O meio de semana é marcado por mais um importante duelo do Campeonato Inglês e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta 17ª rodada na Premier League.
A fortaleza defensiva foi abalada nas últimas rodadas e, com isso, os comandados de Thomas Tuchel perderam confiança. São oito gols sofridos nos últimos três jogos. Mais ainda, são cinco partidas seguidas da defesa sendo vazada e passando por um momento questionável. Mesmo assim, o Chelsea venceu o Leeds United por 3 a 2 no fim de semana e respirou aliviado por voltar a triunfar. O time sabe da sua qualidade e o grande objetivo é retomar o bom futebol ainda neste complicado mês de dezembro. Enfim, a próxima partida dos Blues será contra um adversário bem tradicional, mas que vive uma fase turbulenta.
Na tarde desta quinta-feira (16) o Chelsea enfrenta o Everton em Stamford Bridge. O jogo válido pela 17ª rodada da Premier League acontecerá às 16:45 e terá transmissão exclusiva do Star+.
Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
Uma crise gigante
O Everton se acostumou a ser o perseguidor do Big Six na última década. Sempre lutando pela sétima ou oitava colocação, a equipe se consolidou como um time cascudo, mas que não conseguia ter a regularidade necessária para buscar uma vaga europeia. No entanto, o desempenho dos Toffees sob comando de Rafa Benítez está bem aquém e existe uma pressão muito forte sobre o time, visto que o segundo turno da Premier League está se aproximando.
O experiente treinador, o qual possui uma longa história com o rival Liverpool, chegou no início da temporada. Ou seja, ele assumiu o Everton após a saída do também experiente e renomado técnico Carlo Ancelotti. E esta transição não aconteceu como os torcedores dos Toffees imaginavam.
Depois de ficar em 10º na temporada passada, o Everton de Benitez até começou a temporada jogando bem. Porém, caiu de nível e está afundada em uma crise gigante. Na entrevista coletiva nesta quarta (15), o técnico espanhol afirmou que conversou com o proprietário do clube e que está confiante que poderá seguir no projeto a longo prazo. Rafa ainda ressaltou que não é possível corrigir quatro ou cinco anos de frustrações em cinco meses de trabalho.
O treinador ganhou uma sobrevida e, certamente, irá motivar os seus jogadores para surpreender o Chelsea, visto que uma vitória frente aos campeões europeus daria muita confiança para os Toffees.
A atual temporada
No tópico anterior, a crise do Everton foi evidenciada com palavras. A partir de agora, os números serão expostos e eles chamam a atenção. A fase do time de Liverpool é assustadora e a 14ª colocação ainda não evidencia quão ruim foram os últimos 10 jogos do clube.
Desde o início de outubro, o Everton entrou em campo dez vezes, sendo todas estas oportunidades pela Premier League. Neste recorte dos últimos 75 dias, os Toffees venceram apenas um jogo, empataram em duas oportunidades e perderam incríveis sete partidas, conquistando assim apenas cinco dos últimos 30 pontos. Nestas dez partidas, foram apenas oito gols marcados e 21 sofridos. É inadmissível uma sequência como esta.
Este mau momento deixou o Everton na 14ª colocação da Premier League, com 18 pontos em 16 jogos. Contudo, vale destacar que o início havia sido muito positivo e só por esta razão que o clube não está próximo da zona do rebaixamento. Nas quatro primeiras rodadas, a equipe conquistou 10 dos 12 pontos possíveis, pontuação que ainda está salvando os Toffees de uma situação ainda mais desconfortável.
No entanto, a grande curiosidade em meio a esta sequência do Everton é que a equipe pontuou apenas contra integrantes do Big Six. A equipe empatou com Manchester United e Tottenham e venceu o Arsenal. Ou seja, a equipe se mostra mais concentrada contra os mais poderosos. Em contrapartida, ao enfrentar as equipes que disputam o título com o Chelsea, os Toffees foram atropelados: 3-0 para o City e 4-1 para o Liverpool.
Histórico do confronto
Chelsea e Everton protagonizam um dos grandes jogos do futebol inglês há mais de um século. O primeiro confronto aconteceu dois anos após o time de Londres ser fundado: em 26 de outubro de 1907, os clubes se enfrentaram e os Blues venceram os Toffees por 2 a 1, iniciando uma larga vantagem no histórico.
Durante estes 114 anos, as equipes já se enfrentaram 186 vezes e a equipe da capital tem uma certa supremacia. O retrospecto indica que o Chelsea venceu 74 vezes, enquanto o Everton derrotou o rival em 57 oportunidades e houve 55 empates na história. Um histórico longo, mas superior do Chelsea que foi potencializado no início do século XXI. Entre 2001 e 2009, as equipes duelaram 24 vezes e os Blues não perderam nenhuma partida, algo impressionante.
Em um recorte recente, o Everton venceu três confrontos, enquanto o Chelsea ganhou duas vezes. Mais ainda, é necessário ressaltar que os mandantes venceram os últimos cinco duelos. Esta sequência recente de triunfos dos times que jogam em casa ganha mais ênfase ao notar que os Blues estão invictos nos últimos 26 jogos de Premier League em casa contra o Everton, evidenciando a dificuldade dos Toffees em Stamford Bridge.
E isso ficou evidente no início deste ano, em 8 de março. Nesta data, o Chelsea venceu o Everton por 2 a 0, em casa, sendo este o último duelo entre as equipes. Os gols foram marcados por Ben Godfrey (contra) e Jorginho. Os melhores momentos da partida você pode conferir clicando aqui.
Como joga?
Em meio à crise e à tão sonhada regularidade, o Everton chega nesta partida sem um dos seus grandes destaques. O brasileiro Richarlison está com uma lesão na panturrilha e ficará fora por algumas semanas, possibilitando o retorno de Salomon Rondon ao time titular. Este é o primeiro destaque da parte tática do Everton, pois trata-se de uma mudança não apenas de uma peça, mas da forma de jogo.
Rafa Benítez sabe que terá grandes problemas já que venceu apenas duas das últimas 16 partidas de Premier League que não pôde contar com Richarlison. Logo, o brasileiro é crucial para os Toffees.
Além de organizar um sistema sem o Pombo, Rafa Benítez tem outro grande desafio: nenhum ex-treinador do Chelsea venceu a equipe em Stamford Bridge no Campeonato Inglês. Certamente, o treinador espanhol quer quebrar esta escrita.
Mesmo em um mau momento, a tendência é que os Toffees sigam com o seu tradicional 4-1-4-1, onde o primeiro volante tem a importante função de conectar defesa e ataque. Quando Fabian Delph é o escolhido, o Everton possui certas dificuldades e, por isso, Allan é esperado no time titular, já que Rafa Benítez deseja que o time tenha a bola em algumas oportunidades para tentar contragolpear.
Porém, o tema posse de bola é argumento tático bem falho dentro do clube de Liverpool. A equipe conseguiu ter o controle da partida apenas em uma das últimas 13 partidas, sempre estando atrás na estatística de posse de bola. A tendência é que os Toffees fiquem esperando o Chelsea.
Os jogadores
Na meta, o Everton conta com o irregular, contudo, talentoso goleiro Jordan Pickford. À frente do arqueiro, a dupla de zaga também é inglesa. Mason Holgate e Michael Keane são os zagueiros titulares e terão a missão de evitar que Romelu Lukaku balance a rede contra o seu ex-clube – ele marcou apenas um gol em cinco jogos contra os Toffees.
Já nas laterais, Séamus Coleman e Ben Godfrey realizam um importante trabalho defensivo e se juntam ao primeiro volante durante a saída de bola, sendo este um dos raros movimentos ofensivos da dupla. É certo que Coleman, por ser lateral de origem, apoia um pouco mais que Godfrey. O zagueiro de origem atua como ala por causa da lesão do ótimo Lucas Digne.
No meio, o primeiro volante é Allan, brasileiro que é crucial neste esquema de Rafa Benítez. No entanto, o jogador ficou fora da última partida e será avaliado antes do confronto com o Chelsea. Caso não tenha condições de jogo, Fabian Delph será o escolhido. À frente, em uma região mais criativa, André Gomes tenta ditar o ritmo do time, enquanto Adboulaye Doucouré tem a função de ir e voltar, abusando da sua força física para brigar em qualquer região do campo.
Pelas pontas, Anthony Gordon – já que Andros Townsend quebrou o pé – e Demarai Gray têm a função de dar amplitude ao ataque. Enquanto isso, Salomon Rondon fica centralizado, como referência. A tendência é que o centroavante tente receber várias bolas aéreas, mas a jogada com os pontas, utilizando o forte pivô do venezuelano, também é uma boa trama explorável.
A escalação
Por causa da extensa lista de baixas do Everton, que ainda conta com Dominic Calvert-Lewin, o time de Rafa Benítez tende a ir a campo com Pickford; Coleman, Holgate, Keane e Godfrey; Allan; Gordon, Doucouré, André Gomes e Gray; Rondon.