Acredite ou não, nós já passamos por quase um quinto da temporada 2014/2015. Realmente passou muito rápido e com essa rapidez que vai indo a Premier League, é bom destacar as principais características e marcas da nossa equipe. Acabei aproveitando esta parada da Premier League para fazer uma análise tática sobre ao sistema utilizado pelo Mourinho no Chelsea de 2004/2005 com o atual.
Se você tem aquela impressão de que o time do Chelsea de 2014 parece familiar, então você está no caminho certo. José Mourinho esculpiu seu elenco para esta temporada num estilo quase idêntico àquele que conquistou o título uma década atrás.
Algumas de suas decisões foram assustadoramente similares. Por exemplo, voltando ao verão de 2004, ele lançou dois jogadores veteranos (Jimmy Floyd Hasselbaink e Marcel Desailly) para abrir espaço para os mais jovens; trocou seu popular goleiro (Carlo Cudicini) por um camisa 1 mais promissor (Petr Cech); e, após emprestar um atacante caro que lutava para manter a forma (Hernan Crespo), ele assinou com um atacante estilo pivô muito forte do exterior, que adorava dar trabalho aos zagueiros (Didier Drogba). Aconteceu algo parecido neste verão no oeste de Londres?
Em termos táticos, Mourinho também estabeleceu vários padrões com o elenco que conquistou o título com 12 pontos de vantagem naquela ocasião, terminando a temporada com apenas uma derrota. A composição de seus quatro homens na linha de defesa contém três zagueiros centrais de origem, tal como aconteceu na época, com o lateral direito naturalmente mais propenso a apoiar o ataque do que seu lateral esquerdo.
No meio de campo, o treinador português parou com a rotação dos seus meias centrais, mantendo Nemanja Matic e Cesc Fàbregas no time titular, desde que estejam 100% em forma; assim como ele fez com a dupla dinâmica que tinha um estilo bem parecido em 2004/05, Claude Makelele e Frank Lampard.
Outra ‘coincidência’ é que os Blues contam mais uma vez com meias ofensivos que podem mudar a direção das jogadas com muita facilidade e, no ataque, seu plano de jogo é construído com um atacante ‘matador’ em seus 20 e poucos anos (Diego Costa), que está faminto por gols, assim como foi com Drogba, que deixou uma bela impressão no futebol inglês.
Se a abordagem do treinador do Chelsea nesta temporada foi intencional ou inconsciente, não podemos dizer com certeza, mas as comparações são irrefutáveis.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.