A Premier League chegou ao fim. A 38ª rodada do Campeonato Inglês da temporada 2020/21 acontecerá no próximo domingo, 23, às 12 horas, com todas as partidas disputadas simultaneamente. O título e o rebaixamento já estão resolvidos, porém algumas vagas europeias estão em jogo. E os Blues entrarão com força máxima para carimbar o passaporte para a próxima Champions League.
O Chelsea está em 3º e precisa apenas vencer a sua última partida para garantir a posição, ficando atrás apenas dos times de Manchester. E os comandados de Thomas Tuchel irão enfrentar uma equipe que não tem grandes interesses na rodada: o Aston Villa. Jack Grealish e companhia estão na 11ª posição e não ganharão ou perderão posição nesta última rodada.
Portanto, o confronto no Villa Park, no próximo domingo, será de extrema importância apenas para o lado londrino. Mesmo assim, o tradicional time de Birmingham, certamente, não facilitará na partida de encerramento, principalmente por contar com a sua torcida apaixonada nas arquibancadas.
O Chelsea Brasil traz para você um guia especial detalhando todos os rivais da semana. Desta vez, o adversário é o Aston Villa e você pode conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
Um tradicional time de Birmingham
Após conquistar 52 pontos na Premier League, o Aston Villa assegurou a 11ª posição, ficando atrás do Big Six, Leicester, West Ham, Everton e Leeds, ou seja, praticamente todos estes times têm maiores investimentos – a possível exceção é o Leeds, mas nada diminui a boa campanha feita pelos Villans. Sendo assim, a equipe de Dean Smith não tem nenhum objetivo nesta última rodada, a não ser encantar a sua torcida e incomodar o Chelsea que busca a vaga para a Champions League.
E a última partida deu uma injeção de ânimo ao time de Birmingham, já que venceu uma equipe do Big Six, fora de casa. Na última quarta-feira, 19, o Aston Villa visitou o Tottenham e venceu por 2 a 1, silenciando a torcida do time londrino. O grande ponto da partida foi a volta de Jack Grealish ao time titular após três meses fora da escalação inicial devido à uma grave lesão.
No entanto, o momento dos Villans na temporada não é dos melhores. Nos últimos 15 jogos, todos pela Premier League, o clube venceu apenas quatro partidas, empatou quatro vezes e saiu de campo com uma derrota em em sete oportunidades, ou seja, um ruim aproveitamento de 35,5% neste recorte de 15 duelos.
Detalhes defensivos e o desempenho
A grande característica da equipe foi a segurança defensiva em várias partidas. Com a ótima contratação do goleiro argentino Emiliano Martínez, o Aston Villa contou com o terceiro arqueiro com mais clean sheets da Premier League. Ederson do Manchester City ficou 18 jogos sem sofrer gols, Edouard Mendy do Chelsea passou 16 partidas sem ser vazado e, logo após o arqueiro dos Blues, Emiliano Martínez ostenta 15 jogos de Premier League sem sofrer gols, um número impressionante para uma equipe de meio de tabela.
Além da questão defensiva, dois pontos do desempenho chamam a atenção, mas estes dados animam a torcida londrina. Mandante do próximo jogo, a equipe tem números piores em casa do que longe do seu lar. Dentro do Villa Park, os Villans conquistaram apenas 22 dos seus 52 pontos, ou seja, um desempenho fraco como dono de casa: apenas 42,2% dos pontos conquistados.
Outro dado importante é que mesmo com uma expressiva goleada sobre o Liverpool, não conseguiu se impor contra os times do Big Six. Nesta temporada, a equipe de Dean Smith enfrentou os rivais em 12 oportunidades e perdeu sete duelos, ou seja, mais da metade dos confrontos. O Villa venceu apenas quatro vezes – Arsenal (2x), Liverpool e Tottenham -, além de um empate frente ao Chelsea no 1º turno.
Histórico do confronto
As equipes se enfrentaram em 155 oportunidades e o Chelsea venceu 63 duelos, tendo assim uma leve vantagem no retrospecto. O Aston Villa saiu de campo com a vitória 57 vezes, além dos 35 empates.
A vantagem do time de Londres surgiu nos últimos anos, visto o forte desempenho nas últimas 12 partidas. Desde 2012, os Blues venceram 10 confrontos, houve um empate e apenas uma vitória dos Villans.
Este sucesso recente no duelo fez a equipe de Roman Abramovich abrir vantagem no retrospecto e dominar os duelos frente ao Aston Villa. Porém, estes bons números nos confrontos estão presentes desde o início do milênio. Em 2000, os times se enfrentaram em uma final de FA Cup – exatamente, 21 anos atrás, em 20 de maio de 2000 – e o Chelsea venceu por 1 a 0, conquistando a Copa da Inglaterra.
O Chelsea de Gianluca Vialli contou com Ed de Goey, Mario Melchiot, Marcel Desailly, Frank Leboeuf, Celestine Babayaro; Didier Deschamps, Roberto Di Matteo, Dennis Wise; Gus Poyet, Gianfranco Zola (Tore André Flo) e George Weah (Jody Morris). O gol do título da FA Cup de 2000 saiu dos pés de Di Matteo, ex-jogador que levantou a taça da Champions no Chelsea como treinador.
O jogo anterior
Em 28 de dezembro de 2020, Chelsea e Aston Villa se enfrentaram no Stamford Bridge e o jogo terminou com empate no placar, mesmo com domínio do time de Londres. A grande diferença entre as duas partidas é o comando técnico dos Blues, já que o mandante daquela partida contava com Frank Lampard como treinador e, neste próximo jogo, Thomas Tuchel será o comandante.
Logo no início do duelo, o Chelsea chegou com Christian Pulisic quando ele aproveitou a falha no recuo da defesa adversária e bateu para fora. Porém, mesmo com o domínio, o gol dos Blues aconteceu apenas no minuto 34, após grande trama pelo meio. Mason Mount tocou para Olivier Giroud e o centroavante fez um toque de letra, como um pivô, para Pulisic. O camisa 10 encontrou Ben Chilwell na esquerda e o lateral cruzou para Giroud. A bola chegou na área em meia-altura e o atacante francês deu um “peixinho” para empurrar para as redes.
No entanto, mesmo com domínio do time de Londres – 63% de posse de bola e 16 finalizações -, o Aston Villa arrancou um empate no 2º tempo. O time de Dean Smith optou por não jogar a bola para fora após a queda de Andreas Christensen e seguiu na jogada aos 5 da 2ª etapa. Então, Jack Grealish inverteu para a direita e encontrou Matty Cash. O lateral fez um belo cruzamento e encontrou a defesa do Chelsea aberta, visto que não contava com um zagueiro. Anwar El Ghazi entrou livre na 2ª trave e bateu debaixo das pernas de Edouard Mendy: 1 a 1 no placar do Stamford Bridge.
O Chelsea seguiu em cima, tentou pressionar o adversário e até marcou um gol, mas o bandeirinha anulou o tento de Azpilicueta. O Aston Villa assustou o adversário com um excelente chute de McGinn no travessão, mas o jogo ficou com o empate de 1 a 1 no placar.
Como joga?
A queda de rendimento nos últimos 15 jogos – como citado anteriormente – tem uma razão evidente: a ausência de Jack Grealish. O craque inglês esteve fora por três meses, voltou como suplente frente ao Crystal Palace e Everton e retornou ao time titular na última partida contra o Tottenham. Coincidência ou não, o Villa venceu os Spurs e Grealish também deve jogar desde o início contra o Chelsea.
É necessário valorizar o bom trabalho de Dean Smith, porém a participação de Grealish é preponderante. O camisa 10 atua de forma livre no meio-campo e organiza a equipe, a qual sentiu muita falta do seu armador. Sendo assim, o time estará voltado à sua estrela e o Chelsea deve redobrar as atenções.
Entretanto, um detalhe interessante é que, mesmo sem Grealish, os Villans mantiveram o seu tradicional esquema: o 4-2-3-1 foi visto durante toda a temporada. O esquema possibilita escapadas rápidas e uma boa chegada dos volantes, um dos principais artifícios usados por Dean Smith. John McGinn e Douglas Luiz são talentosos e responsáveis por uma aproximação ao veloz ataque do Villa. Portanto, o time de Thomas Tuchel deve ficar atento com a velocidade das tramas e com os elementos surpresas que aparecem sem uma posição fixa.
Os jogadores
Ao iniciar a escalação do Villa, é destacável, mais uma vez, a ótima temporada de Emiliano Martínez. O goleiro chegou nesta temporada, atuou em todas as partidas da Premier League e foi um dos destaques do ano na Inglaterra.
Além do ótimo goleiro argentino, o Villa conta com três zagueiros e um lateral-esquerdo na defesa. Tyrone Mings e Kortney Hause devem formar a zaga, enquanto Ezri Konsa atua pela direita, mesmo que, em movimentos ofensivos, Konsa fique como um terceiro zagueiro. O defensor será utilizado na lateral porque Matty Cash está lesionado. Na esquerda, Matt Targett é um lateral que apoia bastante e fará dobradinhas como Anwar El Ghazi.
No meio-campo, como dupla de volantes, John McGinn e Douglas Luiz são figuras importantes. O brasileiro organiza a saída de bola e conecta a defesa ao ataque, principalmente encontrando Jack Grealish. Já o escocês é o famoso jogador que ataca e defende com a mesma intensidade, tendo inteligência para chegar na área em vários momentos.
À frente da dupla, Jack Grealish comanda a organização da equipe. Com muita liberdade, o jogador troca de posições constantemente com os pontas Bernard Traoré e El Ghazi. Traoré é cria da base do Chelsea e deixou os Blues em 2017 após alguns empréstimos. Os dois pontas são bem agudos e dão amplitude ao Aston Villa. Como referência, Ollie Watkins marcou 14 gols na sua primeira temporada na Premier League e é um grande jogador.
A escalação
Com destaque para as trocas de posição entre os três meio-campistas ofensivos – Traoré, Grealish e El Ghazi -, além das boas e surpreendentes chegadas de Douglas Luiz e McGinn – ambos também arriscam bastante de fora da área -, o Aston Villa tem algumas formas de protagonizar uma grande partida frente ao Chelsea.
Por isso, devem ir a campo com força máxima e a única baixa tende a ser Matty Cash, atleta que se lesionou contra o Everton, em 13 de maio. Logo, Dean Smith deve escalar a sua equipe com Martínez; Konsa, Hause, Mings e Targett; Douglas Luiz e McGinn; Traoré, Grealish e El Ghazi; Watkins.