O Chelsea assegurou seu lugar na próxima UEFA Champions League após a vitória de dois a zero contra o Wolverhampton, em Stamford Bridge. Os gols do jogo foram marcados por Mason Mount, em bela cobrança de falta, e Olivier Giroud.
O time do treinador Frank Lampard terminou em quarto lugar na tabela, empatado em número de pontos com o Manchester United de Solskjaer. O United ficou em terceiro pelo saldo de gols.
Além do esperado
Após o apito final contra os Wolves, Lampard não demonstrou euforia pelo resultado, mas também não escondeu sua felicidade.
“Acho que, no Chelsea, temos que ter cuidado para não ficarmos muito felizes com um quarto lugar, mas devo dizer que, no início do meu trabalho, poucos acreditavam que estaríamos nessa posição”, disse Frankie.
“Nós sabemos onde estamos. Tudo faz parte de um progresso e nós podemos melhorar muito. A diferença de pontos entre o Chelsea e o United em comparação com o Manchester City e o Liverpool existe por uma razão. City e Liverpool levaram a batalha para níveis diferentes”, completou o treinador.
A verdade é que Lampard está coberto de razão ao dizer que poucos colocavam os Blues como candidato para terminar no “Top Four” do campeonato inglês.
Grandes desafios
É importante lembrar que o Chelsea não gastou nem um centavo nos últimos 12 meses em virtude da punição da FIFA que proibiu o clube de fazer novas contratações. Além disso, o time perdeu seu melhor jogador, Eden Hazard.
Isso significou uma maior utilização de jogadores da base, o que acabou originando um recorde na história do Chelsea. Foram oito estreias de jogadores da Academia ao longo da temporada: Mason Mount, Reece James, Billy Gilmour, Tino Anjorin, Marc Guehi, Ian Maatsen e Tariq Lamptey (que não está mais na equipe).
Essa conta não leva em consideração Tammy Abraham e Fikayo Tomori, que já haviam estreado antes dessa temporada. Dentre todos os jogadores citados, apenas Gilmour e Maatsen chegaram ao clube como adolescentes. Todos os outros começaram no Chelsea na infância (entre seis e oito anos). Estas circunstâncias tornaram o trabalho de Lampard extremamente desafiador.
Surpreendendo
No início da temporada, Jamie Redknapp disse, na Sky Sports, que pensar nos Blues ficando entre os quatro primeiros da liga e ganhando uma das copas domésticas seria ‘um delírio’. As previsões se mostraram equivocadas, visto que o Chelsea já garantiu o quarto lugar da liga e está na final da FA Cup contra o Arsenal.
Na defesa de Redknapp, primo de Lampard, ele não foi o único especialista com essas previsões. Entre os 21 analistas que enviaram suas previsões da temporada 2019/2020 para a BBC Sports, apenas três colocaram a equipe de Londres no “Top Four”. Foram eles Matt Upson, Mark Schwarzer e Ruud Gullit. Os últimos dois são ex-jogadores dos Blues, o que provavelmente afetou suas avaliações.
É curioso que 13 desses especialistas colocaram o Arsenal, que terminou na oitava posição, entre os primeiros colocados. Ao mesmo tempo, 18 colocaram o Tottenham, que ficou em sexto, entre os futuros quatro melhores times da liga.
Essa análise traz uma prova clara e irrefutável de que o trabalho de Lampard está bem acima das expectativas previstas.
Obrigações maiores
A partir da próxima temporada, as exigências serão mais altas. Em primeiro lugar, pelo bom e inesperado rendimento da equipe atual, sem reforços e cheia de garotos. Em segundo, pelas contratações confirmadas e pelas possíveis chegadas especuladas.
O Chelsea já contratou Hakim Ziyech e Timo Werner e parece muito próximo de um acerto com Kai Havertz. Além disso, contratações para a defesa certamente serão feitas, principalmente se tratando de um ou mais zagueiros e de um lateral esquerdo.
Além disso, a régua também será mais alta pelo tempo de trabalho de Lampard no comando da equipe. Quanto mais tempo no cargo, mais exigências serão demandadas. A ótima temporada de estreia oferece ao inglês a tranquilidade para planejar o futuro, mas não o alivia de críticas caso o rendimento do time não evolua.