O final de semana é marcado por um clássico de Londres e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta 15ª rodada na Premier League.
Uma vitória suada em meio a uma atuação abaixo da esperada contra um valente, contudo, modesto Watford. O meio de semana do Chelsea não foi dos melhores, mas o clube conseguiu vencer e se consolidou como líder da Premier League. A diferença de um ponto para o Manchester City e dois para o Liverpool faz com que a equipe encare cada partida como uma decisão, visto que se manter na liderança é crucial para a sequência de uma longa e complicada competição como o Campeonato Inglês.
E nesta manhã de sábado, 04 de dezembro, o time azul de Londres terá mais um confronto muito difícil. O Chelsea visita o West Ham no London Stadium às 9:30 e a partida terá transmissão da ESPN Brasil e do Star+.
Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
O clássico dos melhores londrinos
O confronto entre West Ham e Chelsea é um dos duelos mais esperados da 15ª rodada da Premier League por motivos geográficos e esportivos. A partida deste sábado irá colocar frente a frente duas equipes que estão no G-4 da competição, mesmo possuindo objetivos diferentes.
Depois de vencer a Champions, os Blues querem erguer a taça da Premier League. Enquanto isso, os Hammers, após a quinta colocação em 20/21, desejam a classificação para a UEFA Champions League. Logo, os dois clubes estão posicionados nas suas respectivas metas, mas as presenças de alguns times com a diferença de um ponto atrás do líder Chelsea e do quarto colocado West Ham estão incomodando os clubes.
Porém, além de ser um confronto muito qualificado no âmbito esportivo, trata-se de equipes que estão bem próximas na questão geográficas. O Stamford Bridge e o London Stadium, palco da partida deste sábado, estão separados por apenas 15 quilômetros, ou seja, as equipes são vizinhas em Londres.
E além de serem ótimos times da capital, Chelsea e West Ham estão ostentando o rótulo de serem os melhores londrinos da atualidade. Donos da liderança e da quarta colocação, além de serem os únicos que estão na Champions e Europa League – Tottenham joga a Conference League e Arsenal, Crystal Palace e Brentford não disputam competições europeias na temporada -, os Blues e os Hammers protagonizarão o clássico dos melhores londrinos.
A atual temporada
Não, não trata-se de algo efêmero. A surpresa da última temporada da Inglaterra se mostrou consistente mais uma vez e está em busca de mais uma ótima temporada na Premier League. O time inglês ficou em quinto em 2020/21 e surpreendeu, visto que as últimas temporadas do tradicional time do leste de Londres não haviam sido tão positivas – inclusive, em 19/20, a equipe terminou a PL em 16º.
A temporada passada foi boa e os gestores do time inglês souberam dar sequência ao bom trabalho de David Moyes, além de fazer algumas contratações pontuais. Por isso, o West Ham faz mais uma boa temporada.
Na Premier League, o time londrino está na quarta colocação com 24 pontos em 13 jogos, isto é, a equipe venceu sete vezes, empatou em três oportunidades e perdeu quatro partidas. Além disso, os Hammers possuem o quarto melhor ataque da competição, atrás somente dos três líderes e equipes que estão em outro patamar – Chelsea, City e Liverpool.
Já na Europa League, o West Ham já carimbou a classificação direta às oitavas de final da competição e até poderá poupar na próxima rodada, visto que a liderança do grupo H já foi assegurada. Por fim, o clube inglês está chamando a atenção na EFL Cup, já que eliminou os dois clubes de Manchester e está forte atrás de um tão almejado título. Nas quartas de final, os Hammers enfrentarão o Tottenham.
Mais detalhes de 21/22
A grande questão desta temporada, até então, é que o West Ham ainda não está sendo tão dominante em casa na Premier League, assim como foi no ano passado. Em 20/21, a equipe teve o segundo melhor desempenho como mandante, ficando atrás apenas do campeão Manchester City. No entanto, neste ano, quatro dos sete tropeços do clube no Inglês aconteceram no London Stadium e a equipe conquistou mais pontos longe de casa do que frente à torcida.
Outro ponto destacável é que a fase atual do clube no Campeonato Inglês não é animadora. O West Ham perdeu dois jogos – Wolverhampton e Manchester City – e empatou com o Brighton, nos três duelos da PL disputados após a data FIFA de novembro.
Histórico do confronto
Mesmo com a rivalidade e sendo times históricos, Chelsea e West Ham nunca se enfrentaram nas fases mais agudas de nenhuma copa e a história ficou quase que exclusiva no Campeonato Inglês. E os Blues tem vantagem no retrospecto, visto que venceram 52 jogos, houve empate em 22 oportunidades, enquanto os Hammers saíram vitoriosos 42 vezes em 116 clássicos já realizados.
Um detalhe interessante dos encontros é que esta vantagem dos Blues se consolidou após a chegada de Roman Abramovich. Depois de 2003, as equipes protagonizaram 32 duelos: o clube azul de Londres venceu 20 vezes, houve seis empates e o West Ham venceu outros seis jogos.
Já na Premier League, os clubes protagonizaram a 50ª partida no último encontro e o Chelsea alcançou a 27ª vitória, sendo que já aconteceram nove empates e o West Ham venceu em 14 oportunidades na era moderna do Campeonato Inglês. Uma curiosidade é que, nas últimas duas temporadas, uma das equipes venceu as duas partidas do ano. Em 19/20, o West Ham ganhou fora de casa e, em 20/21, o Chelsea bateu o rival como mandante e como visitante. Alguém fará uma nova dobradinha em 21/22?
Na última temporada, como dito anteriormente, o Chelsea venceu o rival em duas oportunidades. Dentro de casa, em 21 de dezembro, Thiago Silva e Tammy Abraham (duas vezes) marcaram e o time, que ainda era treinado por Frank Lampard, venceu. Já no segundo turno, já sob comando de Thomas Tuchel, em 24 de abril, Timo Werner decretou o placar de 1 a 0, sendo este o último confronto entre as equipes.
Como joga?
Enfrentar uma equipe treinada por David Moyes é igual a duelar com um time bem aguerrido que faz o uso correto da força física. Certamente, Thomas Tuchel já conversou com os seus comandados sobre a provável tentativa de imposição corporal que o West Ham fará durante a partida. Porém, o jogo dos Hammers não se resume a esta ideia mais física.
O time de Londres também tem muita qualidade para atacar e os seus grandes destaques estão na saída de jogo. A dupla de volantes, formada por Declan Rice e Thomas Soucek, faz o “feijão com arroz”, um trocadilho inevitável com o nome do volante inglês. Eles atuam de forma simples e consistente, sendo cruciais para o West Ham. Ambos foram titulares em 14 das 14 partidas feitas pelo clube na Premier League e são os líderes técnicos e táticos da equipe. Soucek e Rice fazem a saída de jogo, desarmam muito e conectam defesa e ataque com muita qualidade.
A grande questão é que, mesmo com boas atuações da dupla de volantes, o West Ham não vive uma boa fase. Como dito anteriormente, nas últimas partidas, os Hammers somaram apenas um ponto e não vencem na Premier League há quase um mês. Nestes confrontos, o time de David Moyes teve menos posse de bola do que todos os adversários, ou seja, o clube londrino não conseguiu controlar o jogo.
Levando em consideração o estilo de jogo do Chelsea, a tendência é que o West Ham seja novamente dominado e tenha dificuldades para propor o jogo nestas circunstâncias. A título de exemplo, a equipe finalizou menos que oito vezes em três das últimas quatro partidas.
Os jogadores
O tradicional 4-2-3-1 do West Ham começa com um experiente goleiro Lukasz Fabianski. O polonês é arqueiro do clube londrino desde 2018 e segue em um bom nível. Na zaga, por causa da lesão de Angelo Ogbonna, Craig Dawson atua pela direita, enquanto Kurt Zouma é o zagueiro pela esquerda. Por causa do francês, recém-contratado pelos Hammers, há um risco de “lei do ex” no London Stadium, visto que Zouma pertencia ao Chelsea.
Nas alas, Vladimir Coufal retomou a titularidade e segue como uma ótima opção pela direita. Já na esquerda, o jovem Ben Johnson está jogando improvisado por causa dos problemas físicos de Aaron Cresswell. Johnson tem 21 anos, estava fazendo boas partidas pela direita e foi remanejado para a esquerda, possibilitando o retorno de Coufal.
No meio, a dupla de ótimos volantes já foi descrita e dispensam novos elogios: Declan Rice e Thomas Soucek são pilares da tática de David Moyes. À frente, na linha de três meio-campistas, Jarrod Bowen atua como meia-direita, enquanto Pablo Fornals se posiciona como meia-esquerda e o argentino Manuel Lanzini arma centralizado. A curiosidade é que, enquanto Bowen atua como um legítimo ponta canhoto que joga pela direita – recebe aberto e leva para o meio -, Fornals tem uma função de criar pela esquerda e se aproxima bastante do centroavante.
Como referência, o West Ham conta com o tanque Michail Antonio, atacante que esbanja força física. Com seis gols na Premier League desta temporada, Antonio se tornou o maior artilheiro dos Hammers na competição e ainda é o goleador máximo do clube na atual edição. O centroavante até sentiu problemas no joelho e é dúvida, mas a tendência é que Antonio esteja em campo no clássico.
A escalação
Com isso, David Moyes deve escalar o West Ham com Fabianski; Coufal, Dawson, Zouma e Johnson; Rice e Soucek; Bowen, Lanzini e Fornals; Antonio.