A caminho de uma crise, Chelsea precisa se mexer para não perder a temporada

As últimas semanas não tem sido muito agradáveis para a equipe de Stamford Bridge – e, em especial, para o técnico Antonio Conte. Após duas derrotas seguidas para equipes menos expressivos pro placares surpreendentes, o Chelsea caminha rumo a uma possível crise às vésperas das oitavas-de-final da Champions League, com resultados que parecem expor um clima de tensão nos bastidores do clube.

Os fatores que parecem provocar essa assustadora queda de rendimento dos Blues dentro de campo, no entanto, não chegam a ser grandes novidades. Tudo começa, como já era de se esperar, com o desentendimento entre Conte e Diego Costa, e a fraca janela de transferências da equipe no início da atual temporada.

Que o técnico italiano possui sangue quente, isso não é nenhuma surpresa para os torcedores da equipe londrina. Tanto em suas reações dentro de campo quanto em algumas de suas entrevistas mais ácidas, Conte não costuma medir suas palavras e reações, costumeiramente exteriorizando suas emoções. E com o ex-atacante do Chelsea Diego Costa, a situação parece não ter sido diferente.

O atrito entre Conte e Diego Costa causou uma sutil ruptura no elenco, algo que pode estar refletindo na atual situação do clube (Foto: Clive Rose/Getty Images)

Durante o período de atrito entre treinador e jogador até a saída do camisa 9, a relação não parecia ser das melhores. Houveram momentos de calmaria, especialmente ao final da temporada com o título da Premier League, mas também houveram outros mais delicados, como quando Diego foi afastado do restante do grupo. Parte do elenco do Chelsea pareceu tomar as dores do companheiro em determinadas situações, mas o ato que causou maior abalo na relação foi, sem dúvidas, quando o técnico italiano informou ao brasileiro por mensagem que não pretendia contar com ele em 2017/18.

A dispensa de Costa, da forma como aconteceu, causou repercussões até agosto do ano passado, quando o jogador recusou se reapresentar ao clube londrino. Em setembro, sem ter jogado nenhuma partida pelo Chelsea na temporada, foi negociado com o Atlético de Madrid, onde foi oficialmente apresentado no dia 1º de janeiro.

Mas não é só do temperamento de um treinador que vive um clube. Os Blues, como instituição, também possuem sua parcela de culpa – exposta nas últimas janelas de transferências.

No início da temporada, o poder sobre a negociação de jogadores ficava ‘dividido’ entre três poderes: Michael Emenalo (ex-diretor técnico do Chelsea), Marina Granovskaia (também diretora do clube) e, é claro, Antonio Conte. Havia, no entanto, um sério problema entre as partes no momento de realizar contratações: o trio parecia não se comunicar.

Como se trabalhassem individualmente, Emenalo, Granovskaia e Conte realizavam suas negociações por conta própria, mas se esqueciam que era necessário a aprovação dos demais para concluir os negócios – em especial, a de Marina, que hoje é a mulher de confiança de Roman Abramovich, e quem da o aval financeiro para as contratações. Desta forma, uma série de maus entendidos passou a acontecer, entre eles, a quase contratação de Ross Barkley, que se concretizou apenas em janeiro deste ano.

A falha na primeira tentativa de contratar Ross Barkley é resultado da falta de comunicação entre os três responsáveis pelas transferências durante a primeira janela da temporada (Foto: Catherine Ivill/Getty Images)

Com poucas contratações – e praticamente todas concretizadas apenas no último dia da janela de verão – o ‘problema’ de relacionamento entre os três responsáveis por reforçar equipe campeã da Premier League se evidenciou com o pedido de demissão de Emenalo, em novembro de 2017. O ex diretor passou 10 anos trabalhando nos bastidores do clube, e além da responsabilidade de negociar jogadores, era também um dos principais responsáveis e conhecedores da base do clube inglês.

A saída do nigeriano, no entanto, não pareceu surtir o efeito esperado. Mais uma janela se passou e, assim como antes, poucos reforços chegaram as mãos do treinador.

O terceiro fator chave para a ‘crise’, porém, é algo que parece fazer parte da cultura dos Blues. Assim como aconteceu com José Mourinho em sua última passagem pelo Chelsea – e em algumas outras situações – o elenco possuí o poder de derrubar seus treinadores quando estão insatisfeitos. E pela forma abrupta como o rendimento da equipe tem caído nas últimas partidas, essa parece ser a resposta mais provável para o que vem acontecendo.

A quede de técnicos por vontade do elenco não é algo fora do comum no Chelsea, e algumas das atitudes de Conte podem fazer com que o italiano se torne o próximo da lista (Foto: Mike Hewitt/Getty Images)

Para solucionar os problemas, existem três caminhos. O primeiro (e mais simples) é demitir Conte. Se a adversidade é resultado da presencia do italiano, sua saída teria efeito imediato. O segundo caminho é ‘punir’ os jogadores que estivessem tentando penas derrubar o treinador. Essa é uma solução agressiva e que dificilmente teria o apoio da torcida. Já a terceira – e que, nas atuais circunstâncias, parece não viável – é manter o italiano no comando.

De qualquer forma, é evidente que o Chelsea precisa tomar uma atitude. Seja ela qual for, uma definição para a situação em que o clube se encontra é mais do que necessária.

Category: Chelsea Football Club

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Article by: Chelsea Brasil

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