Chelsea exerce opção e estende contrato de Billy Gilmour até 2024

O Chelsea anunciou na segunda-feira (13) a renovação de contrato de Billy Gilmour. O contrato do meia escocês, que chegou a Londres em 2017, agora vencerá apenas em 2024. Antes do clube exercer sua opção de extensão, a previsão de vencimento do contrato era junho de 2023.

Sendo assim, o jovem seguirá vinculado aos Blues, pelo menos, por mais duas temporadas. Sem dúvidas, ele é uma das grandes promessas para o futuro do meio campo da equipe. No entanto, precisa de minutos de jogo e com regularidade para evoluir. Nesse sentido, Thomas Tuchel e o clube deverão pensar bem em como utilizar o jogador que, mesmo com 21 anos, já tem uma boa bagagem no futebol profissional.

Jornada como Blue

Gilmour chegou ao Chelsea na janela de verão europeia de 2017 vindo do Rangers. De pronto, atuou pela equipe juvenil dos Blues, participando de 29 partidas em sua primeira temporada no clube londrino. Mais ainda, anotou oito gols e deu três assistências ao longo das campanhas.

Já na temporada seguinte, ascendeu ao time de desenvolvimento (sub-23). Mesmo com 17 anos, o escocês foi bem no grupo de maior faixa etária, fazendo 32 jogos com a camisa azul. Foram nove gols e seis assistências somadas todas as competições. Além disso, ele foi uma das peças principais na campanha do vice-campeonato na UEFA Youth League.

Gilmour foi um dos destaques do Chelsea na Youth League 2018/19 (Reprodução: Chelsea FC via Getty Images)

Depois de duas boas temporadas na Academia e da assinatura de seu primeiro contrato profissional com os Blues, em 2019/20, ele recebeu sua primeira chance no time principal. Desse modo, Billy fez sua estreia no empate em 2-2 com o Sheffield United no dia 31 de agosto de 2019. Pelo time, naquela época, comandado por Frank Lampard foram 11 partidas. No mais, pelo time de desenvolvimento foram 15 jogos, com dois gols e quatro assistências.

Na temporada seguinte, o meia recebeu novas chances no time principal. Contudo, uma lesão no joelho o afastou dos campos desde julho até novembro. Logo, foram 20 jogos perdidos. Por outro lado, ao longo de todo o restante da temporada participou de apenas 14 partidas – sendo duas três delas com a equipe de desenvolvimento – e marcou apenas um gol. Mesmo entregando boas performances quando teve oportunidades, elas não foram muitas. Sendo assim, no total, foram 936 minutos jogados pelo clube. Nesse sentido, um empréstimo na temporada 2021/22 se mostrou como a melhor opção para a sequência do desenvolvimento de Gilmour.

Expectativas não correspondidas

Ainda em julho de 2021, portanto, o Norwich anunciou a chegada do meia dos Blues por empréstimo para a temporada. Houve grandes expectativas quanto ao empréstimo, sobretudo pelo fato de o então treinador dos Canários, Daniel Farke, ter trabalhado com Tuchel anteriormente. Em suma, parecia ser a oportunidade perfeita para Gilmour jogar com regularidade na Premier League. Contudo, a realidade foi bastante diferente.

A princípio, o meia começou como titular da equipe. Apesar do desempenho coletivo ser um tanto preocupante, uma vez que foram seis derrotas nos seis primeiros jogos do campeonato, o camisa 8 chamava atenção pela sua capacidade de controle de bola – e eventual distribuição. Porém, de uma hora para outra, Farke deixou Billy de lado. Em outras palavras, o escocês foi bancado e não entrava nas partidas. Enquanto isso a campanha dos Canários na PL ia de mal a pior.

Escocês foi um dos destaques do Norwich na temporada, apesar das campanhas muito limitadas do time na elite do futebol inglês (Reprodução: Getty Images)

Em novembro, Farke foi demitido e Dean Smith assumiu o comando do time. Logo na estreia do novo treinador, Gilmour voltou a atuar na vitória do Norwich por 2-1 sobre o Southampton. Mais ainda, o jovem deu uma assistência naquela ocasião. A partir de então, ele teve mais tempo de jogo. Porém, as performances do Norwich, como um todo, eram tão ruins que parecia que pouco estava sendo aproveitado em relação ao jogador do Chelsea.

Com isso, apesar de jogar 28 partidas (somando 2.068 minutos de jogo) em todas as competições, o empréstimo foi pouco proveitoso. E não apenas para o jogador, mas também para o clube. Nesse ínterim, foram apenas dois gols e duas assistências.

Sob perspectiva

O perfil @ChelseaLoanArmy fez uma thread sobre a opinião de torcedores de cada clube que recebeu um jogador dos Blues em empréstimo qual era seria a avaliação desse empréstimo. Em relação ao período em que Gilmour passou no Norwich a nota dada foi 2/10:

“Gilmour era minha contratação dos sonhos. No entanto, em retrospectiva, ele não é jogador para um time que briga contra o rebaixamento. Esse empréstimo foi uma perda de tempo para ambos os lados [jogador e clube]. Mas ele é só uma criança e no sistema certo, ele pode ter sucesso”. 

Ou seja, o que tinha tudo para ser um movimento brilhante acabou sendo uma grande decepção tanto para os Canários como para os Blues e para o próprio Billy. A esperança de que Farke fosse utilizar bem o meia acabou em poucas semanas. Em primeiro lugar pelo fato de o treinador ter bancado ele. Mas também, por conta de sua demissão pouco tempo depois.

Com a chegada de Smith, o meia teve sequência. Porém, o time se apresentou muito mal ao longo da temporada e em nenhum momento foi competitivo ou ao menos teve chances de sair da zona de rebaixamento. Por isso, mesmo sendo um dos destaques da temporada no time, suas capacidades não foram potencializadas muito menos testadas.

Pela Seleção

Na Seleção Escocesa, Gilmour escalou pelas categorias desde o sub-15. Até então, levando em conta todas as categorias, são 42 partidas pela Escócia com nove gols e cinco assistências.

Sua estreia pela seleção principal foi sob o comando de Steve Clarke foi no dia 2 de junho de 2021 em jogo amistoso com a Holanda que terminou com um empate em 2-2. Pouco depois, fez parte do plantel da Euro 2020 e logo na sua estreia na competição, ganhou o prêmio de melhor da partida. A partida também marcou seu primeiro início como titular na Escócia.

https://twitter.com/EURO2024/status/1405994710523592707?s=20&t=NXnN4nkhzpVOrwrbc58nhw

O que esperar na próxima temporada?

Com um novo dono na área e com o mercado recém-aberto, ainda há muito o que acontecer nesta intertemporada. É nítido que a defesa é uma prioridade para Tuchel resolver, só que possíveis saídas no meio de campo podem demandar mais atenção para o setor. De qualquer forma, a ativação da cláusula de renovação do contrato de Gilmour por parte do Chelsea dá indícios de que ele faz parte dos planos do clube.

Dado o cenário atual, é bem improvável que Billy chegue para assumir a titularidade ou ser um dos reservas imediatos. Deixá-lo como uma opção para eventuais emergências ou apenas para jogos de copa seria pouco inteligente. Por outro lado, retorná-lo para a equipe de desenvolvimento não faria qualquer sentido, uma vez que seria um passo atrás em seu desenvolvimento. Por isso, um novo empréstimo se mostra, olhando de fora e sob o panorama de momento, como a melhor opção para o jogador.

Não é necessário que seja um time da Premier League – apesar de que seria o ideal. Em outras palavras, como algumas experiências da temporada 2021/22 e até mesmo de temporadas anteriores demonstraram é possível que jogadores consigam performar em alto nível pelo Chelsea vindos de empréstimos em ligas inglesas mais baixas. Mas, lógico, que a primeira divisão é o ideal. Ainda mais para um jogador que já conhece o ritmo da liga e que já tem experiência.

Enfim, custa esperar para ver o que Tuchel decidirá. Lembrando que os Blues terão um torneio amistoso em julho nos Estados Unidos e os jogos disputados lá podem ser um divisor de águas para muitos jogadores. Mais ainda, os “vai e vens” do mercado ainda estão frios. Quando as movimentações aumentarem haverá maior certeza sobre quem sai e quem fica e, por consequência, quais serão os jogadores que estarão disponíveis.

Similaridades com um outro grande nome

O processo que o Chelsea desenvolve em relação a Gilmour parece bastante com o de Conor Gallagher. A grande diferença, no entanto, é que o primeiro empréstimo do escocês foi para um clube da Premier League exatamente pelo fato de ele já carregar uma certa bagagem como jogador do time principal do Chelsea. Gallagher, por outro lado, só debutou na elite do campeonato inglês após empréstimos a clubes de divisões inferiores.

O meia inglês foi emprestado ao West Brom na temporada 2019/20 e foi o grande destaque do time naquela temporada. Porém, suas performances ficaram limitadas ao coletivo. Em outras palavras, os Hawthorns não conseguiram disputar a Premier League de forma competitiva. Sendo assim, Gallagher fez boas atuações, mas sempre esteve inserido no contexto de um elenco cujo clube figurava rodada sim rodada também na zona de rebaixamento. Da mesma forma que ocorreu com Billy na temporada passada.

Por outro lado, o empréstimo de Conor para o Crystal Palace foi um grande sucesso. Ele conseguiu se desenvolver ainda mais sob o comando de Patrick Vieira que construiu, em pouco tempo, um elenco mais forte do que os elencos passados dos Eagles. Assim como conseguiu encaixar rápido as peças ao esquema, de modo que o Palace se manteve no meio de tabela, porém, conseguia desafiar os grandes clubes. Além disso, Vieira levou o time a semifinal da FA Cup. Agora, ao que tudo indica, Gallagher será integrado ao elenco de Tuchel para a próxima temporada e poderá assumir um protagonismo dependendo das movimentações de mercado.

Não mais uma promessa

Desse modo, mesmo diante da incerteza, uma experiência como a de Gallgher em 2021/22 pode ser muito interessante para Gilmour na temporada 2022/23. Sem dúvidas, o escocês tem qualidade para ser titular em muitas equipes da elite do futebol inglês – e ele precisa de sequência para chegar ao último patamar de seu desenvolvimento em campo.

Por mais que ainda seja jovem, Billy não pode ser mais tratado como uma promessa. Ele já demonstrou por diversas vezes sua qualidade e, com cada vez mais frequência, é convocado para representar seu país. Portanto, o escocês é uma realidade desde já. A grande questão que surge é: ele seria ideal para o esquema do Chelsea?

Suas atuações na temporada 2020/21 demonstram, de certo modo, que sim. Mas, não houve uma regularidade nas performances e jogos isolados não servem muito de parâmetro. De qualquer forma, Tuchel terá tempo para observar Gilmour na pré-temporada e tomar a decisão certa. A diferença em relação a temporada passada é que há grandes chances de o escocês passar a pré-temporada junto aos Blues. Com isso, podendo impressionar e conseguir sua chance.

A grande certeza é que ele precisa de minutos e a decisão final deve levar esse fator em conta acima de tudo. Enfim, custa aos torcedores esperar porque Billy Gilmour tem um potencial gigante que, se bem aproveitado, pode render muito mais frutos ao Chelsea. Não apenas em um futuro próximo, mas também por muito tempo.

Category: Mercado de Transferências

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Article by: Nathalia Tavares