Desde o início desta semana, houve muita expectativa por parte da torcida sobre uma resposta do banco Raine. O banco americano foi designado por Roman Abramovich para conduzir o processo de venda do Chelsea e recebeu ofertas até o último dia 18 de março. Dessa forma, se esperava que o banco fosse anunciar a lista de propostas finais no início da semana.
No entanto, o banco demorou a fazer suas escolhas e adiou a divulgação da lista de selecionados. Nesse sentido, é importante ressaltar que o Raine tem o papel de aconselhar tanto Abramovich como o Conselho do Chelsea. Em outras palavras, quem decidirá o futuro dono do clube londrino serão pessoas internas como Marina Granovskaia, Bruce Buck, Eugene Tenenbaum e David Barnard. Portanto, mesmo com alguns possíveis nomes aparecendo como possibilidades mais concretas, o processo não está finalizado.
Grandes nomes já estão fora
Ao longo do último mês, muitos nomes apareceram como possíveis novos donos do Chelsea. Porém, alguns deles acabaram não fazendo suas propostas e, por motivos óbvios, não poderão assumir o comando dos Blues. Por outro lado, nomes especulados e algumas novidades entregaram suas propostas ao Raine e apareceram como licitantes. Mais ainda, visando o futuro e sobretudo os valores que são a base do clube, a torcida já deixou bem claro que tem gente que não será bem-vinda.
Ainda na quinta-feira (24), o reporter Matt Slater escreveu para o The Athletic que dois nomes que ventilaram bastante na imprensa estariam fora da corrida para comprar o clube. Nesse sentido, são eles o americano Woody Johnson e o britânico Nick Candy, que era uma das partes do Blue Football Consortium.
Além disso, na manhã da sexta-feira (25), um dos membros do Saudi Media Group, que figurava como um dos favoritos da torcida para assumir o posto de Abramovich, anunciou que a proposta do grupo saudita não havia sido selecionada. Torcedor dos Blues, Khalid Al Khudair, se mostrou triste por não avançar no processo – mas que seguirá junto ao clube.
We did our best, dissapointed, but we will continue to bleed #Blue #chelsea #cfc pic.twitter.com/XUOInNRMVs
— خالد وليد الخضير (@KhalidAlKhudair) March 24, 2022
Os rumores que pipocaram nas redes sociais durante os últimos dias colocaram muitas figuras e consórcios como mais próximas ou mais distantes de comprar o clube. Logo, alguns nomes saíram como favoritos tanto da torcida como do banco. Outros não estão na graça da torcida, mas aparentemente têm o capital que o Raine precisa como garantia de que poderão gerir o clube. Assim, há nomes que já foram confirmados na lista de propostas aprovadas pelo banco.
Americanos saem como favoritos
Como era de se esperar, alguns donos de franquias esportivas nos Estados Unidos que estavam interessados no Chelsea foram selecionados pelo banco americano para seguir no processo. De acordo com Matt Slater, quatro consórcios liderados por americanos despontam como favoritos – lembrando que são favoritos no ponto de vista financeiro, a torcida se fará ouvida e as questões sociais e políticas também se farão valer.
Enfim, aparecem como os principais candidatos para assumir o clube: Todd Boehly, David Blitzer e Josh Harris, a família Ricketts e Stephen Pagliuca. Dentre os quatro nomes, a grande surpresa foi Pagliuca, dono do Boston Celtics (franquia da NBA) e da Atalanta (time italiano que disputa a Serie A). Isso porque, durante a semana, seu nome não apareceu muito nas manchetes e especulações. Por sua vez, Blitzer e Harris apareceram pouco, mas ainda assim receberam alguma atenção.
Em destaque desde o início
A família Ricketts, uma das proprietárias do Chicago Cubs, recebe muito da atenção. Em primeiro lugar, pelo dinheiro que eles estão dispostos a investir. Mas, principalmente, pela discriminação e pelo preconceito propagados por membros da família. Não apenas nas redes sociais, mas também em discursos. Dessa forma, os torcedores estão buscando, de toda forma, impedir que os Ricketts entrem no Chelsea, uma vez que os posicionamentos da família vão contra os valores do clube – e o que deveria ser o valor de qualquer pessoa. Sem dúvidas, os Blues – instituição e torcida – não compactuam com a discriminação (em qualquer ordem).
Por sua vez, Boehly já havia tentado comprar o clube londrino em 2019. Logo, ele espera ter sucesso na segunda tentativa. Além de ser um dos donos do Los Angeles Dodgers (franquia da MLB), Boehly é acionista do Los Angeles Lakers (franquia da NBA). Caso venha a ser o novo proprietário, então, ele poderá estar ligado a três dos mais valiosos times/franquias do mundo.
O que acontece com o Chelsea daqui para frente?
Apesar das confirmações dadas até o momento, pode ser que a torcida ainda tenha algumas surpresas. Contudo, uma coisa é certa: o processo não vai ser acelerado ao extremo.
Ainda no início de março, pouco depois de Abramovich anunciar que venderia o clube, o CEO do banco Raine afirmou que não correria com o processo para que o Chelsea terminasse em boas mãos. Por outro lado, a venda do clube deve terminar até o dia 31 de maio de 2022. Ou seja, o dia que marca o fim da temporada do futebol inglês. Caso contrário, o clube pode entrar em administração.
Em suma, caso o processo não acabe até o prazo, os Blues podem passar a ser administrados por uma parte terceira. E isso acarreta muitas coisas, em especial por parte da Premier League e, sobretudo, consequências de ordem financeira.
Portanto, por mais que o tempo hábil para a concretização da venda aconteça não seja muito amplo, nada vai acontecer de uma hora para outra. Por exemplo, o prazo para entregar as propostas ao banco americano passou do dia 15 de março para o dia 18 do mesmo mês. Da mesma forma, a seleção das propostas que deveria acontecer no início desta semana, só se deu no fim da semana.
Agora, está nas mãos do Conselho do Chelsea. O clube está podendo voltar a funcionar de uma forma mais próxima do normal, mas ainda assim muito diferente. A expectativa, enfim, é de o processo acabe até o fim de abril. Sendo assim, a torcida está cada vez mais próxima de quem será o próximo dono do clube e seguirá fazendo de tudo para que o novo proprietário esteja de acordo com as crenças e ambições dos Blues.