Diagnosticada com pericardite, doença de quadro inflamatório que afeta o pericárdio, invólucro que envolve o coração, Fran Kirby se afastou dos gramados para tratar da sua saúde.
Sem jogar desde a partida contra o Manchester United em novembro de 2019, Kirby chegou a cogitar desistir do futebol. Em participação no programa Scottie Talks, no Instagram, a atacante afirmou que se sentiu mal em várias ocasiões. O problema foi tão sério que a fez quase ligar para Emma Hayes, treinadora do Chelsea FC Women, e para Phil Neville, treinador da seleção feminina da Inglaterra, para dizer que abandonaria o esporte.
“Eu cheguei a um ponto em que pensava ‘eu não sei o que é me sentir normal. Eu não sei como é acordar de manhã e me sentir como um ser humano e não sentir que estou lutando para descer as escadas’.”
Kirby também revelou que sua recuperação foi mentalmente difícil por ter que lidar com a recorrente volta dos sintomas.
“Voltei algumas vezes para tentar treinar, mas tive outro contratempo e, em seguida, outro contratempo. Mas conseguia, a cada vez, treinar por mais tempo sem apresentar sintomas.”
Futuro é promissor
Apesar dos momentos de dificuldade, a atacante das Blues seguiu com sua reabilitação. Falando ao The Football Show, disse ter aproveitado o momento de parada do futebol, em razão da pandemia do coronavírus, para reencontrar sua melhor forma física. “Agora, estou meio que no mesmo nível que todo mundo.”
Com a volta da Liga feminina em setembro, a expectativa é a melhor possível para que os fãs possam voltar a apreciar o futebol de Kirby. A camisa 14 já está participando regularmente dos treinos com o restante do elenco campeão.
O que o retorno de Fran Kirby pode oferecer às Blues?
Chamada de Super Fran pelos torcedores e de “mini Messi” pela imprensa britânica, Fran Kirby é uma atacante versátil. Assim, suas maiores armas são a sua leitura de jogo e sua capacidade de criação.
Apesar de ter sido a principal criadora por alguns anos, Emma Hayes utilizou-a na última temporada em área mais próxima do gol adversário. Desta forma, aproveitaria seus movimentos rápidos e sua grande capacidade de conclusão.
Ainda quando utilizada na última linha de ataque, Kirby não perde as características principais do seu jogo. Sua maior marca é quando ganha a posse de bola no meio e avança para o terço final do campo. Utilizando sua visão e criatividade para passar, se posicionar e receber a bola de novo, concluindo para o gol.
Seus movimentos são percebidos contra Manchester City e o Arsenal, que criam bloqueios na área central durante o ataque azul. Ajudando a quebrar as linhas, a habilidade de Kirby para cruzar e passar em longas distâncias pode fazer a diferença. Esse movimento é importante, já que os bloqueios adversários diminuem a efetividade de jogadoras como Sam Kerr e Bethany England.