Na última semana, o atacante inglês Patrick Bamford, que pertence ao Chelsea e que está emprestado ao Crystal Palace, concedeu ao The Guardian uma entrevista esclarecedora sobre sua vida e carreira: o promissor jogador deu traços de sua personalidade – que foge do esteriótipo de jogador – e contou sobre os seus planos.
A entrevista começa com Bamford puxando uma porta de vidro em seu apartamento no oeste de Londres e analisando sua região.
“Você pode ver Stamford Bridge daqui. Também pode-se ver Wembley a partir do terraço, e há a London Eye. É uma boa vista.”
Bamford é, definitivamente, um perfil que foge do “jogador normal”. Ele toca violino, piano e violão, fala várias línguas e dorme à leitura de Flash Boys; já recusou uma bolsa de estudos em Harvard para se juntar ao Nottingham Forest, mas ainda tem interesse na vida acadêmica.
“Depois do futebol, eu quero ter o emprego de Gary Lineker, mas vou pensar sobre isso. Adoraria fazê-lo. Eu sempre brinco com meu pai, dizendo que é o que eu vou fazer quando aposentar.”
No entanto, Bamford ainda não pensa em seu pós-carreira. Atualmente, tudo que o promissor atacante inglês quer é provar, após empréstimo bem sucedidos em MK Downs, Derby Couty e Middlesbrough – onde ganhou o prêmio de melhor jogador da última Championship -, que pode se dar bem na Premier League.
No início desta temporada, Patrick tinha muitas opções para definir seu futuro, seja na Premier League – onde ele queria – ou até mesmo fora dela. Bamford revelou que o Real Sociedad, de David Moyes, demostrou interesse em seu futebol.
“Eu recebi um telefonema de David Moyes, ele estava interessado em me levar para a Real Sociedad, e eu estava muito entusiasmado com a ideia. Ir para fora me atraiu.”
“Eu também me reuni com outros dirigentes aqui e não percebi a princípio que o Crystal Palace estava interessado. Mas eu disse para meu pai que eu queria ficar perto de Londres, porque eu sou um jogador do Chelsea e, embora tenha gostado da minha passagem no Middlesbrough, estava frustrado por estar sempre me movendo ao redor [de Londres].”
“Eu senti como se eu realmente vivesse em qualquer lugar e pensei que teria de fazer isso todos os anos se eu continuar saindo por empréstimo. Foi quando eu decidi que eu queria ter minha própria casa.”
Contratado do Nottingham Forest por 1,5 milhões de libras, Bamford ainda não estreou pelo Chelsea, mas recentemente ele assinou uma renovação de contrato até 2018 e acredita que pode vingar em Stamford Bridge.
“Eu tenho que acreditar, porque caso contrário, não haveria nenhum motivo para eu ter feito tudo isso. Na minha cabeça, se eu não receber uma chance do Chelsea, terei falhado.”
Nas últimas temporadas, Patrick Bamford provou que tem potencial e que é um goleador nato, o que empolgou os torcedores do Chelsea, mas o atacante projeta melhoras em seu futebol: quer usar melhor seu físico e adotar um estilo mais agressivo em seu jogo.
“Na última temporada, eu trabalhei para me tornar mais agressivo em meu jogo, mas eu ainda posso ser mais. Não no sentido de sair por aí matando pessoas [risos].”
Ao citar o “estilo de jogo agressivo”, logo vem a cabeça o atacante Diego Costa, que talvez seja quem mais tenha esse perfil no futebol de hoje. Bamford diz que aprova seu estilo e ainda cita Luis Suárez, atacante do Barcelona.
“Eu gosto do jeito que ele [Diego Costa] joga. E eu ficarei programado para isso, mas também gosto do estilo de Suárez, mesmo que ele faça coisas que não podemos perdoar, como morder pessoas.
Saindo um pouco do assunto futebol, Bamford foi questionado sobre seus dotes culinários e musicais. Ele revelou que, quando jogava no Middlesbrough, seus amigos universitários de Newcastle aprovavam os pratos que fazia. Quanto à música, o atacante do Chelsea disse que seu violino já está empoeirado, mas conta que já levou um piano para o seu último clube.
Os “shows” de Bamford não param por aí: houve também a vez em que ele cantou no MK Downs. O dirigente até elogiou a cantoria, mas Patrick brinca dizendo que não sabia se ele era surdo ou não.