O Chelsea teve interrompida sua sequência de sete vitórias seguidas ao empatar com o Burnley, neste sábado (6), em Stamford Bridge. Com o resultado, os Blues se mantêm na liderança da Premier League, mas a sensação é de que a rodada poderia ter significado a ampliação da vantagem na ponta.
O tropeço, que seria naturalmente ruim ao se considerar o adversário, tem gosto ainda mais amargo dadas as circunstâncias da partida. Os donos da casa saíram na frente, desperdiçaram inúmeras chances de ampliar o placar e levaram o empate no final.
Enfim, para entender como se desenvolveu o duelo em Stamford Bridge, é hora de ler o jogo.
Rodando o elenco
Thomas Tuchel contou com os retornos de N’Golo Kanté – poupado diante do Malmö – e Mason Mount. De antemão, o meio-campista francês iniciou entre os titulares, enquanto Mount foi opção no banco de reservas. Christian Pulisic, pelo segundo jogo seguido após longo período de ausência, foi outra alternativa na suplência.
Por outro lado, Marcos Alonso, que se machucou no fim da partida do meio de semana, se somou à lista de desfalques. Com isso, Reece James e Ben Chilwell retornaram às alas.
Mas a grande surpresa na escalação foi a presença de Ross Barkley. Com a baixa produtividade de Hakim Ziyech, mesmo tendo marcado o gol da vitória contra o Malmö, e a impossibilidade de Pulisic e Mount disputarem 90 minutos, Tuchel optou por dar nova oportunidade ao camisa 18.
Pelo lado dos visitantes, Sean Dyche escalou a equipe em seu tradicional 4-4-2. Johánn Gudmundsson e Dwight McNeil eram os meias pelos lados, compondo uma segunda linha de quatro. No ataque, Chris Wood fazia dupla com Maxwell Cornet, artilheiro e grande destaque dos Clarets na temporada.
Amplo domínio e James desequilibrante
O início foi de pressão total do Chelsea e, antes mesmo dos 10 minutos, já eram pelo menos quatro oportunidades de perigo. Na prática, os Blues se postavam em um 3-4-1-2, com Barkley fazendo a função de armação e Hudson-Odoi e Havertz formando uma dupla na frente.
Os mais de 70% de posse de bola se traduziam em um amplo domínio das ações. Com liberdade para se movimentar, Odoi dava profundidade e ia se destacando pela movimentação.
Mas, muito além da presença do camisa 20, o Chelsea levava mais perigo pela direita porque Reece James estava novamente inspirado. O ala dos Blues abria o campo e centrava a maioria das jogadas de ataque.
Assim, aos 28, James recebeu com liberdade e tentou fazer o cruzamento. A bola, no entanto, desviou na defesa e obrigou Pope a fazer mais uma grande intervenção. Cinco minutos mais tarde, James foi novamente acionado e, dessa vez, fez cruzamento primoroso na cabeça de Havertz. Ao camisa 29 só restou deslocar o goleiro do Burnley para abrir o placar.
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Abusando de perder gols
De maneira idêntica, o Chelsea voltou ao segundo tempo sob a batuta de James, com o objetivo de matar o duelo. Assim, logo no quinto minuto, o ala dos Blues deu outro fantástico cruzamento, dessa vez para Thiago Silva. O zagueiro brasileiro cabeceou e a bola tocou caprichosamente na trave, mas não entrou.
Dois minutos depois, o camisa 24 veio por dentro e iniciou outra grande jogada ofensiva. Odoi fez o cruzamento rasteiro para Havertz, que bateu de primeira, mas James Tarkowski mergulhou e conseguiu desviar a trajetória da bola, impedindo que ela fosse para o gol.
Aos 19, foi Odoi quem desperdiçou boa oportunidade. Dessa vez, o atacante recebeu passe de Barkley, mas parou em outra grande defesa de Pope. Pouco depois, Odoi e Barkley inverteram os papeis. O camisa 20 serviu o meia dos Blues, que recebeu livre, mas pegou mal e isolou.
Imediatamente após o lance, Barkley deixou o campo para a entrada de Ruben Loftus-Cheek. A substituição manteve a mesma estrutura, com Cheek sendo a ligação entre meio-campo e ataque.
Castigo no fim
Conforme o tempo passava, a partida ia ganhando ares de drama. O Chelsea não conseguia matar o placar e via o Burnley crescendo. A essa altura, os visitantes já haviam feito duas alterações. Jay Rodriguez e Matěj Vydra entraram, para as saídas de Chris Wood e Jóhann Gudmundsson. Embora as mudanças tenham mantido a mesma configuração tática, serviram para renovar o fôlego dos Clarets no ataque.
Assim, aos 34, foi exatamente a associação da dupla que puniu o Chelsea. Jay Rodriguez recebeu cruzamento, serviu Vydra e o checo completou para o gol. Tudo igual em Stamford Bridge.
Com o empate no placar e pouco tempo no relógio, restou ao Chelsea partir com tudo para cima. Tuchel, então, sacou Kanté e Odoi, colocando Mount e Pulisic. Sem muita organização e na base do volume, os Blues tentavam chegar, mas esbarravam na marcação dos visitantes. Dessa forma, a partida terminou mesmo em 1 a 1.
Destaque individual
Pela segunda partida seguida na Premier League o melhor em campo foi, sem dúvida alguma, Reece James. Participativo em todas as ações, o camisa 24 fez partida impecável e parece evoluir a cada dia.
Seja por fora, dando a profundidade de um autêntico ala, ou por dentro, ajudando na construção, James vem desequilibrando. Assim, se consolida como um dos grandes nomes da equipe na temporada.
Em suma, o Chelsea sai de Stamford Bridge com sensação de derrota. O resultado não condiz com a atuação e os Blues pagaram pela ineficiência na hora de concluir. Nesse sentido, a parada para a data FIFA vem em bora hora. Importante para recuperar Romelu Lukaku, Timo Werner e Mateo Kovacic, figuras fundamentais para tornar o Chelsea ainda mais letal.
Por isso, não há motivo para pânico. Embora deva ser evitado, acidentes de percurso fazem parte do processo. Então, é hora de corrigir a rota para os próximos compromissos, que prometem ser duros e decisivos. A campanha segue sendo fantástica, a liderança segue sendo incontestável e o Chelsea segue sendo muito forte.