Como joga: Tottenham é o adversário do Chelsea neste domingo

O final de semana é marcado por um grande clássico de Londres e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Se você pensa em testar seus conhecimentos esportivos não esqueça de conferir a avalição geral da Betboo e tenha um bom divertimento. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta 5ª rodada da Premier League.

O início de temporada quase perfeito do Chelsea contará com um grande duelo neste domingo, após um ótimo desempenho na semana passada. O time venceu o Aston Villa no sábado passado com tranquilidade e conseguiu um importante triunfo frente ao Zenit, na estreia na Champions League 2021/22. Agora, o time de Thomas Tuchel entrará em campo em mais uma rodada de Premier League. No entanto, não trata-se de um jogo normal. É um clássico de Londres: trata-se de Blues contra Spurs.

Neste domingo, às 12:30, o Chelsea enfrenta o Tottenham fora de casa, precisamente no Tottenham Hotspur Stadium, em Londres. A partida que acontecerá no horário do almoço no Brasil terá transmissão da ESPN Brasil e Star+.

Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

É clássico!

São 19 quilômetros de distância entre o Stamford Bridge e o Tottenham Hotspur Stadium. Esta pequena distância em uma enorme cidade como Londres evidencia a proximidade entre os clubes. Rivais há mais de um século e com os clássicos ainda mais aquecidos nas últimas décadas, Chelsea e Tottenham protagonizaram grandes jogos nas temporadas recentes.

No entanto, os dois treinadores são, praticamente, inexperientes neste clássico de Londres. Contratado em janeiro deste ano, Thomas Tuchel enfrentou o Tottenham logo na sua terceira partida, no início de fevereiro, e venceu pelo placar mínimo. Já Nuno Espírito Santo duelou com o Chelsea inúmeras vezes enquanto treinador do Wolverhampton, mas a pressão é diferente a partir de agora. Recém-chegado ao Tottenham, o técnico português quer marcar o seu nome na história deste derby logo na primeira oportunidade.

E a confiança do técnico dos Spurs passa pelas vitórias contra os grandes clubes ingleses. Desde que chegou, Nuno Espírito Santo enfrentou o Arsenal, na pré-temporada, e o Manchester City, pela Premier League, e venceu os dois adversários por 1 a 0. É certo que o treinador tentará repetir este feito frente aos Blues para seguir 100% contra o Big Six como técnico do clube de Londres.

A última temporada

Como 2021/22 começou recentemente, é necessário destacar os números do Tottenham em 2020/21 para entender quão pressionado por resultados entrou o time do Norte de Londres. 

Mesmo em um ano brilhante de Harry Kane, visto que o inglês foi o artilheiro e o garçom da última Premier League, o Tottenham ficou apenas na sétima posição, atrás do Leicester e West Ham, equipes que possuem um aporte financeiro bem menor. Com 62 pontos em 38 jogos, o Tottenham foi até o terceiro time que mais marcou gols na competição, porém perdeu 12 jogos e ficou fora da Liga dos Campeões e da Liga Europa, se classificando apenas para a Conference League, nova competição europeia do terceiro escalão.

Além disso, é importante ressaltar os números do Tottenham como mandante na última temporada, visto que os Spurs se salvaram no torneio por causa do bom desempenho no Tottenham Hotspur Stadium. Em 19 jogos em casa, o time venceu 10 partidas, empatou três vezes e foi derrotado em seis oportunidades, tendo a terceira melhor campanha como mandante na Premier League 2020/21 – o Chelsea fez os mesmos 33 pontos em casa na temporada passada. A título de exemplo, a equipe londrina foi o 11º fora de casa, ou seja, a sua força como mandante evitou um ano ainda pior.

Por fim da análise do Tottenham de 20/21, é destacável as estatísticas do clube contra os mais poderosos times da Inglaterra e, em contrapartida aos bons números em casa, o desempenho contra o Big Six foi bem ruim. Em 12 partidas, os Spurs venceram apenas três vezes, empataram em duas oportunidades e perderam sete jogos, tendo assim um terrível aproveitamento de 30,5%.

A atual temporada

Obviamente, trata-se de um novo Tottenham e, por isso, é crucial pontuar detalhes desta temporada. O time foi ao mercado e contratou bons nomes, como o lateral-direito brasileiro Emerson Royal, os ex-defensores da Atalanta Pierluigi Gollini e Cristian Romero, e o jovem ponta espanhol Bryan Gil. Estes reforços chegaram junto de Nuno Espírito Santo e o início de trabalho é até aceitável. 

Depois de uma boa pré-temporada, o time de Londres cumpriu a sua obrigação nas eliminatórias da Conference League – mesmo com um deslize na ida frente ao Paços de Ferreira – e começou a Premier League muito bem: foram três vitórias em três jogos em agosto.

O curioso do início de temporada dos Spurs foi que a equpe fez três partidas assertivas no Inglês, mesmo sem brilho. Foram três triunfos por 1 a 0 e, após o terceiro duelo, o Tottenham estava na liderança. No entanto, a última rodada foi decepcionante: a equipe londrina perdeu para o Crystal Palace por 3 a 0, fora de casa. 

Portanto, após três vitórias simples e uma derrota impactante, o time está com nove pontos, na sétima posição – até o início da rodada – e com o mesmo número de gols feitos e sofridos em quatro jogos: marcou e sofreu apenas três gols. 

Histórico do confronto

Como citado anteriormente, a história por trás deste clássico percorre mais de um século do futebol inglês. O primeiro confronto entre as equipes ocorreu em 18 de dezembro de 1909 e o Chelsea venceu por 2 a 1. Esta vitória deu o pontapé para um domínio do clube azul no clássico, visto que, em meio às irregularidades das duas equipes durante o século, os Blues obtiveram uma vantagem histórica no duelo frente ao rival.

Em 169 confrontos, o Chelsea saiu de campo com a vitória em 73 oportunidades, houve 42 empates e o Tottenham venceu apenas 54 partidas. Logo, um triunfo do time azul neste domingo pode fazer o clube abrir 20 vitórias de vantagem no clássico de Londres. 

E a superioridade do time de Roman Abramovich fica ainda maior ao analisar apenas os números da Premier League. Na competição criada em 1992, os clubes já se enfrentaram em 58 oportunidades: o Chelsea venceu 31 vezes, houve 20 empates e o Tottenham bateu o rival apenas em sete oportunidades. Números impressionantes!

Para evidenciar esta vantagem dos Blues nos clássicos, é importante destacar a maior goleada do confronto, a qual foi imposta pelo clube azul em 1997/98. Precisamente em 06 de dezembro de 1997, o Chelsea fez 6 a 1 na casa do adversário, em White Hart Lane, e impôs a maior vitória já vista neste clássico. Os gols foram marcados por Tore André Flo (três vezes), Dan Petrescu, Mark Nicholls e Roberto Di Matteo – o Tottenham diminuiu com Ramon Vega. 

Jogo anterior

Sem perder do rival há quase três anos, o Chelsea encontrou o Tottenham duas vezes sob comando de Frank Lampard na temporada passada e empatou em ambas as partidas – 1 a 1 em setembro pela Copa da Liga e 0 a 0 em novembro pela Premier League. Porém, após a chegada de Thomas Tuchel e a incrível recuperação do time, os Blues venceram os Spurs por 1 a 0, em 04 de fevereiro de 2021, a última partida entre os clubes. 

Ainda no seu terceiro jogo pelo clube, Tuchel ainda estava promovendo testes na equipe e escalou o time para o clássico com Edouard Mendy; César Azpilicueta, Thiago Silva e Antonio Rüdiger; Reece James, Jorginho, Mateo Kovacic e Marcos Alonso; Mason Mount, Timo Werner e Hudson-Odoi. Durante a partida, Andreas Christensen, Christian Pulisic e N’Golo Kanté entraram em campo.

Em resumo, o último jogo entre os clubes foi bem ruim. O Chelsea fez o gol da vitória após um pênalti bizarro cometido por Eric Dier em Werner e muito bem cobrado por Jorginho – como de costume. A equipe azul abriu o placar aos 24 do primeiro tempo e houve apenas outras três finalizações certas na partida. Na etapa final, Werner, protagonista da partida, até perdeu um gol bem próximo da meta, mas não fez falta: mais uma vitória do Chelsea no clássico!

Como joga?

Houve alteração no comando do Tottenham, mas o time ainda não mostrou uma mudança tão grande na forma de jogo. Nas duas primeiras rodadas, o time venceu Manchester City e Wolverhampton, mas foi completamente dominado: sofreu 43 finalizações e teve média de 38% de posse de bola apenas. 

Portanto, a tendência é que o Chelsea domine o adversário durante toda a partida deste domingo. A ideia do Tottenham tende a ser aproveitar as brechas dadas pelo time de Thomas Tuchel nestes momentos ofensivos, ou seja, o contragolpe, orquestrado e finalizado pelo “falso camisa 10”, Harry Kane, será a principal arma do time de Nuno Espírito Santo. Como foi visto neste início de temporada, o time do Tottenham marca poucos gols, mas consegue evitar as chegadas dos adversários – a exceção foi a desastrosa partida frente ao Crystal Palace.

O curioso é que, durante a sua passagem pelos Wolves, o técnico português escalava o seu time com um sistema de três zagueiros. Até então, a preferência de Nuno nos Spurs é a utilização de uma linha de quatro defensores, com dois volantes à frente da zaga, possibilitando o apoio constante dos dois alas. Seria uma surpresa caso Nuno optasse por três zagueiros justamente para o clássico, mas a necessidade de segurar o forte ataque do Chelsea e a má atuação na última rodada da Premier League podem acarretar esta mudança.

Os jogadores

No gol do Tottenham há quase dez anos, Hugo Lloris é o capitão e mais experiente (e vitorioso) jogador da equipe. Na dupla de zaga, o Tottenham contará com o jovem Joe Rodon, visto que Eric Dier se lesionou no último fim de semana e Japhet Tanganga está suspenso. Ao lado de Rodon, Nuno deve optar por Davinson Sánchez, deixando o recém-chegado Christian Romero no banco – ambos não estiveram disponíveis recentemente por causa da quarentena, visto que estes atletas são sul-americanos e disputaram as Eliminatórias.

Provável escalação do Tottenham. Foto: ShareMyTatics.com

Nas alas, o Tottenham possui os ofensivos Emerson Royal e Sergio Reguilón, mas o ala brasileiro ainda está se adaptando ao futebol inglês e tende a ser um lado bastante explorado pelo ataque do Chelsea.

À frente da zaga, o jovem Oliver Skipp está sendo titular sob comando de Nuno Espírito Santo e fazendo partidas aceitáveis, principalmente devido à sua juventude. Ao seu lado, o talentoso Pierre-Emile Hojbjerg é um meio-campista que apresenta muita intensidade de área a área e é um jogador crucial dos Spurs. Como terceiro homem de meio-campo, Giovani Lo Celso deve retornar ao time, depois de passar pela mesma situação de Romero e Sánchez por causa das Eliminatórias na América do Sul.

As dúvidas de Nuno

E é justamente no ataque que está presente a dor de cabeça de Nuno Espírito Santo. O técnico português perdeu, no meio de semana, Steven Bergwijn e Lucas Moura por lesão. O holandês está fora do clássico, mas o brasileiro ainda está entre as dúvidas, assim como o importantíssimo Heung-Min Son. O coreano machucou a panturilha e ficou fora das últimas partidas, contudo pode retornar. 

Caso eles não possam jogar, a tendência é que Nuno Espírito Santo opte por um ataque com o inglês Dele Alli e o jovem espanhol Bryan Gil, dando suporte a Harry Kane, camisa 10 e “dono” do Tottenham.

A escalação

Por causa dessas dúvidas, a formação inicial do Tottenham pode contar com mudanças, mas Nuno deve enviar o time a campo com Lloris; Emerson, Sánchez, Rodon e Reguilón; Skipp, Hojbjerg e Lo Celso; Alli, Kane e Bryan Gil. 

 

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Article by: Pedro Bueno