Nas últimas semanas o noticiário Blue esteve ligado a questões extracampo. Contudo, dentro das quatro linhas, é preciso destacar a excelente fase de Kai Havertz.
O camisa 29 acumula seis gols e uma assistência nos últimos sete jogos. Dessa forma, segundo o perfil @Footstats, o alemão tem contribuído com uma participação a cada 92 minutos. Além disso, Havertz alcançou na partida contra o Newcastle a marca de artilheiro da equipe na “Era Thomas Tuchel” com quatorze gols no total.
Reviravolta na temporada
Entre os meses de agosto e dezembro, Havertz somente anotou dois gols e duas assistências na Premier League. Desse modo, fica fácil constatar que o atleta vinha apresentando um futebol abaixo do esperado. Para piorar, ao longo do mês de dezembro, o camisa 29 voltou a sofrer com a Covid-19. Nesse recorte de tempo, quem esteve à frente do comando de ataque e não correspondeu foi Romelu Lukaku.
Eis que surgiu uma pequena pausa no final do mês de janeiro para que o elenco do Chelsea pudesse descansar e, de lá para cá, reencontramos uma nova versão de Kai, a partir das mudanças feitas por seu compatriota Tuchel. O retorno do alemão como homem de referência foi essencial, não apenas para o atleta em si, mas também para que o time pudesse voltar a ter um coletivo mais forte.
A exemplo do que ocorreu na temporada passada, o Chelsea apresentou seu melhor futebol quando o trio de ataque foi composto por jogadores com mais mobilidade. Ou seja, com jogadores rápidos e, acima de tudo, com um modelo de jogo mais vertical.
Nesse sentido, Havertz consegue encontrar os espaços pelos flancos para atacar a defesa adversária. Com isso, gerando espaço pela faixa central do campo para a infiltração dos meias e dos atacantes, além das trocas de posição, que são frequentes.
Romelu Lukaku e Kai Havertz, juntos ou separados?
No dia 19 de fevereiro, o Chelsea visitou o Crystal Palace e venceu com um gol solitário de Hakim Ziyech. No entanto, algo que repercutiu muito na mídia inglesa foi a péssima atuação de Lukaku, que terminou a partida com sete toques na bola.
Coincidência ou não, desde então, Tuchel fixou Havertz como titular no comando de ataque. Três dias depois foi realizado o jogo de ida da fase oitavas-de-final da Champions League. Vitória por 2×0, boa atuação do camisa 29, inclusive com gol. Abaixo um recorte com o mapa de participação do alemão na partida.
Após a partida, Tuchel elogiou a partida do meia-atacante:
“Estou muito satisfeito pelo Kai. Seu esforço, ritmo de trabalho e o volume de áreas do campo que ele cobre pra nós é espetacular. Ele não tem vergonha de defender“.
Em seguida, explicou a escolha por Havertz em vez do camisa 9 como resultado da opção por “intensidade, pensando na alta velocidade e pelo trabalho duro sem a bola“, concluiu.
Assim, surgiram na mídia inglesa comparativos entre os dois atacantes, que reforçam a impressão sobre o comportamento dos atletas em campo.
De um lado está Havertz, que toca mais vezes na bola e que parece ter adquirido um condicionamento físico mais apropriado à Premier League. Por outro, os números do belga podem ser explicados pela forma como tem sido utilizado. Em outras palavras, aparentemente, a intenção era de que Lukaku pudesse fazer aquele jogo de pivô e fosse capaz de reter a bola no setor ofensivo. Contudo, isso não tem funcionado por fatores individuais e coletivos.
A dupla 9 e 29 é uma boa opção?
Acredito que os dois podem atuar juntos, afinal se tratam de grandes atacantes. Kai já demonstrou qualidade para atuar como um meia que joga por trás da referência. Ainda assim, uma mudança de função pode fazer com que seus números não sejam tão bons mesmo que siga jogando bem.
Por isso, não mudaria o posicionamento do Havertz neste momento da temporada porque ele vem numa crescente muito boa. Ao mesmo tempo, Lukaku também não demonstrou nas suas atuações recentes um futebol que o pudesse condicionar a ser titular novamente, pelo menos pensando a curto prazo.
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil