2013-2014: uma temporada de transição para o Chelsea

Mourinho foi anunciado no início de junho (Foto: Chelsea FC)
Mourinho foi anunciado no início de junho (Foto: Chelsea FC)

Após 10 meses muito intensos, a temporada 2013-2014 se encerrou para o Chelsea. A referida temporada, que começou com a empolgação do retorno do Special One¸ José Mourinho, terminou insípida para os torcedores dos Blues. Conquanto o “novo-velho” treinador tenha deixado bem claro que esta não seria uma temporada de vitórias, mas de evolução, visando a próxima, as chances de conquistas que o Chelsea teve, deixaram o fim da temporada absolutamente desapontador.

Os resultados, em si, ficaram dentro das expectativas do técnico português, mas, sempre que se avança tão longe nas competições, não é possível dissociar a surpresa do avanço do sonho da conquista.

Novidades no início da temporada: principais reforços vieram da Rússia

Desde a compra do clube, pelo russo Roman Abramovich, o Chelsea sempre marcou presença assídua no mercado de transferências europeu. Se a temporada anterior levou ao clube londrino um bom leque de jogadores ainda muito jovens, notadamente, o brasileiro Oscar, o belga Eden Hazard, o espanhol César Azpilicueta e o nigeriano Victor Moses, nesta o clube mesclou juventude e experiência em suas contratações.

Trazendo boa carga de vivência, para o ataque azul chegou o craque camaronês Samuel Eto’o – ex-Anzhi Makhachkala –, então com 32 anos. Outro que chegou com vasta história no futebol, foi o goleiro Mark Schwarzer, de 40 anos, e que veio para ser um reserva de confiança do ídolo Petr Cech.

William e Eto'o foram as principais contratações da janela de verão (Foto: Chelsea FC)
William e Eto’o foram as principais contratações da janela de verão (Foto: Chelsea FC)

A novidade, contudo, ficou a cargo do brasileiro William (também ex-Anzhi Makhachkala), que, apesar dos 24 anos já estava na Europa há sete, do alemão André Schürrle, vindo do Bayer Leverkusen e do holandês Marco van Ginkel, que se lesionou cedo e perdeu quase a totalidade da temporada. Michael Essien e Kevin De Bruyne foram outros que integraram o elenco do Chelsea, após períodos de empréstimo.

Por outro lado, a temporada também marcou o fim das passagens de Paulo Ferreira, que encerrou a carreira, Yossi Benayoun, Ross Turnbull, Florent Malouda e Jeffrey Bruma, vendido ao PSV Eindhoven.

Com a bola rolando, o início da temporada foi titubeante

Com as esperanças renovadas, principalmente em decorrência do retorno de José Mourinho, o clube estreou oficialmente na temporada, na partida contra o Hull City, válida pela primeira rodada da Premier League. Atuando em casa, o clube bateu os Tigers sem sustos, 2×0, gols de Frank Lampard e Oscar.

Após um empate sem gols contra o então campeão inglês, Manchester United, e uma vitória contra o Aston Villa (2×1), o clube pôde, pela primeira vez na temporada, lutar por uma conquista. No dia 30 de agosto de 2013, na Eden Arena, em Praga, o clube viu-se frente a frente com o Bayern de Munique, do treinador Pep Guardiola. Então atual campeão da UEFA Europa League, o Chelsea enfrentava o escrete vitorioso na UEFA Champions League, na luta pelo troféu da UEFA Super Cup.

Num jogo verdadeiramente azarado, os Blues saíram na frente aos oito minutos do primeiro tempo, com gol de Fernando Torres. Francês, Franck Ribéry empatou aos dois minutos do segundo tempo e a partida manteve-se parelha, indo para a prorrogação. Vale ressaltar que, faltando cinco minutos para o termo do tempo normal, o brasileiro Ramires recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso.

Nos trinta minutos complementares, o Chelsea voltou a marcar, com Hazard, aos quatro minutos. Todavia, sofreu um golpe de misericórdia. No minuto final do jogo, Javi Martínez balançou as redes do goleiro Petr Cech e levou a partida para os pênaltis. Vitória do Bayern, que assinalou todas as suas cobranças. Pelo lado do Chelsea, o belga Romelu Lukaku desperdiçou sua cobrança, no que pode ter determinado seu posterior empréstimo ao Everton.

Lukaku perdeu o pênalti decisivo contra o Bayern (Foto: Reuters)
Lukaku perdeu o pênalti decisivo contra o Bayern (Foto: Reuters)

Após a perda do título, o clube perdeu seus dois compromissos sequentes, 1×0 para o Everton, em Goodison Park, e 2×1 para o Basel, na estreia do time na UEFA Champions League, em Stamford Bridge.

Depois destes insucessos, aos poucos o clube foi se reestruturando, classificando-se para as oitavas de finais da competição europeia (com duas vitórias sob Schalke 04 e Steaua Bucaresti) e terminando o ano na terceira colocação da Premier League, após vitória contra o Liverpool (2×1). Nesse interregno, o clube também começou e terminou sua participação na League Cup. Depois de eliminar o modesto Swindon (2×0) e o Arsenal (2×0), o clube foi batido pelo Sunderland, por 2×1.

Por fim, é importante ressaltar alguns problemas que aconteceram no seio do elenco londrino. Com chances reduzidas no onze inicial, o craque espanhol Juan Mata, que perdeu muito espaço com as contratações de William e Schürrle, o ganês Essien e o belga De Bruyne encontravam-se manifestamente  insatisfeitos, causando alguma controvérsia na imprensa e gerando mal estar.

Com Mourinho, Mata perdeu espaço (Foto: PA)
Com Mourinho, Mata perdeu espaço (Foto: PA)

Com a janela de Inverno, ocorreram importantes mudanças no elenco

As referidas insatisfações levaram o clube a fazer modificações em seu elenco. Próximo do final de seu contrato, Michael Essien, desde 2005 jogador do Chelsea, teve sua saída permitida. Em negociação sem custos, o ganês rumou para o Milan. Por outro lado, Juan Mata e De Bruyne, negociados com Manchester United e Wofsburg, respectivamente, renderam quase £ 60 milhões aos cofres londrinos.

Com a necessidade de reposição para o elenco, os Blues voltaram ao mercado de transferências e dois novos atletas foram contratados. O volante sérvio, Nemanja Matic, que estivera no Chelsea entre 2009 e 2011, retornou ao clube, vindo do Benfica. Além dele, chegou ao clube o principal destaque do surpreendente Basel, um dos dois únicos clubes que venceram o Chelsea duas vezes na temporada. Egípcio, Mohamed Salah, veio para suprir a carência do ataque, sendo útil pelos flancos.

O sérvio Matic foi uma boa contratação do Chelsea (Foto: Getty Images)
O sérvio Matic foi uma boa contratação do Chelsea (Foto: Getty Images)

Para o futuro, o clube também contratou o jovem zagueiro Kurt Zouma, de 18 anos, ex-Saint-Étienne, que foi mantido (por empréstimo) em seu clube de origem, até final da temporada.

Mudança de estilo de jogo marcou a segunda parte da temporada

Com a virada do ano, o clube conheceu seu melhor momento na temporada. Na Premier League, o clube passou 10 rodadas invicto, com oito vitórias e dois empates. A mais importante delas aconteceu em Manchester, contra o City, quando Mourinho trouxe de volta seu famoso “ônibus”. Optando por escalar David Luiz, Matic e Ramires juntos no meio-campo, o treinador fortaleceu a marcação da equipe, que anotou um único gol aos 32 minutos do primeiro tempo, em finalização de Branislav Ivanovic, e resistiu bravamente à pressão do rival.

Entretanto, o clube também sofreu um revés nesse período. Em meados de fevereiro, depois de eliminar Derby County e Stoke City, o Chelsea foi eliminado da FA Cup pelo Manchester City, sofrendo derrota por 2×0, fora de casa.

Ivanovic foi o grande herói da vitória contra o Manchester City (Foto: Andy Hooper)
Ivanovic foi o grande herói da vitória contra o Manchester City (Foto: Andy Hooper)

A boa sequência dos Blues na Premier League foi quebrada na derrota ante o Aston Villa, por 1×0. Naquela ocasião, os torcedores da equipe presenciaram um jogo muito angustiante, com o clube sofrendo o gol da derrota aos 37 minutos do segundo tempo e vendo também as expulsões dos brasileiros William e Ramires. Depois deste resultado, o clube passou a oscilar na Premier League, conseguindo resultados absolutamente formidáveis, como a vitória contra o rival Arsenal por 6×0, mas também decepcionando com derrotas inesperadas, como as contra Crystal Palace e Sunderland.

Com as dificuldades para disputar o título inglês, que foi ficando cada vez mais restrito a Liverpool e Manchester City (apesar de o Chelsea continuar tendo chances matemáticas), o clube se focou na briga pela UEFA Champions League. Já tendo eliminado o Galatasaray nas oitavas de finais (3×1 no placar agregado), a equipe teve de enfrentar o Paris Saint Germain e, após ser derrotado por 3×1 em Paris, conseguiu vitória heroica em Stamford Bridge, 2×0. Este jogo marcou, ainda, o renascimento do senegalês Demba Ba, autor do gol da classificação, aos 41 minutos do segundo tempo.

Contra o PSG, Demba Ba marcou o gol da vitória (Foto: Reuters)
Contra o PSG, Demba Ba marcou o gol da vitória (Foto: Reuters)

Na decisiva semifinal, o adversário do Chelsea foi o Atlético de Madrid, sensação da temporada europeia. Na partida de ida, em Madrid, entrou em cena, novamente, o “ônibus” de Mou, garantindo a manutenção do 0x0 e levando a decisão para Londres. No entanto, em sua casa, o Chelsea se expôs e foi amplamente dominado por seu rival. O placar final, 3×1, decretou o fim do sonho do bicampeonato europeu.

Questionado sobre a mudança de estilo de jogo nos momentos cruciais da temporada – quando a equipe passou a desempenhar futebol, predominantemente, defensivo –, o treinador português garantiu que, não fosse a alteração feita, o clube não teria sequer chegado onde chegou.

Comandado por Diego Costa, o Atlético foi superior ao Chelsea (Foto: Reuters)
Comandado por Diego Costa, o Atlético foi superior ao Chelsea (Foto: Reuters)

Saldo final e expectativa para a próxima temporada

A falta de títulos nunca é algo para se orgulhar. Todavia, não se pode dizer que essa situação não tenha sido prevista no início da temporada. Como Mourinho asseverou, apesar dos pesares, algumas situações foram extremamente positivas na temporada. Para o treinador, todos os jogadores jovens do elenco puderam aprimorar suas condições técnica e mental durante os últimos 10 meses. Alguns, como Azpilicueta, se adaptaram a novas funções e evoluíram muito. Outros, como Hazard – notadamente o melhor jogador da equipe na temporada – , firmaram-se com grandes personagens do futebol mundial. O belga chegou, inclusive, a ser eleito o melhor jogador jovem da temporada inglesa, em votação realizada pela PFA (Professional Footballers’ Association).

Eleito pela PFA, Hazard foi o melhor jogador jovem da temporada inglesa (Foto: ThePFA)
Eleito pela PFA, Hazard foi o melhor jogador jovem da temporada inglesa (Foto: ThePFA)

Uma reconstrução foi feita no elenco e o clube certamente se preparou muito bem para a próxima temporada. Além disso, Mourinho prometeu que a próxima temporada seria melhor que a atual, e, considerando sua vitoriosa história, não vale a pena duvidar de suas capacidades.

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Com as esperanças renovadas, o torcedor do Chelsea aguarda grandes feitos para a temporada 2014-2015, com a expansão da coleção de troféus do clube. É o que nós, do Chelsea Brasil, desejamos. Que a próxima temporada traga mais sorrisos e emoções.

Até lá, ficamos na expectativa, cobrindo, com a qualidade e dedicação de sempre, o dia a dia dos Blues.

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Article by: Chelsea Brasil

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