Lendo o Jogo: Palace 0×1 Chelsea – um resultado que coroa a excelente fase de Ziyech

Agora campeão do mundo, o Chelsea voltou a entrar em campo por um jogo de Premier League após um mês, e saiu com a vitória. Em partida com pouco brilho, tudo se encaminhava para o zero a zero, até Hakim Ziyech marcar aos 44 minutos do segundo tempo e garantir mais três pontos para os Blues. Sem mais delongas, para entender como foi o duelo em Selhurst Park, é hora de ler o jogo.

(Reprodução: Sky Sports)

Incertezas na escalação

Sem Conor Gallagher, seu grande destaque na temporada, que pertence ao Chelsea e não pode enfrentar os Blues por questão contratual, o Palace veio com James McArthur como substituto no meio-campo.

Na linha defensiva, Marc Guéhi, revelado em Cobham e adquirido em definitivo pelos Eagles, formou a dupla de zaga com Joachim Andersen. No ataque, formado sem uma referência, já que Christian Benteke ficou no banco de reservas, Wilfried Zaha foi o homem mais avançado, com liberdade de movimentação. No 4-2-3-1 dos donos da casa, Jordan Ayew e Jeffrey Schlupp eram os meias abertos, com Michael Olise por dentro.

(Reprodução: Crystal Palace FC)

Já o Chelsea não pôde contar com César Azpilicueta, Mason Mount e Callum Hudson-Odoi, todos lesionados.

Com quatro zagueiros na escalação titular – Malang Sarr, Andreas Christensen, Thiago Silva e Antonio Rüdiger – pairava a dúvida a respeito de qual seria a formação tática. No meio, N’Golo Kanté e Jorginho foram os titulares e, fechando o onze inicial, Christian Pulisic, Hakim Ziyech, Romelu Lukaku e Kai Havertz.

(Reprodução: Chelsea FC)

Linha de quatro e domínio

Logo de cara, já foi possível perceber: o sistema seria com linha de quatro, em um 4-3-3. Christensen e Sarr eram os laterais, com uma trinca de meio que tinha Jorginho fazendo a sustentação por dentro e Pulisic e Kanté pelos lados.

(Reprodução: ShareMyTatics)

Nesse sistema, Kanté tinha liberdade para subir ao ataque, o que tornava o setor direito mais influente, graças às associações entre ele e Ziyech.

Mas quem começou ameaçando foi o Palace, com Olise, logo no sexto minuto, que encarou Rüdiger dentro da área e bateu com perigo, à direita de Mendy. Dois minutos depois foi a vez do Chelsea chegar, justamente com a dupla Ziyech e Kanté combinando pela direita, até o marroquino cruzar para Pulisic, que definiu no susto e desperdiçou a oportunidade.

Aos poucos os Blues iam tomando conta da posse, já que os donos da casa apostavam em baixar as linhas e contragolpear. Assim, sobrava espaço para Rüdiger, que, aos 10, arriscou chute de fora e obrigou Vicente Guaita a fazer grande defesa. Com o decorrer do jogo, ficou nítido que a participação ofensiva do zagueiro foi muito além de uma finalização. Isso porque, com a liberdade que tinha, Rüdiger explorava lançamentos a todo momento, principalmente para Ziyech.

Aos 20, o Chelsea teve sua melhor chance na primeira etapa, quando Sarr carregou com liberdade para dentro e encontrou Kanté livre. Então, o francês ficou cara a cara com Guaita, mas bateu em cima do goleiro espanhol.

Com meia hora de jogo, a posse de bola era de 65% a favor dos Blues, que, entretanto, enfrentavam dificuldades para criar e ainda sofriam nos contragolpes. Com Zaha e Olise caindo muito mais pela esquerda do ataque, os Eagles levavam perigo pelo setor. E foi assim que, já aos 45, Olise encontrou Zaha sozinho, nas costas de Christensen, e o marfinense saiu cara a cara, mas bateu para fora.

(Reprodução: Reuters)

Queda no ritmo, mas gol no fim

O Palace voltou para o segundo tempo com mudança no gol: Guaita sentiu e deu lugar a Jack Butland.

Em campo, os donos da casa iniciaram a segunda etapa subindo a marcação, o que gerou dificuldades aos Blues. Assim, logo aos oito minutos, Havertz errou passe na saída e entregou no pé de Schlupp, que conduziu e bateu sobre o gol de Mendy.

Aos poucos a equipe de Tuchel foi retomando o controle da posse. Mas, com o Palace confortável defensivamente, o jogo perdeu intensidade. Errático, Jorginho sofria com a falta de espaços por dentro e, pelos lados, o Chelsea pouco produzia, já que tinha dois zagueiros atuando como laterais.

(Reprodução: Getty Images)

Então, já nos 20 minutos finais, Tuchel decidiu fazer três mudanças de uma só vez nos Blues: saíram Sarr, Jorginho e Kanté, para as entradas de Marcos Alonso, Mateo Kovacic e Ruben Loftus-Cheek. Com dois meio-campistas mais agressivos na zona de ataque e um lateral de ofício, as trocas surtiram efeito imediato no desempenho da equipe, que passou a levar bastante perigo.

No minuto seguinte às trocas, Ziyech balançou a rede, no que seria um prelúdio do que ainda estava por vir. Kovacic, em sua primeira participação, deu grande passe para Lukaku, que chutou forte, Butland deu rebote e o marroquino completou para o gol vazio. Entretanto, o VAR acusou impedimento do camisa 9 e o gol foi anulado.

Todavia, com Kovacic bastante influente nas ações, os Blues seguiam crescendo na partida. Aos 36, Christensen cruzou para Havertz, que cabeceou sobre o gol. E quando o relógio já marcava 43 minutos, Alonso cruzou para Ziyech, o marroquino pegou de primeira e superou Butland, dessa vez para valer.

(Reprodução: Chelsea FC)

Destaques individuais

Em um jogo com poucos destaques, Havertz foi um dos poucos jogadores lúcidos do meio para frente. Principalmente no segundo tempo, o alemão produziu boas jogadas ofensivas, muitas delas na base da individualidade.

Mas aquele que vem sendo o melhor jogador do time em 2022 e mais uma vez foi decisivo foi Hakim Ziyech. Bastante participativo ofensivamente, o marroquino foi coroado com o gol no fim. É, sem dúvidas, quem mais tem evoluído com a camisa do Chelsea nas últimas semanas.

(Reprodução: Chelsea FC)

Em suma, o Chelsea teve outra exibição que não encheu os olhos, mas conseguiu somar três pontos importantes para se manter seguro na terceira posição da Premier League. Tranquilidade importante, também, para voltar o foco à Champions, na qual os Blues enfrentam o Lille na próxima terça-feira.

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Article by: Marcelo Vilela