Lendo o Jogo: Chelsea 7×0 Norwich – O autêntico massacre de um líder que voa cada vez mais alto

O que se espera de um confronto entre o líder e o lanterna de um campeonato? Goleada? O Chelsea, mais do que isso, foi avassalador contra o último colocado da Premier League. Um sonoro 7 a 0, que amplia ainda mais o saldo dos Blues na liderança da competição.

Mesmo sem Romelu Lukaku e Timo Werner, o ataque correspondeu e mostrou, novamente, a força do elenco. Com três gols de Mason Mount, os comandados de Thomas Tuchel consolidam um Chelsea que se mostra cada vez mais capaz de vencer e convencer.

Com vocês, o Lendo o Jogo! O novo espaço do Chelsea Brasil para dissecar tudo o que acontece nas partidas do Chelsea. Análise tática e os relatos da partida juntos em um só lugar. Para, hoje, te ajudar a entender melhor como a goleada diante do Norwich se desenvolveu em Stamford Bridge, venha ler o jogo com a gente.

(Reprodução: Sky Sports)

Sequência para os que se destacaram no meio de semana

De antemão, Tuchel repetiu o trio de ataque que havia dado certo contra o Malmö, após as lesões de Lukaku e Werner. Assim, Callum Hudson-Odoi e Kai Havertz se juntaram a Mason Mount na frente.

Além disso, mudanças ocorreram pelo lado direito. Trevoh Chalobah entrou na zaga e Reece James na ala.

(Reprodução: BBC)

O Norwich, por outro lado, veio em um 5-3-2, apostando em Max Aarons e Dimitrios Giannoulis pelos lados e Teemu Pukki e Josh Sargent na frente.

(Reprodução: BBC)

Encaminhando a vitória no primeiro tempo

De cara o Chelsea já abriu o placar. O gol, marcado logo aos sete minutos, ilustra a pressão que o Chelsea exercia: Jorginho dominou na entrada da meia-lua da grande área e tocou para Mount. O camisa 19 girou, pegou de primeira e colocou no canto do goleiro Tim Krul.

O jogo dos donos da casa ia tendo destaque principalmente pelo lado esquerdo, a começar por Rüdiger. As linhas baixas do Norwich davam liberdade para a construção dos zagueiros e, como é costume em cenários como esse, o alemão se destacou pela capacidade de conduzir em progressão.

Mapa de calor de Rüdiger mostra a constante presença do zagueiro no campo de ataque (Reprodução: SofaScore)

A influência pelo setor esquerdo, no entanto, ia muito além da atuação de Rüdiger. Chilwell também aparecia bastante, mas o grande destaque era mesmo Hudson-Odoi. O camisa 20 foi a principal arma ofensiva dos Blues, dando amplitude, atacando os espaços e sendo agressivo quando recebia a bola.

O Norwich aos poucos tentava subir a marcação, mas o descompasso dos movimentos defensivos abria espaços entre as linhas e dava liberdade para a criação dos meio-campistas do Chelsea. Foi assim que, aos 18 minutos da etapa inicial, Odoi se projetou nas costas de Kabak, recebeu enfiada de bola perfeita de Mateo Kovacic e saiu na cara do gol. Na saída do goleiro, bateu no canto e ampliou o placar.

Mapa mostra sequência de toques até gol de Odoi (Reprodução: Chelsea FC)

O Chelsea, então, diminuiu o ritmo e passou a administrar a partida. Kovacic e Jorginho controlavam o meio-campo e faziam a bola girar.

Já aos 41 minutos, outra pressão alta dos donos da casa surtiu efeito. Mount foi acionado e serviu Reece James. O ala dos Blues tocou com categoria, por cobertura, para marcar o terceiro.

(Reprodução: Getty Images)

Sem tirar o pé do acelerador

O Norwich voltou para o segundo tempo com duas substituições que buscavam agredir mais o Chelsea. Além de trocar um ala-esquerdo por outro, Daniel Farke tirou o meio-campista Pierre Lees Melou e colocou o atacante Milot Rashica. Assim, os Canários passaram a ter um trio de ataque, em um 5-2-3 e não mais um 5-3-2.

(Reprodução: ShareMyTatics)

Todavia, a mudança abriu ainda mais espaços para o Chelsea no meio-campo. Foi assim que, aos 11 minutos da etapa complementar, os Blues trabalharam a bola de pé em pé, começando com James pela direita, passando por Jorginho e Kovacic por dentro e terminando com Chilwell na esquerda. O camisa 21 bateu cruzado e ampliou o marcador.

Seis minutos mais tarde, foi a vez da sorte jogar a favor. Hudson-Odoi tentou cruzar, a bola desviou em Max Aarons e matou o goleiro do Norwich. 5 a 0.

Logo após o gol, quando Ruben Loftus-Cheek havia acabado de entrar no lugar de Jorginho, Ben Gibson fez falta dura em James, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Como resultado da perda de seu zagueiro, Farke foi obrigado a tirar Sargent do ataque e recompor a defesa com Andrew Omobamidele. Dessa forma, os Canários mantiveram a linha de 5 atrás, com Mathis Normann e McLean como as únicas peças no meio-campo.

Expulsão de Gibson complicou ainda mais para os Canários (Getty Images)

Assinatura final de Mason Mount

Simultaneamente às trocas do Norwich, Tuchel também fez novas mudanças no Chelsea. Assim, Hudson-Odoi e Havertz saíram, para as entradas de Ziyech e Barkley. Então, o Chelsea deixava de ter uma figura central em seu ataque, passando a ter somente Mount e Ziyech na frente, abrindo espaço para as infiltrações de Loftus-Cheek e Barkley.

Os mandantes seguiam pressionando e colocavam Krul para trabalhar. Ziyech duas vezes e Barkley, explorando exatamente o espaço no centro da área, pararam no goleiro holandês.

Quem também parou o ataque do Chelsea com a mão foi Normann. Dentro da área, o meio-campista dos visitantes bloqueou o chute de Rüdiger. Então, pênalti para o Chelsea, convertido por Mount somente na segunda tentativa, uma vez que Krul se adiantou na primeira, fez a defesa e o árbitro mandou voltar.

Ainda houve tempo para Mount fazer seu primeiro hat-trick com a camisa dos Blues. Já nos acréscimos, Loftus-Cheek fez bela trama com Ziyech, saiu na cara do gol e serviu o artilheiro do dia. O camisa 19 só empurrou para o gol vazio e fechou o placar em 7 a 0.

Mount balançou a rede três vezes neste sábado (Reprodução: The Guardian)

Destaques individuais

Como já se tornou padrão nessa temporada, Kovacic mais uma vez manteve seu altíssimo nível de atuação. Com duas assistências e controle absoluto das ações no meio-campo, ditou o ritmo da equipe em todos os momentos.

Do mesmo modo, Hudson-Odoi também merece menção. Outra boa atuação, sendo efetivo pelo lado, anotando um gol e participando ativamente das ações ofensivas. Titularidade assegurada, pelo menos nas ausências de Werner e Lukaku.

Por fim, Mason Mount. Com três gols e uma assistência, foi inegavelmente o craque do jogo e retoma a confiança depois de ter tido a titularidade ameaçada.

O destaque negativo fica por conta de Havertz. Responsável por ser a figura central do ataque nas ausências dos dois postulantes à posição, o alemão não correspondeu. Teve dificuldade de encontrar o melhor posicionamento e não conseguiu render, sobretudo quando teve que jogar de costas. Contudo, Havertz já protagonizou grandes atuações na função e é preciso ter calma para não precipitar a análise de seu desempenho por ali.

Em suma, uma vitória com autoridade, reafirmando a posição de líder do campeonato. São onze gols marcados e nenhum sofrido nos últimos dois jogos. Em que pese o fato de terem sido dois jogos teoricamente fáceis, contra adversários inferiores, é dessa forma que um time dominante deve se impor em cenários como esse.

O Chelsea não sentiu o peso das ausências de Lukaku e Werner, apresentou boas soluções ofensivas e, mais do que vencer, convenceu. Liderança assegurada e confiança lá no alto para seguir fazendo bonito na temporada.

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Article by: Marcelo Vilela