Como joga: Servette é o adversário das Blues na 3ª rodada da UWCL

Em busca da liderança do grupo A da UEFA Women’s Champions League, o Chelsea Women viajará para a Suíça para enfrentar o Servette – será a primeira partida entre os clubes na história. O confronto válido pela 3ª rodada da fase de grupos será nesta terça (9) com início previsto para 14h45 no horário de Brasília. Como nos outros jogos da competição europeia até aqui, a transmissão será no canal da DAZN no Youtube.

De pronto, na véspera de cada jogo das Blues, o Chelsea Brasil, assim como faz com o masculino, traz para você um guia especial detalhando as adversárias. Este é o momento para conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

O grupo até aqui

Após a vitória por 2-1 sobre a Juventus na última rodada, as Blues chegaram aos quatro pontos. Dessa forma, a equipe ocupa a 2ª colocação do grupo, sendo separada do Wolfsburg apenas pelo saldo de gols.

Créditos: UWCL/Twitter

Nesse sentido, uma vitória sobre o Servette se torna importante para garantir que as Blues fiquem, pelo menos, na cola do Wolfsburg na liderança. Assim, o Chelsea teria a oportunidade de ir para o segundo turno da fase de grupos com a chance de carimbar a classificação para as oitavas nos jogos que fará em casa – tanto na 4ª como na 5ª rodada.

Segunda derrota deixa a equipe em situação delicada

Na última rodada da competição europeia, a equipe suíça enfrentou o Wolfsburg na Alemanha. Do início ao fim as Lobas ditaram o ritmo do jogo, dominaram a partida e venceram pelo placar de 5-0.

Ao contrário do que aconteceu na partida contra a Juventus, em que a posse de bola ficou bem distribuída, o Servette não conseguiu equilibrar em nenhum dos aspectos. No entanto, as Grenás conseguiram finalizar mais se comparado ao desempenho na estreia. Contra o Wolfsburg, a equipe finalizou seis vezes, sendo quatro dessas em direção ao gol.

Só que, por sua vez, a equipe alemã finalizou 26 vezes, sendo 18 no gol. Da mesma forma, a posse de bola foi de 63% para as Lobas e de apenas 37% para o Sevette. Nesse sentido, a disparidade ofensiva entre as equipes e o controle de jogo por parte do Wolfsburg se refletiram no placar elástico.

Aos 18 minutos, Svenja Huth abriu o placar após pressão e roubada de bola na tentativa de saída em troca de passes da equipe suíça dentro da sua pequena área de defesa. Pouco depois, no bate e rebate após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Tabea Waßmuth que ampliou a vantagem.

Já ao final do primeiro tempo, Waßmuth fez o terceiro das Lobas. Na segunda etapa, o ritmo se manteve o mesmo, com o Wolfsburg atacando a todo momento. Logo, aos cinco minutos da etapa complementar, Dominique Janssen marcou o quatro. Por fim, aos 23, Joëlle Smits marcou o gol que fechou o placar em 5-0.

Apesar do resultado, a performance defensiva da equipe suíça não foi um desastre completo. Ao longo do jogo o Servette conseguiu 35 recuperações de bola, 22 desarmes e oito interceptações de passe. Sem dúvidas, ações que impediram um placar ainda mais elástico.

O Servette na temporada

No momento, o time ocupa a 4ª colocação da Super Liga Suíça. Depois de seis rodadas, a equipe soma 12 pontos – são quatro vitórias e duas derrotas. Mais que isso, são 13 gols marcados e seis sofridos na competição até aqui.

Da mesma forma, o Servette está disputando a Taça Suíça Feminina. Vencendo o FC Walperswill pelo placar de 7-0 na fase preliminar, a equipe avançou para a fase de oitavas de final. Então, enfrentará o Luzern no dia 6 de novembro.

Na UWCL, o time passou pelas rodadas de qualificação seguindo o caminho das campeãs nacionais. Assim, com vitórias por 1-0 sobre Glentoran e Âland United, o clube avançou para a segunda rodada. Em seguida, na 2ª rodada da qualificação, obteve placar agregado por 3-2 contra o Glasglow City chegando à fase de grupos.

Assim, até aqui na fase de grupos da competição europeia são duas derrotas com zero gols marcados e oito sofridos.

Campanhas em 2020/21

Na última temporada, o time conquistou o título inédito do campeonato suíço. Após estar muito perto do feito na temporada 2019/20, a competição acabou sendo cancelada por conta da pandemia e o Servette teve que lutar para garantir a conquista.

Ao final das 28 rodadas do campeonato, o time somou 66 pontos – 20 vitórias, seis empates e apenas duas derrotas. Além disso, teve o melhor ataque e a melhor defesa do campeonato. Nesse sentido, foram 81 gols marcados e 17 sofridos. Como resultado, somando um saldo final de 64 gols.

Na Taça Suíça, nas fases iniciais o time de Genebra fez belas partidas e chegou com autoridade para as quartas de final. Porém, caiu para as grandes rivais do FC Zurich após derrota por 1-0.

Por fim, com o título no campeonato, o Servette se classificou para os 16 avos de final da UWCL da última temporada. Logo naquela rodada, enfrentou o Atlético de Madrid, que venceu por um placar agregado de 9-2. Assim, a equipe suíça acabou eliminada.

Como joga?

A equipe de Genebra treinada por Éric Sévérac tem ganhado espaço no cenário do futebol suíço e europeu. Apesar da diferença de orçamento e de profundidade de elenco se comparado aos grandes clubes da Europa, o Servette têm feito boas campanhas e se fortalecendo ainda mais. 

O treinador francês está no clube há pouco mais de quatro anos e, pouco a pouco, tem trabalhado nos aspectos técnicos e táticos. Entendendo que é um processo e que, infelizmente, ainda há um gap em relação a equipes como Chelsea, Barcelona, PSG, Lyon, etc.

O esquema tático mais utilizado por Sévérac é o 4-2-3-1, que equilibra bem os aspectos ofensivos e defensivos. Por um lado, oferece grande perigo às defesas com a descida das três meio campistas mais avançadas. Por outro, com cinco jogadoras no meio de campo, o apoio à defesa desde o terço central ajuda na contenção de adversárias.

A defesa do Servette, por sua vez, é um dos grandes destaques do time. Em especial a goleira Inês Pereira. Quando organizada, a defesa das Grenás consegue imprimir grande dificuldade às adversárias. Além disso, conseguem se recuperar bem em situações de contra ataque.

No entanto, contra times com elencos mais fortes, esse esquema acaba sendo exposto. Dessa forma, times que descem com velocidade e que promovem trocas entre suas jogadoras de frente conseguem explorar as fragilidades do time. Mesmo assim, o time não busca se postar atrás e jogar por uma bola – por mais que aconteçam em menor número, o Servette desce ao ataque e, por vezes, consegue levar perigo à meta das oponentes.

Esquema diferente contra o Wolfsburg

Pela primeira vez na competição, Sévérac decidiu mudar a formação tática de sua equipe. Dessa forma, no jogo contra o Wolfsburg, as Grenás espelharam o esquema da equipe alemã e foram a campo com um 4-4-2.

Formação da equipe suíça na última rodada (Créditos: UEFA)

Com esquemas espelhados, em especial com quatro meio campistas de cada lado, o jogo tende a seguir em um ritmo menos acelerado. Além disso, surge a necessidade de pensar melhor as jogadas, explorando os espaços.

Por outro lado, o 4-4-2 fornece também uma boa profundidade defensiva. Ao mesmo tempo que também permite que, no ataque, o time chegue com mais jogadoras nas descidas.

No entanto, para isso tudo ser observado, o time não pode fugir do jogo e tem que saber controlar bem as ações que realiza. O que não aconteceu para o Servette.

Logo aos 18 minutos do primeiro tempo, a equipe alemã abriu o placar e a partir de então dominou a partida. Como resultado, os aspectos ofensivos que o 4-4-2 traz consigo acabaram não ficando em evidência – em especial porque o Servette teve apenas 37% de posse.

Apesar dos cinco gols sofridos, a equipe suíça conseguiu se aproveitar da solidez que as linhas de quatro trazem. Nesse sentido, foram 35 recuperações de bola, 22 desarmes e oito interceptações de passe que, com certeza, permitiram que o placar não fosse ainda mais elástico.

Provável escalação e expectativas

Mesmo que o Chelsea não jogue no esquema de 4-4-2, é provável que o Servette mantenha a formação. Em primeiro lugar, por conta da linha defensiva e do meio campo. Mas também por conta da possibilidade de descer com mais jogadoras ao ataque. Dessa forma, o time suíço deve repetir a escalação que utilizou contra o Wolfsburg. Portanto, entrando em campo com: Pereira; Soulard, Mendes, Spälti e Fleury; Templín, Humi, Nakkach e Bouma; Boho Sayo e Padilla-Bidas.

Em especial diante da linha de três zagueiras das Blues, Templín e Bouma descendo pelos lados poderão levar perigo à meta de Ann-Katrin Berger. Além disso, a movimentação das duas atacantes com as meio-campistas é um ponto que, se explorado, pode fazer a diferença para as Grenás. Com possíveis trocas entre as jogadoras de frente, o time pode conseguir espaços na defesa do Chelsea e, possivelmente, se aproveitar disso.

Por outro lado, caso o Chelsea consiga impor seu ritmo de jogo e fazer as suas movimentações, o cenário do Servette pode ficar bastante parecido com o que aconteceu na partida contra o Wolfsburg. Sévérac deverá organizar bem as saídas de bola e a ligação entre defesa e ataque. Caso contrário, as adversárias tem tudo para se aproveitar dos erros para chegar mais facilmente ao ataque.

Chaves para as Blues na partida

Do lado das comandadas de Emma Hayes, o principal ponto é o controle do ritmo de jogo. Não somente pelas peças que tem, mas também pelas capacidades ofensivas do time, o Chelsea deve impor seu ritmo de jogo desde o início. Dessa forma, fazendo com que o Servette jogue em resposta às ações e à velocidade impostas pelas Blues.

Além disso, com possíveis linhas de quarto postadas pelas adversárias no meio e na defesa, a manutenção da posse de bola será importante. Mais que isso, a posse deve ser inteligente, no sentido de explorar os eventuais espaços e, sobretudo, os erros que as adversárias cometerem. Diferente do que vêm acontecendo, as meio campistas centrais – Melanie Leupolz, Sophie Ingle e Ji So-Yun – deverão ter papel central para ajudar na manutenção dessa posse e da boa distribuição de jogadas. Tanto pelos espaços, como se aproveitando da movimentação do trio de frente – Harder, Kerr e Kirby.

Do lado da defesa, o Chelsea deverá manter a calma e a atenção. Em especial em eventuais situações de contra-ataque da equipe suíça. As alas meio-campistas terão um duplo papel de apoiar as descidas de ataque e ajudar na marcação das laterais do campo quando o time não tiver a bola.

Do mais, Emma Hayes e sua equipe devem fazer valer a superioridade do seu elenco. Assim como o fato de que, além de serem jogadoras experientes, já jogam juntas há algum tempo. Portanto, tendo entrosamento e experiência que podem ser diferenciais diante de um time mais jovem. Em suma, as Blues devem ter atenção na defesa para não deixar espaços muito abertos que podem ser aproveitados – manter um saldo de gols bom é essencial para buscar a classificação ao mata-mata.

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Article by: Nathalia Tavares