Como de costume, janeiro é um dos meses de maior importância para os clubes ingleses e seus torcedores também aproveitam para consultar e fazer apostas NBA. É neste período onde as equipes se firmam na tabela, fazem contratações e vendas com o intuito de melhorar seus elencos.
Também, é um período marcado por muitas lesões. Desde o início da maratona de jogos em dezembro, a Premier League viu 53 jogadores lesionados na liga, número preocupante. Inevitavelmente, o Chelsea teve jogadores indo ao departamento médico, sendo esse apenas um dos fatores pela instabilidade do time.
Primeiro Tempo: Novo ano, velhos problemas
2020 chegou com tudo para Frank Lampard e seus comandados. Após um empate amargo contra o Brighton, o Chelsea fez o dever de casa e avançou na FA Cup, ao vencer o Nottinham Forrest por 2 a 1.
O ritmo do final do ano parece estar sendo carregado nesse início de década. A equipe não consegue matar o jogo quando têm a oportunidade, tropeça nos próprios erros (ora na criação das jogadas ora posicionamentos defensivos) e perde pontos importantes para engrenar no campeonato.
Atrelado a isso está o fato de que Lamps raramente consegue fazer alguma substituição de impacto nas partidas. Contra os Seagulls, ele novamente colocou jogadores que pouco impactaram a partida quando faltava inspiração para a equipe.
Parte da torcida acredita que isso seja pela maratona de jogos. No entanto, a enorme diferença no rendimento do time em um intervalo curto entre jogos é alarmante. Vitórias fundamentais contra adversários qualificados como Spurs e Arsenal, onde a equipe mostra muita competência tática são em vão quando o elenco é incapaz de vencer Southampton e Brighton, equipes tecnicamente inferiores.
Se a troca de jogadores não está sendo efetiva, o mesmo não pode ser dito sobre as variações táticas. O treinador muda de formação de acordo com o adversário e, embora algumas vezes não seja efetivo, sua coragem para mudar, independente do momento, é louvável.
Mesmo com diversos tropeços, sendo a maioria em Stamford Bridge, os londrinos realizam boa campanha. Muito se deve pela instabilidade dos rivais. Tottenham e Arsenal trocaram recentemente de técnicos e passam por um período de busca por uma nova identidade. O Manchester United segue com um vestiário quente sob o comando de Solskjaer e busca novos jogadores.
Leicester e Manchester City, apesar da oscilação recente, mostram mais qualidade coletiva em suas partidas e merecem estar acima dos londrinos. Ao contrário de tudo e todos, o Liverpool segue impecável, e Klopp aproveita a confortável vantagem para rodar o curto elenco que possuí.
A temporada não está sendo exatamente como a torcida pensava, porém, olhando para a situação no início da temporada e a posição na tabela, pode-se concluir que o Chelsea está dentro das expectativas traçadas tanto pela imprensa quanto pelos fãs.
A maior possibilidade de levantar alguma taça nessa temporada está na FA Cup. Agora, a equipe vai enfrentar o Hull City, fora de casa, na próxima fase da competição doméstica.
Segundo Tempo: Quem pode melhorar a equipe?
A recente notícia de que os Blues estariam liberados para realizar contratações aqueceu os bastidores do clube. Desde então, nomes dos mais variados atletas são especulados em Stamford Bridge.
Mesmo com o enorme buzz gerado por tal notícia, o Chelsea não se mostra agressivo como antes era no mercado. Lampard aposta nos jogadores da base, e como o mesmo reiterou em entrevistas coletivas, deseja fazer acordos pontuais para melhorar setores específicos do elenco.
Uma posição na qual o treinador considera importante gastar é no ataque, seja um jogador pelos lados ou centroavante. Como dito anteriormente, o time dele está tendo dificuldades para penetrar equipes que jogam com linhas baixas e compactas. Além disso, nota-se uma passividade na troca de bola, resultando em poucas chances claras de gol.
Não só isso, o técnico não possuí nenhuma opção confiável para o lugar de Tammy Abraham. O camisa 9 esteve lesionado por um breve período na temporada, e nem Batshuayi muito menos Giroud, que deve ser negociado, deram conta do recado.
O nome de Jadon Sancho é o favorito entre a torcida. Mesmo com 19 anos, o garoto deixou o status de aposta e poderia preencher a lacuna deixada por Hazard. No entanto, os valores especulados, 120 milhões de euros, e a competição com o United, podem esfriar o negócio. Não só isso, com a chegada do inglês, Pulisic e Hudson-Odoi perderiam minutos no futuro. Timo Werner, Moussa Dembele e Samuel Chukwueze são opções mais viáveis para tais posições.
Odoi, que ultimamente vêm recebendo muitas críticas pela decisões ruins tomadas em campo, mostrou seu brilho na vitória da FA Cup com um bonito gol e assistência. Com confiança, pode vir a ser solução para um dos problemas atuais.
Outro setor no qual o clube pensa em investir é na lateral esquerda. Ao que tudo indica, Marcos Alonso está próximo de um acerto com a Inter, onde iria reencontrar Conte, técnico o qual melhor aproveitou o espanhol.
Emerson vêm recebendo chances, mas não consegue fornecer ajuda suficiente na parte ofensiva. Nem mesmo colocar Azpilicueta neste lado do campo parece resolver.
Assim, o clube tende a buscar Nathan Aké, atleta que pode atuar tanto como lateral ou zagueiro. Atualmente, ele está no Bournemouth. Todavia, o Chelsea pode exercer a cláusula de recompra, estipulada em 40 milhões de euros, para recompra-ló.
Considerando os valores do mercado, principalmente se tratando de um jogador inglês e da concorrência, é um negócio viável e ajudaria demais a equipe em um dos setores mais criticados até aqui.
Prorrogação: A mentalidade precisa mudar
“Todo jogador tem que assumir a responsabilidade. Não apenas os jogadores mais velhos. É claro que os jogadores mais jovens precisam de mais ajuda, mas a juventude não é uma desculpa, você só precisa estar pronto, preparado para o jogo, preparado para lutar, porque você está jogando pelo Chelsea na Premier League.
Quando entrei, tentei motivar meus companheiros. Estávamos desligados e nossa mentalidade precisava mudar. Não brigávamos o suficiente. Não sei porque, mas as vezes isso pode acontecer,” disse Jorginho após a vitória contra o Arsenal.
Sobre a declaração do ítalo-brasileiro, é possível extrair duas coisas. Quando os resultados não vêm, os jovens são os primeiros a serem criticados, resultando em críticas ao sistema imposto por Lampard.
Recentemente, Mount e Odoi, dois dos atletas mais badalados da base, receberam muitas críticas nas redes sociais por suas performances. A torcida que tanta clamava por mais jogadores formados no clube atuando na equipe principal deve ter mais paciência com os mesmos, para que eles consigam alcançar o potencial que possuem.
A segunda parte diz respeito a liderança. Jorginho teve um excelente começo de temporada e, assim como o resto do time, sofreu uma queda. Mas com a saída de duas grandes figuras (Hazard e David Luiz), o camisa 5 assumiu com maestria a função de liderar o time e dar a cara a tapa quando necessário.
Dessa forma, resta aos Blues encararem cada jogo com a devida seriedade. Do mais jovem ao mais velho, os atletas devem dar o máximo em campo, independente do adversário e situação.
A sequência de jogos tende a piorar e a oscilação dos rivais deve diminuir. Resta ao Chelsea estar mais concentrado e almejar a vitória para atingir o que se espera da equipe.