O bairro Chelsea é conhecido por ter o metro quadrado mais caro de Londres. É a casa de pessoas como Kate Middleton – Duquesa de Cambridge – o cantor Elton John e a escritora J. K. Rowling. Nas ruas estão casas Victorianas, carros milionários, e pessoas bem vestidas circulando. Nesse ambiente surgiu o Chelsea FC, em 1905, atualmente o oitavo time mais rico do mundo e com os torcedores mais ricos em média salarial da Premier League. Até hoje, vários elementos característicos do bairro também estão presentes nos azuis de Londres.
Arquitetura
Os tijolos vermelhos aparentes, grades de ferro e itens de decoração luxuosos são bem característicos do clima de Chelsea, e o plano de reforma para a Stamford Bridge evidencia esses itens, numa tentativa de tornar o estádio mais contemporâneo, porém harmônico com o seu redor. O projeto é assinado pelo escritório responsável pelas duas arenas mais bonitas do mundo: O Allianz Arena, do Bayern de Munique, e o Ninho de Pássaro, em Pequim. Atualmente, o estádio tem características de uma construção contemporânea, com foco para acabamentos arredondados, vidros espelhados e o aço aparente.
Um fato curioso é que a casa dos Blues na verdade não fica no distrito de Kensington e Chelsea. A avenida do estádio pertence a Hammersmith e Fulham, bairro do lado, e com o terceiro metro quadrado mais caro do país. É lá que moram a maior parte dos jogadores. Inicialmente, o estádio era usado para competições de Atletismo, mas depois foi vendido aos irmãos Mears, fundadores do time.
Dinheiro
É preciso muito dinheiro para bancar o melhor que Chelsea pode oferecer, e essa frase cabe tanto ao time, quanto ao bairro. A rua principal do local é cheia de lojas de grife e restaurantes renomados; já os Blues têm muito a agradecer pelo investimento de Roman Abramovich. O russo comprou o time por 100 milhões de libras em 2003, e foi o pioneiro entre grandes bilionários a comprar times de futebol – algo comum na NFL, por exemplo.
Em nove temporadas após a compra, os Blues levantaram 13 troféus (três ingleses, quatro Copas da Inglaterra, duas Copas da Liga, duas Supercopas Inglesas, a Liga dos Campeões da Europa e a Liga Europa), enquanto Abramovich desembolsou mais de dois bilhões de libras entre reforços, salários, investimentos estruturais e rescisões de contratos.
Segundo Rick Glanvill, historiador oficial do clube, “Não estávamos nada bem em 2003. O dinheiro era curtíssimo e provavelmente teríamos que nos desfazer de um bom elenco para sanar dívidas. Se olharmos para o que tínhamos e o que temos hoje… Sinceramente, se Mister Abramovich resolver ir embora, já vai ter deixado muito, mas muito mais do que tínhamos uma década atrás. Hoje somos um clube sensacional.”
Elitismo
Nem tudo são flores em Chelsea. A torcida londrina é claramente elitista, e isso transparece de formas bastante controversas. Segundo um relatório da política britânica, os azuis de Londres lideram o ranking de casos de racismo envolvendo torcedores ingleses.
Em 2015, um homem negro foi impedido de entrar num metrô em Paris por fãs do Chelsea antes do jogo contra o PSG, e ainda cantaram “We’re racist, we’re racist, and that’s the way we like it [Nós somos racistas, nós somos racistas, e essa é a forma que gostamos].” O momento da ação foi gravado e os quatro envolvidos no incidente estão sendo investigados, mas só o fato de haver um canto com conotação racista já é digno de preocupação.