No último domingo (18) Lampard chegou ao seu terceiro jogo oficial comandando o Chelsea.
Nos primeiros três jogos sob o comando do Chelsea, Lampard não conseguiu um resultado positivo. Mesmo enfrentando adversários complicados, a equipe mostrou flashes do seu potencial, assim como ficou evidente as fragilidades que devem ser trabalhadas.
Contra o Leicester, a equipe foi brilhante nos primeiros 25 minutos. Pressão incessante e muita intensidade resultaram no primeiro gol de Mount com a camisa dos londrinos. O garoto, que marcou o primeiro gol quando Lamps treinava o Derby County, é uma das gratas surpresas deste início.
Por outro lado, mais uma vez os contra-ataques foram o calcanhar de aquiles do time. O segundo tempo no geral foi um desastre defensivo, e o empate foi um belo prêmio de consolação.
Para o mais pessimista, este foi apenas o início de algo muito pior. O mais esperançoso confia no ídolo e no amadurecimento do time.
Primeiro tempo: sistema defensivo
Em três jogos, o Chelsea sofreu sete gols. A média é preocupante e evidencia o grande problema do momento: a exposição defensiva.
Sem David Luiz na zaga, a equipe parece desorientada e nervosa principalmente quando o adversário começa a crescer no jogo. O brasileiro, por mais que comprometesse em alguns momentos, era um líder no vestiário e passava segurança aos companheiros, algo que não vemos até o momento.
É apenas o começo, mas Azpilicueta talvez seja o grande destaque negativo. O único remanescente da era Lampard como jogador vem falhando constantemente. Ele deveria ser o elo de confiança entre treinador e jogadores dentro de campo, mas não parece a altura desta missão. Devido a tendência do comandante e as críticas da torcida com o espanhol, Reece James deve ganhar uma chance no time quando estiver 100%.
Mesmo assim, o problema não é individual. Quando a pressão alta não funciona, há um enorme espaço entre meio-campo e defesa, facilitando o ataque dos rivais. A Premier League é cruel com times que oferecem campo ao adversário, e os Blues provaram desse veneno contra United e Leicester.
O grande teste para Lampard nos próximos dias é aperfeiçoar esta tática para que a equipe não esteja exposta. Já vimos tanto na pré-temporada quanto nestes primeiros jogos que ela pode ser efetiva, assim como presenciamos alguns maus momentos que comprometeram os resultados.
Segundo tempo: meio criativo
Em Old Trafford, os Blues finalizaram 18 vezes contra a meta de De Gea, terceiro maior número da rodada. Na SuperCopa da UEFA, 20 chutes. Já em Stamford Bridge, foram 14, sendo três chances claras nos primeiros cinco minutos de jogo.
O volume ofensivo impressiona, e pelo estilo de Lampard, não deve abaixar. A calma para achar os espaços não é a mesma na hora de concluir as jogadas. Atrelado a isso, parece que a sorte não está jogando ao nosso favor.
O dilema do centroavante deve seguir como pendência. Tammy Abraham possui todos os predicados para ser um grande atacante na Inglaterra: forte, alto, veloz e explosivo. Porém, é nítido que não está pronto para ser titular, estando muitas vezes longe do posicionamento ideal para empurrar a bola para o gol. Por outro lado, Giroud não possui a mesma técnica do inglês, mas é fundamental no jogo coletivo da equipe.
Se há dúvidas no ataque, a dupla de volantes parece estar consolidada. Kanté segue mostrando, jogo após jogos, como é um dos melhores meias da atualidade. Tanto como primeiro volante quanto jogando mais avançado pela direita, ele cumpre sua função com excelência.
O companheiro ideal para o francês parece ser Jorginho. Tentando deixar de lado a imagem de que era uma peça valiosa apenas com Sarri, o ítalo-brasileiro vem impressionando com Lampard, atuando de maneira mais vertical com seus passes precisos.
“A ideia do Lampard é continuar o que a gente já vinha fazendo, propondo um futebol ofensivo. Tentar jogar o nosso futebol e ter a bola. Ele dá muito espaço para a criatividade do jogador. Ele tem muito a acrescentar. Agora, acredito que essa formação dê mais espaço para eu chegar na frente, para que eu possa usar mais a criatividade nos últimos metros do campo.”
Prorrogação: Restante da temporada
Com jogos mais fáceis na Premier League, os resultados devem aparecer. Em todas os jogos disputados até o momento, o Chelsea teve períodos em que dominou a partida. O amadurecimento do elenco para o futuro será decisivo para evitar goleadas e remontadas dos adversários.
Para o início da Champions League, no próximo mês, o elenco deve contar com Loftus-Cheek e Hudson-Odoi, cada vez mais perto do retorno aos gramados, assim como Rudiger.
As derrotas neste início foram duras devido ao que se viu da equipe em campo. Entretanto, o aprendizado deve servir como bagagem para o restante da temporada, que será de muita luta e superação.
Se por um lado estes resultados colocaram a torcida na realidade de que a briga por taças deve ser muito difícil, a performance contra adversários fortes foi o suficiente para acreditar no trabalho de Lamps.