Quem é Fran Kirby? À primeira vista, uma lenda e a maior artilheira do Chelsea, além de um símbolo do futebol inglês. Entretanto, sua história não se resume apenas aos campos.
Mais de uma vez a camisa 14 esteve perto de abandonar o futebol. Ainda que por motivos diferentes nas duas situações, a inglesa deu a volta por cima. Atualmente, faz história no clube e irá jogar a sua primeira Olimpíada.
A perda de sua mãe
Sua maior apoiadora
Primeiramente, desde criança Kirby gostava de jogar futebol. Contudo, nem mesmo ela acreditava em si mais do que sua mãe. Em diferentes ocasiões, foi Denise Kirby que motivou sua filha a se tornar uma jogadora. Ela tinha certeza que sua filha seria a melhor do mundo.
A perda e o luto tardio
Porém, quando Kirby tinha 14 anos, Denise faleceu. Teve uma hemorragia cerebral repentina, enquanto acompanhava sua filha no treinamento.
O baque, entretanto, demorou a atingir Kirby e sua família. Ela, assim como seu pai e seu irmão, não falavam sobre Denise. Era como se nada tivesse acontecido.
A inglesa estava reunida em Manchester com a seleção. Foi quando o luto veio e, junto com ele, uma severa depressão. Kirby tinha 16 anos e largou o futebol pois não tinha forças para continuar no esporte.
Foram quase três anos longe do futebol. Nesse meio tempo, havia dias que ela nem saia da cama. Sua rotina era ver televisão e comer pizza. Algumas vezes nem mesmo na escola Kirby ia.
O retorno ao futebol
Uma amiga de Kirby a chamou para jogar em seu time. Entretanto, não era um time com ambições profissionais ou algo do tipo. Eram amigas que se reuniam no domingo, sem treinar, jogavam e, independente de resultado, iam para o bar depois.
O fato de não haver pressão e de ser algo descontraído, foi o que reviveu a paixão de Kirby pelo esporte. Logo em seguida, a inglesa voltaria a jogar pelo Reading, dessa vez profissionalmente. Nos anos seguintes, ajudou o time a subir de divisão, foi artilheira do clube e contratada pelo Chelsea.
Mais um obstáculo superado
Uma fase incrível na carreira
Anos depois, tudo ia perfeito para Kirby. Em 2017-18 havia sido a melhor jogadora da Inglaterra e conquistado uma dobradinha pelo Chelsea. Em 2019, jogou a Copa do Mundo e conquistou um quarto lugar.
O diagnóstico e as dificuldades
Em novembro de 2019, entretanto, Kirby jantava em sua casa com Maren Mjelde e Bethany England. De repente, uma dor no peito a fez desmaiar. A princípio, suas amigas acreditaram ser um infarto. Contudo, foi descoberto que se tratava de uma doença no coração chamada pericardite.
Novamente, a camisa 14 teve que se afastar do futebol. As pessoas começaram a especular o motivo, na época não revelado. Quando Sam Kerr foi contratada, muitos disseram que era para substituir Kirby. Tudo isso a deixava mais deprimida e a fez se afastar das redes sociais.
Alguns dias, a inglesa não conseguia nem ao menos subir uma escada. Além disso, com a pandemia do corona vírus tudo se complicou ainda mais. Kirby se apoiou muito em seus cachorros e em conversas por vídeo chamadas com família e amigos para superar a doença.
O retorno de forma explosiva
29 de agosto de 2020. Essa é a data que Kirby retornou aos gramados. Ao todo, foram quase dez meses sem jogar uma partida. Enquanto muitos esperavam um retorno lento e gradual, a inglesa voltou em sua melhor forma.
Kirby conquistou a Women’s Super League e Conti Cup. Foi vice da Champions League, sendo artilheira da competição. Por fim, superou Eniola Aluko como a maior artilheira da história do Chelsea.