Nesta quarta-feira (01), a Seleção Inglesa de Futebol Feminino enfrenta o Japão pela semifinal da Copa do Mundo, no Canadá, às 20h, no horário de Brasília. Em uma campanha histórica, as Lionesses chegam pela primeira vez entre as quatro melhores seleções do mundo e tentam ser a zebra contra a atual campeã mundial, na busca por uma vaga na final, contra os Estados Unidos, no próximo domingo (05).
Mark Sampson convocou três jogadores do Chelsea Ladies para a competição e comentou sobre as expectativas da partida de logo mais:
“Nós temos apenas que vencer mais duas partidas para fazer história e criar um grande momento para a história do futebol inglês e um momento especial para esse time”.
O elenco inglês conta com a lateral-esquerda Claire Rafferty, que oferece um ótimo trabalho defensivo, a meia Katie Chapman, protegendo o meio de campo, e a rápida atacante Eniola Aluko. A Inglaterra chegou à Copa do Mundo ranqueada em sexto lugar e superou as expectativas, quando venceram, pela primeira vez, uma partida de fase mata-mata, alcançando a inédita semifinal do torneio.
As inglesas classificaram-se pela primeira vez para Copa do Mundo em 1995, mas apenas na sua segunda classificação, em 2007, houve jogadoras do Chelsea Ladies, ocasião em que as Lionesses perderam, na Suécia, nas quartas de final para o time Norte-Americano, por 3×0. À época, Casey Stoney jogou todos os minutos da competição; Aluko, em sua primeira passagem pelo Chelsea, também participou de duas partidas dessa edição; e Shiobhan Chamberlain era a goleira reserva e participou de apenas um jogo.
Em 2011, na edição realizada na Alemanha, a lateral-esquerda Rafferty foi a única representante do Chelsea na competição, tendo estreado como substituta em jogo das quartas-de-final, contra a França. Mesmo tendo perdido uma cobrança na disputa de pênaltis, a então jogadora de 22 anos, foi muito celebrada pela sua atuação consistente na defesa.
Mesmo com resultados distintos nas Copas do Mundo, o interesse pelo futebol feminino na Inglaterra cresceu muito. Com apenas 80 jogadoras registradas em 1995, hoje em dia, a FA conta com mais de cinco mil atletas registradas, além de 1.437 clubes adultos. Com a grande participação inglesa na competição, mais de 1.5 milhão de pessoas assistiram a vitória contra o Canadá e o time vem recebendo mensagens em redes sociais de pessoas como David Beckham, Príncipe Willian e atriz Emma Watson.
O lançamento da FA Women Super League, em 2011, e o fato de Londres ter recebido as Olimpíadas em 2012, com o Team Britain, aumentaram a visibilidade do futebol feminino em todo Reino Unido. O Chelsea foi vice-campeão da última edição da FA WSL e se mostra um clube de alcance mundial com a presença de Hedvig Lindahl e Ji So-Yun, que estiveram em ação na Copa do Mundo pela Suécia e Coreia do Sul, respectivamente. Kelly Simons, da FA, analisa a situação do time inglês:
“É um ponto de divisão de águas os tantos milhões que estão assistindo elas. Todo mundo está muito orgulhoso do trabalho da Seleção Inglesa. O nível da competição nunca esteve tão alto e o trabalho que elas fazem as ajuda a estar assim, competindo por cima”.
Com o grande desempenho das jogadoras, tem sido visto um maior apoio dos torcedores ao futebol feminino em toda Inglaterra. Bons exemplos foram os públicos que apoiaram as Chelsea Ladies na final da FA Women Cup, em agosto, contra o Notts County, no mítico Wembley, e durante a UEFA Women’s Champions League, para a qual os Blues se classificaram pela primeira vez.