.
Em síntese, Charles surpreendeu por ter se encaixado muito bem na lateral, tendo seu primeiro teste acontecendo na Champions League. Porém, Charles ainda rodou pelo meio e na outra lateral. E conforme a escalação do último amistoso, deve iniciar a temporada assumindo a vaga na direita.
Já na esquerda há Andersson, que começou a última temporada como titular. Contudo, a sueca não é unanimidade entre a torcida blue. Jonna apoia bem no ataque. Porém, peca na marcação e por vezes deixa espaços na zaga, a exemplo do gol sofrido na partida de ida da Champions contra o Bayern de Munique, na semifinal.
Outra opção que Emma tem no elenco é Carter, que variou de zagueira para lateral. E assim como Charles, atuou nas duas laterais. Jess surpreendeu por fazer partidas sólidas defensivamente, na esquerda e direita, no mata-mata da Champions League.
Em conclusão, há ainda a jovem Jorja Fox que completou 18 anos no final de agosto e assinou seu primeiro contrato profissional. Cria do Chelsea, Jorja estreou na equipe profissional na temporada passada e figurou na equipe principal durante toda essa pré-temporada, tendo se destacado na lateral. Resta saber como Emma fará uso do seu talento.
Quem começa, quem vai pro banco?
No papel, Mjelde e Andersson são as titulares de Emma, pois são as mais experientes e com rodagem por suas respectivas seleções. Entretanto, 21/22 tem um contexto distinto: uma vem de lesão e a outra, das Olimpíadas. Em síntese, Carter aparece com vantagem na direita, já que disputou a pré-temporada desde o início.
E quanto a Charles, sua boa adaptação e desempenho a credenciam para atuar na posição. Nesse sentido, a inglesa, mesmo que convocada para as Olimpíadas de Tóquio não atuou, podendo estar mais descansada fisicamente para jogar no início da temporada no lugar de Andersson, na esquerda.
Foi justamente isso que aconteceu na última partida da pré-temporada: Carter foi titular na direita e Charles, na esquerda. Porém, a nova temporada será longa, especialmente na Champions League. Ou seja, é esperada uma maior rotatividade no elenco. Em síntese, todo mundo deve jogar. E preocupa o fato de o clube ter uma limitação de peças no setor.
Isso porque, caso uma titular se machuque e outra seja suspensa, só há uma opção imediata por setor. E tudo pode acontecer (alguém pegar covid, ser suspensa, ter uma lesão, imprevistos familiares etc). O ideal era o Chelsea ter mais uma opção, especialmente na lateral-esquerda. Já que apenas Andersson é atleta de ofício.
O miolo da zaga
Pilar do time de Hayes, a zaga é sólida e sofre poucos gols. Especialmente quando a dupla titular atua. Magdalena Eriksson e Millie Bright são experientes, atuam por suas seleções e são, respectivamente, capitã e vice.
Não por menos, quando atuam juntas, o time sente mais segurança. Assim sendo, para 21/22, o Chelsea ganha mais uma defensora de ofício. Trata-se da holandesa Aniek Nouwen, que chega do PSV.
A jovem é titular na Seleção Holandesa e chega para somar. Porém, novamente observa-se uma limitação no setor. São apenas três marcadoras. Nesse sentido, se uma se machuca, Emma já ganha uma dor de cabeça para o duelo seguinte.
Falta ao menos uma opção, para que haja uma rotatividade mais tranquila. Vale lembrar que na temporada passada, Mjelde (lateral-direita) e Sophie Ingle (volante) chegaram a atuar improvisadas na zaga. Ademais, ambas exercem essas funções nas suas seleções, então estão familiarizadas com a marcação. Mas, de fato, comprova-se uma inferioridade numérica no plantel de Hayes.
Manutenção da dupla titular
Nouwen está chegando a Londres. Assim sendo, é esperado que ela deva esquentar o banco. Ou seja, a dupla titular se manterá com Eriksson na esquerda e Bright na direita da zaga. Emma confia no seu plantel e se há atletas com “moral” com a treinadora são as zagueiras.
O que esperar do setor?
Em conclusão, a temporada 21/22 será histórica para o futebol feminino na Inglaterra por diversos motivos. Isso joga uma responsabilidade ao Chelsea, que é o atual campeão da FA Women’s Super League. Ou seja, além do Inglês, o clube está na briga da FA Cup (20/21 que termina neste ano), Continental Cup e Champions League.
Nesse sentido, serão muitos jogos. E uma temporada longa requer um elenco com peças à disposição. Ano passado Emma bem disse que, à medida que o Chelsea avançar em competições como a Champions, seria difícil brigar pela Super League, por exemplo.
Ademais, em recente entrevista, Hayes ratificou: não veremos caras novas na temporada. Mas, como o grupo mostrou, é possível dominar a liga doméstica e chegar à final da Champions. E o sucesso do trabalho de Hayes passa pela defesa. Por fim, se há uma limitação de cartas no baralho, sobra qualidade e versatilidade no plantel. E cada um vai à guerra com as armas que têm.