Como joga: Leicester é o adversário do Chelsea Women na rodada

Com o meio de semana voltado para a Women’s Champions League, o Chelsea Women retoma o foco no campeonato inglês neste fim de semana. Logo, as Blues receberão o Leicester Women neste domingo (10) às 8h30 no horário de Brasília. A partida é válida pela 5ª rodada da FA Women’s Super League e terá transmissão no FA Player e no Star+ (serviço de streaming dos canais Disney).

De pronto, na véspera de cada jogo das Blues, o Chelsea Brasil, assim como faz com o masculino, traz para você um guia especial detalhando as adversárias. Este é o momento para conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

Encontro de campeãs

Enquanto o Chelsea é o atual campeão da FA WSL, o Leicester é o campeão atual da FA Women’s Championship, a segunda divisão do futebol feminino inglês. Então, com a conquista do título na temporada passada, as Foxes chegaram à elite pela primeira vez em sua história.

Sendo assim, o confronto de domingo será o primeiro encontro oficial entre as equipes. Apesar de ambas trazerem o status de campeãs para o confronto, o favoritismo do Chelsea é evidente. Porém, o favoritismo nem sempre entra dentro de campo e o Leicester pode dar trabalho ao time de Emma Hayes.

A última temporada

O clube do centro-leste da Inglaterra chegou à segunda prateleira do futebol em 2018, ainda como uma equipe independente. No entanto, em 2020, a King Power, empresa proprietária do Leicester City, comprou a equipe e integrou-a ao projeto do clube. Como resultado, o futebol feminino foi inteiramente profissionalizado pelo clube.

Portanto, pouco menos de um ano após a integração com o Leicester City, a equipe já subiu para a primeira divisão do campeonato. Além disso, realizou campanhas positivas na FA Cup e na Continental Cup na última temporada. Enfim, o clube demonstra desejo em seguir investindo no futebol feminino e competir para atingir níveis ainda mais altos.

Os caminhos nas Copas

Na Continental Cup, as Foxes fizeram uma boa fase de grupos e chegaram ao mata-mata. Assim, estando no grupo E juntamente com Birmingham City e Blackburn Rovers, o Leicester terminou em 1º lugar com cinco pontos.

Logo, nas quartas de final a equipe enfrentou o Crystal Palace e com a vitória por 1-0 avançou para a fase seguinte. Porém, depois de um jogo bastante disputado, o Leicester acabou sendo derrotado pelo Bristol City pelo mesmo placar de 1-0. Dessa forma, acabou eliminado da Copa da Liga.

Ao passo que na FA Cup a campanha começou na quarta rodada. Em confronto contra o Liverpool, as Foxes venceram e avançaram na competição. Em seguida, enfrentaram o Manchester United, que era visto como favorito.

Contudo, o Leicester foi ao Leigh Sports Village e venceu as Reds por 3-2. Enfim, nas quartas de final mais um adversário de Manchester. Porém, dessa vez saíram derrotadas. O City venceu a partida com tranquilidade pelo placar de 6-0 no último dia 29 de setembro. Enfim, as Foxes foram eliminadas, mas demonstraram que podem desafiar times da elite e chegar cada vez mais longe.

O título inédito na Championship

Na segunda divisão do campeonato feminino inglês, o Leicester foi campeão com uma folga em relação ao 2º colocado. Durante as 20 rodadas, somaram 50 pontos. Ou seja, oito a mais que o Durham, que terminou na segunda colocação. Nesse sentido, foram 16 vitórias, dois empates e duas derrotas ao longo da campanha.

Jogadoras comemoram o título da Championship no King Power Stadium (Créditos: LCFC)

Além disso, as Foxes terminaram o campeonato com o melhor ataque da competição. Foram 54 gols no total, levando a uma média de quase três gols por partida. Da mesma forma, terminou com a segunda melhor marca entre as defesas da liga, sofrendo apenas 16 gols.

O destaque das Foxes foi Natasha Flint. A atacante de 25 anos foi a vice-artilheira da competição, marcando 17 gols. Por outro lado, a goleira Kristie Levell recebeu o prêmio de luva de ouro. Por fim, o técnico o time, Jonathan Morgan, recebeu o prêmio de melhor técnico da temporada.

2021/2022 para o Leicester até aqui

Até o momento, as Foxes não conseguiram vencer na temporada. Na estreia da FA WSL contra o Aston Villa, perdeu por 2-1. Em seguida, enfrentou o Manchester United em casa e também perdeu. Dessa vez pelo placar de 3-1.

Na 3ª rodada, o confronto foi contra o West Ham. Da mesma forma que nos jogos anteriores, mais uma derrota. O placar final da partida em Londres foi de 4-0 em favor das Hammers.

Depois, deu uma pausa no campeonato inglês para disputar as quartas de final da FA Cup. Mesmo fazendo parte da temporada passada, suas fases finais ainda estão sendo disputadas. Nesse sentido, as Foxes enfrentaram o Manchester City fora de casa e, mais uma vez, perderam. As Citizens aplicaram uma goleada de 6-0 e eliminaram o Leicester da Copa.

Por fim, na última rodada da FA WSL, enfrentou o Tottenham em casa e perdeu por 2-0. Nesse sentido, são apenas dois gols marcados. Por outro lado, são 17 gols sofridos – seis na Copa e 11 na Liga. Então, em apenas quatro rodadas, o Leicester já sofreu mais gols do que em toda a temporada passada.

Mesmo assim, o clube não está na zona de rebaixamento. Por enquanto, ocupa a 10ª colocação – tendo os mesmos zero pontos de Reading e Birmingham City. Porém,  com saldo de gols -9 consegue não ocupar a lanterna do campeonato.

Como joga?

O treinador Jonathan Morgan está no comando do time desde 2014. Apesar de jovem, tem experiência na função e, acima de tudo, esteve presente em diversos momentos da história do clube. Logo, com o tempo, conseguiu implementar sua visão de jogo e suas táticas. Ainda mais, conseguiu levar o time à primeira divisão.

O estilo de jogo implementado por Morgan favorece a posse de bola, uma estatística que foi dominada pelas Foxes na última temporada. A média de posse em 2020/21 foi de mais de 60% ao longo do campeonato. Assim, o time busca amplitude, especialmente com o posicionamento das laterais bem próximas das linhas de lado.

Quando as adversárias conseguem chegar ao ataque, a defesa do Leicester procura segurar a posição de forma a impedir o máximo possível que as atacantes entrem na área. Como resultado, o time consegue se recompor e tem mais chances de bloquear chutes e tentativas de passe oponentes.

Na transição da defesa para o ataque, as Foxes procuram pressionar as adversárias para dentro de seu próprio campo de defesa. Assim, as defensoras se aproximam do meio campo e constroem as jogadas de ataque preservando a posse de bola. Em outras palavras, o time busca trocar passes para criar jogadas e chances de gol.

Com a descida das defensoras para apoiar no ataque, as meias e atacantes ficam mais próximas criando superioridade no último terço do campo. Morgan costuma mandar o time com três jogadoras na linha de frente e elas tem uma movimentação bastante característica. Conforme uma atacante recua, a outra procura espaço para ocupar e criar uma linha de passe. Por fim, o ataque do time procura ditar seu próprio ritmo.

Elenco reforçado para estreia na elite

Enquanto a meia Remi Allen foi a única a deixar o time rumando para o Aston Villa, o clube trouxe seis reforços para a temporada. A defensora Abbie McManus e a atacante Jessica Sigsworth chegaram do Manchester United.

Assim também, a defensora Jemma Purfield e a meio-campista Molly Pike são ex-companheiras de clube que foram juntas para o Leicester. Ambas chegam do Bristol City.

Por fim, mais um par de defensora e meia que vem de um mesmo clube. A inglesa Georgia Brougham e a escocesa Abbi Grant trocaram o Birmingham City pelas Foxes. Logo, mais que reforçar o elenco, as chegadas garantem maior profundidade.

Possíveis dificuldades na temporada

Sobretudo, a saída de Rami Allen é uma grande perda para o elenco. Uma meio-campista experiente, a jogadora era a grande responsável por ligar defesa e ataque e arquitetar as jogadas do time. Portanto, além de uma grande liderança, as Foxes perdem uma grande referência para a sua organização tática.

Outro fator que pode beneficiar as adversárias são ataques rápidos. Por buscarem manter uma linha mais rígida na defesa, em situações de escapes velozes das atacantes adversárias podem castigar as Foxes. Isso porque as defensoras não conseguem, por vezes, acompanhar a jogada. Com isso, as oponentes chegam com mais facilidade e com menos marcação ao ataque.

Além disso, o Leicester comete erros no seu terço de defesa. Assim, as adversárias recuperam a bola facilmente e perto da meta defendida pelas Foxes.

Por outro lado, no ataque, a forma usual de jogo mais automática mina a comunicação entre as jogadoras. Dessa forma, algumas jogadas ofensivas são perdidas por confusões. Por exemplo, duas jogadoras ocupando o mesmo espaço ou disputando uma mesma bola. Em uma liga mais disputada, isso pode ser um grande diferencial. Ainda mais com os espaços deixados sendo menores.

Expectativas e provável escalação

Até o momento, o Leicester tem priorizado uma linha defensiva com quatro jogadoras – duas zagueiras e duas laterais. Juntamente com duas linhas de três no meio e no ataque. Em síntese, há grandes possibilidades de as Foxes serem escaladas no esquema de 4-3-3. No entanto, parece que o treinador ainda não achou a escalação ideal, e tem feito mudanças no time inicial para todas as rodadas.

Assim, levando em conta as escalações recentes e nas possibilidades, Jonathan Morgan deve iniciar com: LevellPurfieldPlumptreMcManus BroughamCainTierney e Pike; O’Brien, Sigsworth e Flint.

Diante de um Chelsea que pressiona bastante a marcação, é possível que o Leicester tenha dificuldade para controlar a posse de bola e criar jogadas de ataque com muitas trocas de passe. Porém, com as Blues postadas no último terço com uma linha de três zagueiras, jogadas de amplitude pelos lados do campo podem ser um desafogo.

A expectativa é que as donas da casa imponham o seu ritmo de jogo e cheguem com mais perigo à meta das Foxes. Só que o favoritismo nem sempre se confirma. O Chelsea terá que se organizar defensivamente para impedir as trocas entre as três atacantes adversárias. Caso contrário, as Blues podem acabar se complicando.

Da mesma forma, o Leicester deve ter cuidado ao trocar passes no seu terço defensivo – caso as atacantes do Chelsea roubem a bola perto da meta defendida por Levell há grandes chances de marcarem gols. Em síntese, para conquistar os três pontos Emma Hayes e seu time devem jogar com atenção e evitar erros que possam colocar em xeque as linhas defensivas. Além disso, as Blues devem impor seu ritmo de marcação e de criação para dominar a partida e, possivelmente, construir o placar ainda na etapa inicial.

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Article by: Nathalia Tavares