Lendas do Chelsea Women: a ícone Eniola Aluko

O Chelsea Brasil inicia nesta semana, uma série para apresentar lendas do Women. De antemão, a primeira atleta a ser lembrada é a atacante Eniola Aluko. Em síntese, sua carreira foi marcada pelo sucesso por clubes e seleção, algumas decepções e polêmicas fora de campo.

Antes de tudo, vale lembrar que Eni – como é carinhosamente chamada – é a segunda maior artilheira da história das Blues. Eventualmente, na temporada 2020/2021, foi superada por Fran Kirby. Por fim, Aluko nunca teve medo de se posicionar. Ao passo que brilhava no gramado, denunciava o que achava errado, no futebol e na sociedade.

Vida pessoal

Eniola Aluko nasceu no dia 21 de fevereiro de 1987, em Lagos, capital da Nigéria. Entretanto, ainda bebê, seus pais se mudaram para Inglaterra. Foi neste país que aprendeu a amar o futebol. A ex-atacante é filha de um político nigeriano e tem um irmão que também é jogador, Sone Aluko.

Carreira por clubes

Primeiramente, Aluko começou sua carreira no Leafield Athletic Ladies. Pouco depois, se juntou ao Birmingham City, clube onde se profissionalizou e jogou pela primeira vez com Karen Carney, também futura lenda do Chelsea.

Começo no profissional

Em 2001 fez sua primeira temporada como atleta profissional. Apesar de uma derrota por 7 a 1 sofrida para o Fulham, na final Copa Feminina da Premier League, ajudou o Birmingham a subir de divisão. Na sequência, foi eleita Jogadora Jovem do Ano, pela FA em 2003. Uma curiosidade: foi chamada de “Wayne Rooney do futebol feminino” por um antigo treinador.

Mudança para o Charlton

No começo de 2004, tornou-se atleta do Charlton Athletic. Logo depois, em março deu o troco no Fulham ao vencer a FA Copa Feminina da Premier League. O sucesso não parou e em agosto, levantou mais uma taça, dessa vez a Community Shield.

Nos anos seguintes, foi campeã da Women’s FA Cup de 2005. Por conseguinte, em 2006, faturou a FA Copa Feminina da Premier League e a Copa Feminina de Londres.

Enila Aluko com a taça da FA Cup de 2005
Aluko ganhou seus primeiros títulos no Charlton (Foto: Adam Davy/PA Images – Getty Images)

Primeira passagem no Chelsea e jornada nos Estados Unidos

Após o encerramento das atividades do time feminino do Charlton em 2007, Aluko teve sua primeira passagem pelas Blues. Contudo, uma vez que dividia o futebol com estudos, teve uma rápida estadia. Em resumo, vestiu as cores do Chelsea por pouco mais de um ano.

Por conta dos estudos, voou aos Estados Undios, onde ficou por três anos. Primeiramente, seu clube foi o St. Louis Athletica. Logo em sua primeira temporada, Aluko foi a artilheira do time. Eventualmente, foi essencial para tirar a equipe da última colocação e acabar o campeonato em segundo. Posteriormente, a inglesa teve rápidas passagem pelo Atlanta Beat (2010) e pelo Sky Blue (2011).

No início de 2012, desmotivada com o futebol, cogitou se aposentar. Porém, esperou pelas Olimpíadas. Então, representando o primeiro time de futebol feminino na Grã-Bretanha na história, reviveu sua paixão pelo esporte. Finalmente, mudou de ideia e repensou a carreira.

De volta à Inglaterra

2012 marcou o retorno da jogadora ao seu país. A princípio, o Birmingham foi o destino escolhido. O time ficou em segundo lugar na Women’s Super League, perdendo para o Arsenal. Contudo, ganhou a Women’s FA Cup em cima do Chelsea, sendo o primeiro título da história do Birmingham.

O surgimento de uma lenda

Já com certa popularidade, Aluko retornou ao Chelsea no final de 2012. Dessa vez, ambas as partes estavam dispostas a fazer a relação funcionar. Primordialmente, os dois primeiros anos não foram os melhores. Contudo, os títulos começaram a vir em 2015.

E em dobro, quando as Blues conquistaram a WSL e a Women’s FA Cup. Individualmente, Aluko foi eleita Melhor Jogadora do Chelsea e entrou no Time do Ano da WSL, concluindo a temporada vitoriosa.

A atacante continuou a boa fase, celebrando mais dois títulos com o Chelsea, na temporada de 2018. Antes disso entrou no Time do Ano da WSL em 2017 e foi a artilheira da liga nacional, em 2016.

Eniola Aluko com a taça da Women's Super League
Aluko ganhou quatro títulos e se tornou a maior artilheira do clube (Foto: Chelsea Football Club/Chelsea FC – Getty Images)

Fim do ciclo e desafio na Itália

2018 marcava a despedida de Aluko do Chelsea. De pronto, ela assinou com a Juventus, seu último clube. Ainda que tenha conquistado a Serie A, Coppa Italia e Supercoppa Italiana, a inglesa não teve sua melhor experiência em Turim, uma vez que sofreu com preconceito.

Em conclusão, no início de 2020 ela anunciou que se aposentaria do futebol. Era o ponto final de uma carreira marcada por vários títulos. Ainda por cima, sendo a maior artilheira da história do Chelsea.

A jornada na seleção

Assim como já dito, Aluko decidiu jogar pela Inglaterra ao invés da Nigéria. De pronto, a artilheira atuou no sub-17, sub-19 e sub-21, antes de estrear pelo profissional. Em suma, a atacante disputou a Euro sub-19 de 2003 pelas Leoas.

Sua primeira partida na seleção principal foi com apenas 17 anos, em 2004. Não demorou até Aluko marcar seu primeiro gol com a camisa inglesa, em 2005.

A atacante participou das Euros de 2005 e 2009. Além disso, também esteve presente nas Copas do Mundo de 2007, 2011 e 2015.

Eniola Aluko em ação contra a Alemanha em 2014
Aluko jogou mais de 100 jogos pela Inglarerra (Foto: AMA/Corbis – Getty Images)

Polêmica e fim da carreira internacional

Conforme dito no início deste texto, a atleta teve uma voz atuante em certas temáticas consideradas “tabus” antigamente. Dessa forma, em maio de 2016, Aluko denunciou o então técnico da Inglaterra, Mark Sampson, por racismo e bullying contra as próprias jogadoras da seleção.

À primeira vista, a FA disse não ter encontrado nenhuma evidência. Resultado: a jogadora teve que pagar uma multa. Porém, em 2017, as investigações concluíram que Sampson havia sim sido preconceituoso. E mais de uma vez com diversas comandadas. Enfim, a FA demitiu o treinador.

Por fim, em meio a sua postura denunciante, Aluko nunca mais foi convocada pela Inglaterra. Segundo a ex-Blue, assim como ela, outras jogadoras negras também pararam de ser chamadas. Inclusive, o fato de a seleção ser muito “branca” tem levantado debates na Inglaterra, em relação às oportunidades dadas às jogadoras negras.

Category: Chelsea Football Club

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