Lendo o Jogo: Manchester United 1×1 Chelsea – esbarrando nos velhos problemas

O Chelsea dominou o Manchester United em Old Trafford, mas saiu somente com um empate na bagagem. O resultado fez os Blues chegarem a 66 pontos, seis a mais que o quarto colocado Arsenal e oito a mais que o quinto colocado Tottenham. 

Os comandados de Thomas Tuchel abusaram dos gols perdidos e, com isso, não conseguiram transformar o domínio em vitória. Enfim, para saber como foi a partida em Manchester, é hora de ler o jogo.

(Reprodução: Sky Sports)

Nada de surpresas

Os donos da casa vieram com uma primeira linha de quatro formada por Diogo Dalot e Alex Telles nas laterais, e Victor Lindelof e Raphaël Varane na zaga. 

No meio-campo, Nemanja Matic e Scott McTominay formavam a dupla mais recuada, com Bruno Fernandes a frente. Anthony Elanga e Marcus Rashford eram os jogadores abertos pelos lados, para tentar municiar Cristiano Ronaldo no comando de ataque.

(Reprodução: Manchester United FC/Twitter)

O Chelsea, por sua vez, veio com César Azpilicueta na zaga, formando trio ao lado de Thiago Silva e Antonio Rüdiger. De volta ao time, Reece James foi o ala pela direita, com Marcos Alonso pela esquerda e Jorginho e N’Golo Kanté por dentro. Na frente, Mason Mount, Kai Havertz e Timo Werner mais uma vez formaram o trio de ataque.

(Reprodução: Chelsea FC/Twitter)

Domínio absoluto

Com um United extremamente retraído, o Chelsea tomou as rédeas da partida desde os primeiros movimentos. As linhas baixas dos donos da casa cediam espaços para os Blues trabalharem a bola com tranquilidade no campo de ataque. 

Nesse sentido, o lado direito do ataque dos londrinos predominava. Com Mount caindo constantemente por ali e dobrando com James, o time de Manchester não conseguia encaixar a marcação e sofria.

(Reprodução: Chelsea FC)

Assim, os comandados de Tuchel rodavam a bola e sempre finalizavam as jogadas pela direita. Logo aos cinco minutos, James recebeu livre, arriscou de fora e obrigou De Gea a fazer boa defesa. No minuto seguinte, foi a vez de Werner obrigar o arqueiro dos Red Devils a trabalhar. 

Já aos 18, o Chelsea triangulou pela direita até Kanté ser acionado por dentro, na entrada da área. Totalmente livre, o francês bateu fraco e facilitou a defesa de De Gea.

Dessa forma, além das finalizações, a posse de bola era outro indicador do domínio. Ao longo de toda a primeira etapa, o índice permaneceu sempre acima dos 65% a favor dos Blues.

Havertz errático

Kanté, também pela direita, seguia participativo na dinâmica do ataque do Chelsea. Entretanto, aos 26, os papeis se inverteram, já que o United tentou atacar. Mas não tiveram sucesso. Logo, o Chelsea roubou a bola e partiu em velocidade. Foi aí que o camisa 7 novamente apareceu, conduzindo em velocidade e acionando rapidamente Havertz, que invadiu a área mas bateu para fora.

Menos de um minuto depois, o cenário se repetiu: Kanté deixou Havertz na cara do gol, mas o alemão novamente desperdiçou, dessa vez batendo em cima de De Gea.

(Reprodução: IMAGO)

De toda forma, os Blues seguiam encontrando muitos espaços pela direita. A movimentação de Mount, saindo da direita para dentro, arrastava Alex Telles e abria um enorme corredor para Reece James, que seguia sendo acionado a todo momento. Como aos 35 minutos, quando cruzou bola na medida para Havertz, que mais uma vez pecou na definição e cabeceou nas mãos de De Gea. Assim, o primeiro tempo se encerrou com o placar inalterado.

Cenário igual, mas com gols

A etapa complementar começou da mesma maneira, com o Chelsea atacando sempre com James pela direita. Aos sete, o camisa 24 e Mount combinaram. O camisa 19, então, cruzou rasante, mas Timo Werner chegou atrasado para completar.

(Reprodução: Getty Images)

Enfim, aos 14 minutos, não teve jeito. Azpilicueta conduziu até a intermediária de ataque, abriu para James e o ala dos Blues cruzou. Havertz raspou de cabeça e a bola sobrou limpa para Alonso na segunda trave, que bateu firme e estufou as redes do United.

(Reprodução: Chelsea FC)

Contudo, o Chelsea não conseguiu segurar a vantagem e tomou o empate logo na sequência. Kanté e Havertz se atrapalharam no meio-campo e a bola sobrou para Matic, que deu grande passe por elevação para Cristiano Ronaldo empatar o jogo.

(Reprodução: Manchester United FC)

Posteriormente, o ritmo do Chelsea caiu e, apesar de os espaços pela direita continuarem a aparecer, a equipe passou a criar muito menos. Sendo assim, aos 25 minutos, Christian Pulisic e Romelu Lukaku entraram nas vagas de Havertz e Werner, numa tentativa de dar sangue novo ao ataque.

Por outro lado, Ralf Rangnick também realizou duas trocas no United: Phil Jones e Juan Mata entraram nas vagas de Matic e Rashford. Com isso, os Red Devils passaram a atuar em um sistema com três zagueiros, o que reduziu os espaços do Chelsea no último terço.

A última e mais bela chance dos Blues veio logo na sequência, quando Kanté novamente roubou no campo de ataque e acionou Mount, que, de primeira, deu bela deixada de letra para James. Então, o camisa 24 chapou de pé esquerdo, colocado, mas a bola caprichosamente beijou a trave e não entrou.

Ainda houve tempo para Ruben Loftus-Cheek entrar na vaga de Kanté, mas nada que pudesse alterar a igualdade no placar.

(Reprodução: BBC)

Destaques individuais

Em uma partida com um roteiro tático tão claro, não haveria como os destaques não serem Mason Mount e, principalmente, Reece James. A dupla foi responsável pela maioria das chances criadas pelos Blues. A movimentação constante de Mount confundia o sistema defensivo do United e os espaços se abriam para James, que sempre levou perigo aos defensores dos Red Devils.

Toques, cruzamentos, roubadas de bola: James liderou boa parte das estatísticas da partida (Reprodução: GiveMeSport)

Em suma, o Chelsea fez uma boa partida, que deveria ter sido suficiente para a conquista da vitória. No entanto, como vem sendo recorrente na temporada, esbarrou na péssima definição das jogadas. Assim, o empate, embora possa ser interpretado como um resultado razoável em condições normais, deixa gosto amargo.

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Article by: Marcelo Vilela