Prestes a completar um mês sem sofrer gols – o último tento sofrido foi em 20 de fevereiro, contra o Southampton -, o Chelsea está em um bom momento, mas no último final de semana apenas empatou sem gols com o Leeds pela Premier League. E nesta semana, o time londrino não jogará pelo Campeonato Inglês.
Às terças-feiras, o Chelsea Brasil traz para você um Guia especial detalhando todos os rivais da semana do Chelsea. Nesta semana, os adversários são o Atlético de Madrid e o Sheffield United, em dois confrontos eliminatórios e emocionantes. Veja estatísticas, curiosidades e como jogam as equipes!
Atlético de Madrid
Estatísticas
Quando um time enfrenta o Atlético de Madrid é certo que não terá facilidade para jogar. Os comandados de Diego Simeone defendem bem e demonstram muita raça em campo. Com três vice-campeonatos da Champions e nenhum título, a obsessão do clube espanhol pela Liga dos Campeões é muito grande e os Blues não terão vida fácil, mesmo com a vantagem da primeira partida.
O Atlético é líder do Campeonato Espanhol com 63 pontos conquistados em 81 disputados, abriu uma grande vantagem no 1º turno e apresentou uma certa irregularidade na La Liga em 2021. Na Copa do Rei, os Colchoneros foram vergonhosamente eliminados para o Cornellà, equipe da 3ª divisão espanhola. Na Champions League, o time ficou na 2ª posição na fase de grupos, atrás do Bayern de Munique, e perdeu para o Chelsea na 1ª partida das oitavas de final.
Fora de casa, os londrinos venceram por 1 a 0 e, no jogo de volta, na próxima quarta, 17, qualquer vitória ou empate classifica a equipe inglesa para as quartas de final. Os espanhóis precisam vencer para se classificar – apenas a vitória de 1 a 0 leva o jogo para os pênaltis, logo, todos os outros triunfos do time de Madrid o classificam.
A equipe de Simeone tem como característica ser muito forte na defesa e, por isso, sofreu só 18 gols em 27 jogos na La Liga. Além disso, uma estatística interessante é que, nesta temporada, eles ficaram sem marcar gols somente em cinco dos 18 jogos fora de casa (27,8% dos jogos). Portanto, este número mostra aponta que eles marcam com frequência, mesmo longe do seu estádio. O clube de Abramovich deve evitar isso, já que, se não sofrer gols, estará classificado.
História do confronto
No momento em que as oitavas de final foram sorteadas, em dezembro, o duelo era considerado o mais equilibrado. No início de janeiro, os madrilenos despontaram na La Liga e o Chelsea entrou em má fase, até trocando de treinador. Os Colchoneros aparentavam que chegariam melhor no confronto, porém as fases se inverteram: os azuis vivem um grande momento, enquanto o adversário está muito irregular.
O curioso é que a história do duelo entre os times foi praticamente escrita na última década – o primeiro confronto foi em 2009 -, mas já existem alguns casos importantes. Os clubes têm uma grande ligação porque se enfrentaram algumas vezes e, principalmente, por várias negociações: Diego Costa, Filipe Luís e Morata são os principais negócios. No retrospecto geral, duelaram oito vezes. Os Blues venceram três partidas, houve empate em outras três oportunidades e o Atlético saiu de campo com a vitória duas vezes.
Os confrontos mais importantes aconteceram em 2012 e 2014. No ano em que o Chelsea venceu a Champions League, o Atlético bateu o Chelsea por 4 a 1 na Supercopa da Europa e levantou a taça. O único duelo entre as equipes em mata-mata ocorreu em 2014, na semifinal da Champions. No 1º jogo, os times empataram por 0 a 0 na Espanha e, na volta, o Atlético bateu o Chelsea por 3 a 1, no estádio do time inglês. Poderá ser a primeira vez em que os Blues irão eliminar os Colchoneros em mata-mata e a vingança de 2013/14, certamente, motiva os atuais atletas.
https://www.youtube.com/watch?v=LCEBvt6A07s
Jogo anterior
Em 23 de fevereiro, na Arena Nacional, em Bucareste, capital da Romênia, as instituições protagonizaram um jogo que faltou qualidade, mas o lindo gol de Olivier Giroud compensou. A partida aconteceu em Bucareste devido às restrições de entrada de ingleses na Espanha e o mandante da partida foi o Atlético de Madrid. Mesmo “fora de casa”, o Chelsea venceu por 1 a 0 e tem o direito de empate no jogo da volta.
O duelo foi, resumidamente, ruim. Diego Simeone armou uma retranca que não deu resultado. A equipe espanhola apresentou um esquema diferente na parte defensiva: em muitos momentos, o Atlético estava em um 6-3-1 e, por isso, tinha muita dificuldade para chegar ao ataque. A equipe não acertou sequer um chute no alvo e terá que melhorar muito para conseguir a classificação.
Pelo lado do time de Tuchel, tiveram 64% de posse de bola, finalizaram 11 vezes – cinco chutes no alvo – e dominaram a partida, sem grandes oportunidades por causa da forte marcação. O grande momento da partida foi, obviamente, o gol de Giroud. Após “bate-rebate” na área, a bola sobrou para o centroavante de costas para o gol. Com muito recurso, Giroud deu uma linda bicicleta e marcou um dos gols mais bonitos da temporada. O bandeirinha anulou o lance, mas o VAR revisou e verificou que a bola foi tocada pelo adversário, dando o gol. Um golaço aos 22 da 2ª etapa que decretou a vitória e a vantagem do Chelsea.
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Como joga?
Tradicionalmente, apresentam uma parte defensiva muito sólida, também conhecida popularmente como retranca. Nesta temporada, o time estava mais ofensivo, atuou em esquemas diferentes – abandonou o predominante 4-4-2 e jogou no 3-5-2 – mas a irregularidade prejudicou o ataque e Simeone retornou para a retranca na partida de ida pela Champions.
Como dito anteriormente, os Colchoneros jogavam apenas no 4-4-2, mas na temporada 2020/21, até mesmo pela quantidade de desfalques, jogou no 3-5-2. Com a volta de jogadores importantes e com a necessidade de vencer na Inglaterra, o 4-4-2 deve ser a opção.
Time mais agressivo na volta
Retornando ao 4-4-2, Simeone tende a colocar um time mais ofensivo em campo. Na defesa, o grande reforço é Kieran Trippier, lateral que estava punido e voltou após o jogo da ida. A zaga deve contar com Stefan Savic e Felipe, mas José María Giménez retornou de lesão e colocou uma dúvida na cabeça do treinador. Na ala-esquerda, Mario Hermoso é o favorito, mas Renan Lodi é uma opção bem mais ofensiva. A escalação do brasileiro seria surpreendente e deixaria claro que Simeone tentará jogar em cima. No gol está o indiscutível Jan Oblak.
No meio-campo, Koke e Saúl Ñíguez devem ser os meio-campistas centrais, enquanto Marcos Llorente e Yannick Carrasco ficarão nas pontas. O “meia-direita” espanhol é o elemento surpresa do Atlético e o Chelsea deve ficar de olho nele, pois Llorente se movimenta demais. No ataque, Luis Suárez é a referência e está sempre em busca de um gol. Com uma postura ofensiva, a bola deve chegar mais no uruguaio. O outro atacante, que preencherá a vaga de um segundo-atacante, deve ser João Félix, já que o português é a grande promessa do Atlético, mas as questões físicas podem pesar. O argentino Ángel Correa pode iniciar como titular. O francês Thomas Lemar é um bom nome para entrar na 2ª etapa.
Desta forma, o time de Simeone deve entrar em campo com uma escalação e, principalmente, com uma postura diferente. O time titular deve ter: Oblak, Trippier, Savic, Felipe e Hermoso; Llorente, Koke, Saúl e Carrasco; João Félix e Suárez.
Sheffield United
Estatísticas
O Sheffield United disputou a Premier League em 2019/20 depois de 12 anos longe da elite e se destacou: ficou na 9ª posição e, mesmo com um elenco modesto, os Blades conseguiram disputar uma vaga na Europa League até a reta final do campeonato. Porém, na temporada 2020/21, o Sheffield desandou.
É o lanterna da Premier League, com 14 pontos conquistados em 89 disputados, tendo assim um aproveitamento de 15%, uma estatística vergonhosa. Por causa do momento vexatório, demitiu o treinador e ídolo Chris Wilder e, pelo menos provisoriamente, o técnico dos Blades é Paul Heckingbottom. Mas a estreia não foi nada agradável: na última rodada da Premier League, perdeu de 5 a 0 para o Leicester.
Contudo, o jogo frente ao Chelsea pela FA Cup será tratado como a grande oportunidade da temporada do Sheffield United. Os Blades estão virtualmente rebaixados e dificilmente permanecerão na Premier League. Por isso, a partida contra os Blues será o confronto do ano e raça não irá faltar. Trata-se das quartas de final da FA Cup, a mais tradicional Copa da Inglaterra, e uma classificação neste jogo único poderia colocar o Sheffield na semifinal e, consequentemente, o time jogaria em Wembley, em um dos jogos mais charmosos do ano.
Retrospecto terrível fora de casa
O jogo acontecerá no próximo domingo, 21, às 10:30, no Stamford Bridge. Os torcedores do maior de Londres podem ficar tranquilos ao ver esta estatística: o Sheffield conquistou apenas quatro pontos fora de casa na atual Premier League. Se o rendimento ruim continuar, agora na FA Cup, o Chelsea não terá muitas dificuldades, ainda mais que eles venceram apenas sete partidas na temporada. A quantidade de gols feitos – 23 tentos em 33 jogos – é mais uma estatística que comprova o péssimo momento.
Na atual temporada, contra os times do Big Six, tiveram apenas uma boa partida. São dez jogos disputados, e o lanterna perdeu nove vezes. Curiosamente, a única vitória contra os melhores times da Inglaterra foi contra o Manchester United, em Old Trafford, no único triunfo da equipe fora de casa.
História do Confronto
O mais importante duelo entre os times aconteceu há mais de um século. Em 24 de abril de 1915, fizeram a final da FA Cup no Old Trafford. Os Blades venceram os Blues por 3 a 0 e ergueram a taça da competição mais antiga do futebol mundial.
Mesmo com esta derrota na final, o Chelsea tem vantagem no retrospecto geral do confronto com o Sheffield United. Foram disputados 84 jogos, onde os Blues venceram em 40 oportunidades, houve empate em 16 partidas e os Blades saíram de campo com a vitória em 28 jogos. O Chelsea venceu cinco dos últimos sete duelos com o Sheffield.
Pela FA Cup, as equipes se enfrentaram cinco vezes e o Chelsea venceu quatro partidas, perdendo apenas a final de 1915. O último confronto dos times pela competição aconteceu em 1992 e os Blues venceram por 1 a 0, graças ao gol de Graham Stuart.
Jogo anterior
Mesmo na temporada decepcionante em que o Sheffield United se encontra, o Chelsea não teve facilidade no último duelo. O jogo aconteceu no último mês, em 07 de fevereiro, e a vitória magra por 2 a 1 evidencia que a partida não foi tranquila para os Blues.
O Chelsea teve amplo domínio da posse de bola – 69% e 756 passes trocados -, mas a marcação bem executada do Sheffield bloqueou as tentativas dos Blues. Foram apenas nove finalizações na partida pelo lado londrino, sendo três no alvo, enquanto o Sheffield chutou em oito oportunidades e acertou três vezes a meta de Edouard Mendy.
Os Blues abriram o placar aos 43 da 1ª etapa, em jogada de Timo Werner e belo chute de perna esquerda de Mason Mount. Aos 10 do 2º tempo, Antonio Rüdiger cometeu um erro bizarro e recuou para a direção do gol, mas Mendy havia saído. Gol contra e empate do Sheffield. Porém, dois minutos depois, Werner aproveitou falha defensiva do Sheffield, driblou o goleiro e foi derrubado por Aaron Ramsdale. Pênalti convertido por Jorginho, decretando a vitória do Chelsea por 2 a 1 no último jogo entre os times.
https://www.youtube.com/watch?v=OKyDP-pnvpE
Como joga?
Como trata-se de um jogo de mata-mata, o Sheffield deve ficar esperando o Chelsea. A estratégia tende a ser focada em aproveitar uma bola parada. O tradicional esquema de 5-3-2 deve ser mantido, utilizando dois alas, que atacam e defendem, como as válvulas de escape da equipe.
A ideia de jogo será, resumidamente, marcar e tentar a sorte em um ou dois ataques para conseguir a classificação para a semifinal da FA Cup.
Escalação não deve ter surpresas
Na meta dos Blades, Aaron Ramsdale é o goleiro e jogador que atuou em quase todas as partidas da temporada: 32 dos 33 jogos. A defesa é preenchida por três zagueiros: Chris Basham, Ethan Ampadu e Kean Bryan foram titulares na última partida, mas Ampadu pertence ao Chelsea e não pode enfrentar o seu clube. Por isso, o experiente Phil Jagielka deve retornar ao time titular. Nas alas, George Baldock e Enda Stevens dão amplitude à equipe e tem a grande responsabilidade de conectar o ataque e a defesa pelas pontas.
O meio-campo conta com John Lundstram, John Fleck e Oliver Norwood. Fleck tem muita importância na equipe já que o escocês chega mais próximo da dupla de ataque. Já Norwood fica centralizado e dá ritmo ao time. Na parte ofensiva, o Sheffield atuou com Oliver McBurnie e Billy Sharp na partida contra o Leicester, mas o artilheiro David McGoldrick pode voltar ao time titular no jogo frente ao Chelsea.
Por fim, a estratégia é clara e evidente: marcação total. Desta forma, o time deve ir a campo com, praticamente, a mesma escalação da última partida: Ramsdale; Baldock, Basham, Jagielka, Bryan e Stevens; Lundstram, Norwood e Fleck; Burke e Billy Sharp. O Sheffield United entra como azarão no confronto e não tem nada a perder. O Chelsea deve ter atenção e explorar os (vários) pontos fracos do Sheffield para se classificar para a semifinal da FA Cup.