
É sempre preferível que, ao contratar um reforço, a Premier League seja o alvo escolhido. E essa suposição acarreta uma série de fatores. Muitos jogadores que vêm de fora da liga enfrentam problemas de adaptação, principalmente por se depararem com um futebol mais dinâmico, que não suporta muitas jogadas individuais e exige movimentação intensa. Por isso, no caso de gastar bastante dinheiro com uma nova peça, é preciso ter olhar clínico. E Mourinho teve.
Se buscar nomes caseiros exige muito dinheiro no cenário atual, foi necessário contratar alguém que vivesse uma realidade parecida. No Barcelona, Pedro respirava dinamismo. Por isso ele driblou a adaptação e fez a diferença em campo.
Depois dessa mais que alongada introdução, vamos ao jogo. Assim como em partidas anteriores, o Chelsea começou desatento. Com a posse, mas sofrendo na retomada. Matic não vive bons dias, e provou isso ao errar um bote “fatal” dentro da área. Sorte do sérvio que Courtois cresceu para cima de Morrison na marca da cal.
Os Blues passaram a transformar a posse de bola em produtividade com a “entrada” de Pedro no jogo. Se antes, com Ramires/Oscar na linha de três ao lado de Willian e Hazard, havia uma inversão tímida de posicionamento, hoje ela foi insana. As trocas constantes das três peças, sempre muito velozes e com raciocínio apurado, foram um dos destaques da partida.
Pois bem. O primeiro gol nasceu pela direita, posição base de Pedro. O espanhol tabelou com Hazard, que estava de “10”, e trouxe para a esquerda. Finalizou firme, mas contou com um desvio para vencer Myhill. E tinha mais dele. Minutos depois, Pedro arrancou pela direita e cruzou na medida para Diego Costa, por trás da marcação, voltar a fazer um gol pelo Chelsea.
A situação parecia sob controle, até que o West Brom mostrou um pouco de seu repertório. Trama bem executada pelos mandantes que, após boa escorada de Rondon dentro da área, fizeram seu primeiro gol com Morrison. Entretanto, é necessário destacar o espaço dado por Matic na transição, que possibilitou o gol.
Ainda bem que, em questão de minutos, o Chelsea devolveu a boa trama adversária com uma ainda melhor. Linda enfiada de Cesc Fàbregas para Diego Costa, que ajeitou de peito para Azpilicueta finalizar com sutileza, no canto. Lance que encerrou o primeiro tempo com chave de ouro.
Os Blues acabaram fazendo um segundo tempo bastante passivo, de muita marcação (diferente da etapa inicial). E muito se deve ao senhor Mark Clattenburg, que expulsou Terry injustamente e adicionou o jogo de hoje a uma lista de partidas em que já prejudicou o Chelsea. Willian deu lugar a Cahill, e Pedro e Hazard se limitaram a um papel de marcação até o final dos 90 minutos.
Nem precisa dizer que sofremos pressão, e até um gol. McManaman teve facilidade para passar por Ivanovic e levantar para Morrison, que desviou para marcar o seu segundo gol. Fomos empurrados durante maior parte da etapa complementar, perdendo completamente o controle da posse e obrigando Mourinho a “estacionar o ônibus” nos minutos finais. Não podemos culpá-lo, até porque fomos prejudicados e ainda assim a vitória fora de casa veio, aliviando a situação para os lados da equipe londrina.
Considerações: Pedro foi o melhor em campo, mostrando que provavelmente não precisará de tempo para adaptação. Também vale destacar Courtois, que fez uma linda defesa em cobrança de pênalti. Apesar da injustiça sofrida hoje, Terry não mantêm o nível da temporada passada, enfrentando alguns momentos ruins. Matic, outro pilar, também deve. Zouma barrou Cahill entre os titulares e foi seguro, salvando o Chelsea em um lance capital. Willian se sente mas confortável como meia esquerda, mas Hazard nem tanto como armador. Diego Costa, enfim, deixou as encrencas de lado para jogar bola. E Mourinho, muito obrigado por contratar Pedro Rodríguez e assim esquecer DE VEZ que Ramires é ponta direita.