Na noite da quarta-feira (20), Thomas Tuchel e seus comandados deixaram sua base de treinamento em Orlando e viajaram para Charlotte para enfrentar o time da cidade. Essa foi a segunda partida disputada na turnê de pré-temporada dos Blues nos Estados Unidos, que ainda terá mais uma partida contra o Arsenal no próximo sábado (23). Na sequência, os Blues terão mais um compromisso antes do início da Premier League contra a Udinese no dia 29 de julho no Estádio Friuli, casa dos adversários.
Controlando a partida do início ao fim, o Chelsea teve alguns sustos, mas, se manteve firme. O gol de Pulisic ainda aos 30 minutos de jogo deu ainda mais tranquilidade ao time inglês. Um pênalti cometido por Chalobah ao fim da partida deixou tudo igual e levou às penalidades. Convertendo todos os pênaltis, o Charlotte venceu a disputa, garantindo um ponto extra.
Domínio e um pouco de sorte
Tuchel escalou o XI inicial do Chelsea com Édouard Mendy no gol e a clássica linha defensiva de três com Reece James pela direita, Thiago Silva e Emerson pela esquerda. No meio, Callum Hudson-Odoi e Marcos Alonso foram os alas pelos lados direito e esquerdo, respectivamente. Assim, na faixa central estavam Jorginho e Kovavic, que não esteve na relação para o jogo contra o Club América.
Sem Timo Werner, por fim, o ataque Blue contou com Hakim Ziyech e Christian Pulisic pelos lados e Michy Batshuayi. De pronto, ficou evidente que Batshuayi destoava do resto dos homens de frente. Com um estilo mais centroavante fixo, o belga não teve muita participação e quando teve chances, desperdiçou. Por outro lado, Ziyech e Pulisic se mostraram bastante fluídos e sendo essenciais em quase todas as chegadas do time.
Tendo Kovacic e Jorginho no meio, os londrinos tiveram muita segurança para controlar a posse já bem trabalhada entre os defensores. Thiago Silva, como de praxe, foi soberano em todas as suas ações enquanto James e Emerson cumpriram bem seu papel de defensores abertos – sobretudo pelo fato de o time ter em campo com dois alas mais ofensivos, que deixaram a desejar.
Panorama inicial
O Charlotte buscou pressionar bastante o Chelsea de forma a dificultar as trocas de passe entre os defensores, um das marcas do esquema de Tuchel, assim como para impedir a saída de bola. No entanto, os Blues ainda conseguiam achar espaços e escapar e, deixando a marcação para trás, boas chances surgiam. Só que não eram aproveitadas.
Além do mais, em noite difícil para Hudson-Odoi e Alonso, o apoio das alas não foi tão diferencial como muitas vezes é. O que demonstra que com James atuando na zaga, os Blues tendem a perder muito na qualidade pelas laterais do campo – tanto defensiva como ofensivamente. De qualquer forma, em um golpe de sorte, depois de uma das únicas, se não a única, boa finalização de Batshuayi, a bola desviou na defesa e sobrou para Pulisic marcar sem grandes problemas.
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Nos 15 minutos restantes depois do gol, o cenário da partida se manteve parecido. Porém, com o Charlotte fazendo uma pressão um pouco maior já que buscavam o empate. O que não aconteceu. Assim, o jogo foi para o intervalo com a vantagem de 1-0 a favor do Chelsea no placar.
Reviravolta aos 45 do segundo tempo (literalmente)
Da mesma forma que no jogo anterior, Tuchel alterou todos os jogadores de linha. Logo, os Blues voltaram com Mendy no gol e a linha de três formada por Trevoh Chalobah e Malang Sarr pelos lados e Levi Colwill no centro da defesa. No meio, pelas alas, Kenedy e Ben Chilwell enquanto na faixa central atuaram Conor Gallagher e Ethan Ampadu. No ataque, Raheem Sterling, que fez sua estreia, Kai Havertz e Mason Mount.
Muito pelas características dos atacantes, o time pareceu mais leve na segunda metade do jogo. Os três homens de frente se movimentaram bastante e promoveram trocas entre si e, assim, criaram boas chances. Além do destaque para Sterling, que conseguiu boas escapadas, Mount também chamou atenção com a bola distribuição de bola, principalmente, buscando as laterais do campo para se utilizar da velocidade de Kenedy e Chilwell.
Gallagher e Ampadu tiveram atuações sólidas no meio, auxiliando defensivamente, sobretudo, por meio das disputas de bola, mas também dando apoio nas descidas ao ataque com bons passes progressivos. Gallagher, inclusive, apareceu bem perto da área, enquanto o galês ficou mais posicionado de modo a favorecer suas capacidades defensivas.
A partida também marcou a estreia de Colwill na pré-temporada, depois de perder o primeiro jogo por lesão. Apesar do início nervoso, o jovem inglês entrou na partida e conseguiu ajudar no controle da bola no terço defensivo, além de contribuir com bons passes progressivos. Enfim, Sarr e Chalobah, apesar do erro no final do jogo, tiveram atuações sólidas.
Atuação melhor e surpresas
Depois de superado um início nervoso, o Chelsea voltou a dominar a partida. Contudo, o Charlotte propôs mais o jogo, conseguindo boas oportunidades em bolas paradas – sobretudo em escanteios. Sendo assim, Mendy trabalhou um pouco mais no segundo tempo, mas estava dando conta do recado. A partir do momento que Levi Colwill entrou no jogo, a defesa se mostrou mais organizada e com Ampadu ficando próximo à linha defensiva, os defensores tinham mais opções de passe entre si.
Sem dúvidas, Mount foi o grande nome da partida. Capitão durante a etapa complementar, ele atuou como o maestro do time e com seus passes conseguiu distribuir muito bem a bola para todos os setores do campo – em especial ofensivo. Com isso, ajudou na criação de jogadas, assim como finalizou quando teve chances. Por sua vez, Chilwell e Kenedy trabalharam bem mais que os alas que atuaram nos primeiros 45 minutos. Enfim, Gallagher fez uma partida discreta, porém, deu apoio na distribuição de jogadas e demonstrou bom posicionamento na entrada da área.
Havertz também teve uma atuação discreta, contudo, a maior mobilidade do alemão deu outro tom ofensivo para o ataque. Por fim, o estreante da noite, Raheem Sterling, foi crescendo conforme os minutos passaram e conseguiu demonstrar seus pontos fortes: a velocidade e o drible. Assim, chegando perto da área por meio de boas escapas.
Apesar das chances criadas pelos dois lados, o Chelsea não confirmou a vitória e o Charlotte não conseguiu o empate – até o último minuto. Em finalização de Brian Romero, Chalobah tentou o bloqueio de braços abertos. A bola, então, bateu no braço do defensor dos Blues e o pênalti foi marcado. No estourar do relógio, Daniel Ríos converteu para empatar a partida.
Pelas regras da competição, enfim, houve uma disputa de pênaltis que terminou sendo vencida pelos donos da casa. Conor Gallgher tentou bater de cavadinha, mas falhou. E o erro do meia foi o que garantiu a vitória do Charlotte, visto que todos os outros jogadores acertaram suas cobranças.
Sem necessidade de desespero
É frustrante sair com “a derrota”, ainda mais em um jogo em que os comandados de Tuchel dominaram. Mais ainda, é frustrante sair com “a derrota” por um erro juvenil dentro do último minuto de jogo. Mas a pré-temporada é o momento de errar.
Muito mais que um espaço para ajudar jogadores a cravarem sua permanência no elenco, é a oportunidade para jogadores que não terão espaço conseguirem negociar sua saída – o que depende de interesse de outras partes que, por sua vez, depende de como esses jogadores performam. Além disso, os jogadores estão em um ritmo muito abaixo do normal. Logo, esses jogos estão sendo importantes, também, para recondicionar os jogadores – e nos casos de Sterling e Kalidou Koulibaly, integrá-los ao elenco.
Em suma, a pré-temporada não é um indicativo de nada. Ainda tem muita água para rolar e, sem dúvidas, todas as partes querem o melhor para o Chelsea, tanto os jogadores como a comissão técnica e a diretoria. Contudo, a última partida em solo americana trará um gosto especial: no sábado (23) às 21h os Blues enfrentarão o Arsenal em Orlando. A transmissão será, mais uma vez, pela TNT Sports na TV fechada, nas redes sociais e no aplicativo do Estádio TNT.
Ficha técnica
Charlotte FC (5) 1 – 1 (3) Chelsea
Bank of America Stadium
20/07/2022 – 21h35 (horário de Brasília)
Árbitro: Rosendo Mendoza
Primeiro tempo
Chelsea: Mendy; James, Thiago Silva, Emerson; Hudson-Odoi, Jorginho (c), Kovacic, Alonso; Ziyech, Batshuayi, Pulisic.
Gol: Pulisic 30′
Cartão: Pulisic 17′
Charlotte: Kahlina; Lindsey, Corujo, Sobocinski, Fuchs (c), Bronico, Bender, Ruiz, Gaines, Swiderski, Reyna.
Segundo tempo
Chelsea: Mendy; Chalobah, Colwill, Sarr; Kenedy, Gallagher, Ampadu, Chilwell; Mount, Havertz, Sterling.
Reservas não utilizados: Sharman-Lowe, Azpilicueta
Charlotte: Marks (Sisniega 76); Afful (Santos 82), Walkes, Makoun, Mora, Jones, McNeill (Alcivar 76), Jozwiak, Shinyashiki, Rios, Vargas (Romero 89).
Gol: Rios 90+2
Reserva não utilizados: Hegardt