Embalado por cinco vitórias seguidas e sem sofrer gols, o Chelsea caminha a passos largos para uma nova era de sucesso. O time, agora bem adaptado ao estilo de Antonio Conte, se posta com muita qualidade na formação 3-4-3 e parece estar cada vez mais estável no seu novo plano de jogo.
Entretanto, alguns sacrifícios foram feitos para chegar ao estágio atual, e alguns nomes não são mais vistos entre os destaques dos Blues, nomes esses que surgiam como promessas valiosas ou mesmo estrelas consagradas. No último fim de semana, a equipe sub-23 do Chelsea entrou em campo contra o Southampton sub-23, em Cobham. Dentre os relacionados, Eduardo, Kurt Zouma, John Terry, Ola Aina, Marco van Ginkel, Cesc Fàbregas e Michiy Batshuayi.
É fato que todos os nomes citados são jogadores da equipe principal do Chelsea (Aina, apesar de atleta da base, já tem jogos pelos profissionais). Também é fato que jogos da equipe sub-23 são muito utilizados na readaptação e manutenção do ritmo de jogo dos jogadores lesionados e não utilizados. Porém, acho válido colocar também a reflexão: por que estes nomes não recebem oportunidades também na Premier League?
A resposta pode parecer simples, mas teimo em ver problemas. “Time que está ganhando não se mexe”, parece bem óbvio, mas esse time precisa ser mais que doze ou treze atletas que participam de cada partida. Situações de lesão e suspensão precisam e devem ser consideradas, em todos os setores. Para a defesa, o retorno do lesionado capitão Terry é questão de tempo, mas a reintegração de Zouma ao time não pode ser tão bem prevista. Seriam Cahill e Azpilicueta os donos da zaga, ao lado de David Luiz?
Já no meio campo e ataque, há uma situação mais delicada. Fàbregas, por exemplo, quase não joga com Conte. Se um dia, não pudermos contar com Matic ou Kante, ele deveria ser o primeiro a ser acionado, isso se já não alternasse na titularidades com seus colegas. Mas sua constante ausência pode criar um desconforto que resulte em transferência, situação que julgo não trazer alívio para nenhum torcedor.
Batshuayi também vem caindo no esquecimento. Sofreu com uma lesão, e nunca mais voltou. Sendo justo, sua concorrência é forte, com o incontestado Hazard, o surpreendente Moses, o ascendente Pedro e até mesmo a dupla brasileira Willian e Oscar, também tímidos há algumas semanas.
Vejo que a grande questão a ser destacada é: apenas onze começam o jogo, mas times como o Chelsea precisam jogar com quinze, vinte atletas de ponta. Por favor, não vejam nenhuma intriga ou pessimismo nisso, mas colocar nomes consagrados em equipes reservas para treinos pode ser uma forma de mantê-los ativos, mas não pode ser um caminho para vê-los com outras camisas.