Análise Tática: Birmingham City 0 x 4 Chelsea – Kirby, Kerr e Harder ao resgate

Chelsea e Birmingham já se enfrentaram neste início de temporada. Porém, naquela ocasião, o confronto aconteceu nas quartas de final da FA Women’s Cup 2020/21 – a final da competição será no próximo dia 5 de dezembro, em Wembley. No St Andrew’s Stadium, as Blues venceram por 4-0 e conseguiram a classificação para a fase seguinte.

Agora, as equipes se encontrarão novamente na FA Women’s Super League. A partida válida pela 8ª rodada da competição acontecerá neste domingo (21), em Kingsmeadow, às 11h (horário de Brasília). Nesse sentido, a transmissão acontecerá pelo FA Player.

Logo, por conta da proximidade entre os confrontos, o Chelsea Brasil deixará aqui o “Como joga” feito para o último jogo entre as equipes para o leitor compreender melhor o estilo de jogo do time de Scott Booth.

Enfim, neste “Análise Tática” aspectos chave do encontro do confronto anterior serão apontados para ajudar ainda mais na leitura do jogo das adversárias. Bem como serão destacadas as expectativas e as possíveis escalações para o jogo deste fim de semana.

Tempo e paciência para construir o placar

Emma Hayes um time misto para enfrentar o Birmingham na copa. Principalmente, para preservar suas jogadoras para a sequência de jogos do início do mês de outubro. Portanto, as Blues entraram em campo no esquema de 3-4-3 com:

Por outro lado, Booth escalou seu time no esquema de 4-3-3. Sem contar com desfalques e jogando em casa, o Birmingham entrou com força total em campo:

O Chelsea dominou a partida do início ao fim. Contudo, teve dificuldades para abrir o placar – o que só aconteceu aos 16 minutos do segundo tempo. De qualquer forma, uma vez que Sam Kerr inaugurou o placar e com as entradas de Fran Kirby e Pernille Harder, a ofensividade do time aumentou. Logo, a vantagem aumentou rapidamente e as Blues conseguiram uma vitória convincente.

Créditos: Chelsea FC

Linhas baixas e concentradas

Durante todo o jogo, em especial no primeiro tempo, o Birmingham buscou dificultar as ações ofensivas das Blues. Nesse sentido, a posse de bola da partida foi esmagadora em favor do Chelsea. Ao mesmo tempo, o time de Londres conseguiu chegar ao ataque um número considerável de vezes. Porém, não era fácil furar as linhas de marcação do Birmingham.

Ainda mais, em grande parte das descidas ofensivas do Chelsea, as adversárias tinham quase todas as suas jogadoras atrás da linha da bola. Com isso, as comandadas de Hayes tiveram que movimentar bastante a bola para achar espaços. E, mesmo quando achavam, tinham dificuldades para aproveitá-los. No lance abaixo, por exemplo, fica evidente a concentração da defesa do Birmingham cercando e adentrando a pequena área:

Mais que concentrar suas linhas, o Birmingham, por grande parte do tempo, obrigada o Chelsea a construir suas jogadas pelas laterais do campo:

Eventualmente, as Blues conseguiam descidas pelo meio. No entanto, ainda se viam paradas pelas linhas defensivas do Birmingham:

Independente da forma como o Chelsea descia para o ataque, não havia muito espaço para trocas de passe. Porque as linhas de marcação do Birmingham se organizavam a partir da intermediária, as zagueiras do time londrino tinham liberdade. Até mesmo para avançar no campo:

Mudanças chave e desencanto do ataque

Ainda no intervalo, Emma Hayes substituiu Sophie Ingle por Sam Kerr, dando mais força ao ataque. Dessa forma, Erin Cuthbert foi para o meio de campo, também garantindo mais velocidade e ofensividade às jogadas.

Na segunda etapa, a defesa do Birmingham ainda pressionava bastante as Blues e as jogadas pelas laterais eram preferidas em grande parte das descidas. Então, uma alternativa encontrada pelo time foi realizar cruzamentos longos para a pequena área e foi exatamente em uma jogada assim que Kerr abriu o placar:

Pouco depois, novas mudanças no time: Jorja Fox, Drew Spence e Bethany England saíram para as entradas de Niamh Charles, Fran Kirby e Pernille Harder. Com isso, Emma deixou o time ainda mais ofensivo buscando ampliar a liderança e garantir a vitória.

Apenas cinco minutos após as substituições, o segundo gol das Blues saiu. Mais uma vez, sendo originado de um cruzamento longo em direção à área:

Assim, a goleira Marie Hourihan conseguiu evitar que o cruzamento de Bright acabasse se tornando um gol. Mas, a bola sobrou para Kirby que só empurrou para ampliar o placar.

Depois de muita luta, a linha de marcação foi quebrada

Apesar dos dois gols e do amplo domínio na partida, o Chelsea só conseguiu efetivamente furar a última linha do Birmingham nos 20 minutos finais do jogo. E isso se deveu muito, à princípio, às qualidades individuais de Pernille Harder e Jessie Fleming. Mas também ao entrosamento do time, que permitiu a construção e o aproveitamento de uma boa jogada:

O Birmingham desde então

Depois do confronto com as Blues no dia 29 de setembro, o Birmingham jogou mais seis partidas. Nesse sentido, quatro delas foram pela FA WSL:

  • Birmingham City 0 x 2 Manchester United
  • West Ham 1 x 0 Birmingham City
  • Birmingham City 0 x 3 Reading
  • Birmingham City 0 x 1 Aston Villa

Enquanto outros dois foram pela fase de grupos da Continental Cup – a copa da liga:

  • Birmingham City 0 x 1 Brighton
  • Birmingham City 0 x 4 West Ham

Com isso, o time, no momento, ocupa a 11ª colocação do campeonato inglês, com apenas um ponto conquistado em sete rodadas. Na copa da liga, por sua vez, está em último lugar do grupo e tem apenas mais um ano pela frente.

Expectativas para a partida

No jogo do meio de semana, Emma Hayes poupou algumas jogadoras, bem como seguiu sem contar com Harder e Nouwen – que só voltarão após a data FIFA. Nesse sentido, as jogadoras que atuaram por menos tempo e aquelas que não entraram no jogo da Champions League devem figurar entre as titulares esta semana.

Além disso, na partida contra o Servette, Hayes optou à princípio por uma linha de quatro defensoras. O que foi possível por conta da volta de Maren Mjelde. Porém, com o rolar do jogo, o Chelsea retomou a formação com três zagueiras e, surpreendentemente, a melhora no time foi evidente. Por isso, há grandes chances da retomada do esquema de 3-4-3 para a partida deste fim de semana.

Enfim, pela primeira vez em mais de um mês, as Blues terão duas partidas seguidas em casa, o que também favorece o descanso e o condicionamento físico das jogadoras. Pelo lado do Birmingham, é de se esperar força máxima na escalação. Sem dúvidas, Scott Booth quer afastar seu time da última colocação e somar pelo menos um ponto. Portanto, a defesa das visitantes com certeza será um ponto de bastante atenção e deve seguir o mesmo comportamento do último encontro entre as equipes – fechar os espaços o máximo possível. Ainda que isso signifique menores chances de gols para o time do norte da Inglaterra.

Chaves para o Chelsea

Diante de uma defesa que fará de tudo para impedir as descidas do Chelsea, a grande fator para o time é a paciência. Mais ainda, tomar conta da posse de bola com inteligência, buscando sempre a ofensividade. Contudo, sem cometer erros “bobos” que possam custar contra-ataques para o Birmingham. Porque, assim, um erro pode ser fatal e até mesmo custar a vitória.

Apenas um ponto atrás do líder, Arsenal, as Blues devem se comportar como favoritas e imprimir seu ritmo de jogo desde o início. Principalmente jogando diante de sua torcida. Esse é um aspecto bastante valorizado por Emma Hayes e que deve ser fazer presente neste domingo. Até porque, dependendo dos resultados, o Chelsea pode terminar a rodada na liderança.

É essencial, então, que o meio campo do Chelsea apareça e seja efetivo. Tanto na distribuição das jogadas como na consolidação defensiva. Mais uma vez, o ataque pelas laterais pode se mostrar como a melhor opção e, assim, as alas das Blues devem acabar tendo que assumir uma certa responsabilidade. Da mesma forma, as trocas entre as atacantes serão um grande diferencial, podendo contribuir para a quebra das linhas de marcação adversária.

Por fim, ao que tudo indica a defesa não trabalhará muito. Mais deve se atentar porque um contra-ataque pode levar ao gol do Birmingham e deixar ainda mais difícil a missão do ataque. Nesse sentido, o posicionamento alto das zagueiras deve sim acontecer, para apoiar o meio e tentar criar uma igualdade em números no campo de ataque. Porém, devem ter atenção para fechar os espaços – aqui, as alas meio-campistas também serão extremamente importantes no apoio à marcação.

Prováveis escalações

Birmingham City (4-3-3): HourihanHollowayLawley, Quinn e SandvejRobertson, Finn e MurrayPennock, Sarri Whelan.

Chelsea (3-4-3): MusovicBrightCarter e ErikssonCuthbertLeupolzIngle (Ji) e ReitenKirby (James)Kerr e Fleming.

Category: Conteúdos Especiais

Tags:

Article by: Nathalia Tavares