Neste exato momento, um ano atrás, o Chelsea era o time a ser batido no Campeonato Inglês. Após uma campanha de título doméstico na temporada anterior e exibindo grande forma, seus jogadores, técnico e a equipe como um todo eram tratados como favoritos a mais uma conquista da Premier League. Os Blues terminaram a temporada passada com um decepcionante décimo lugar, ficando de fora de todas as competições europeias possíveis para esta temporada que se inicia.
A colocação do time de Londres foi a pior desde 1996 e além de derrubar um técnico no meio da temporada (José Mourinho) contribuiu para colocar dúvidas nas mentes dos torcedores e adversários. O time terminou a temporada exibindo um futebol mediano e mereceu a colocação obtida, muito devido ao trabalho psicológico de controle de danos imposto por Guus Hiddink, o bombeiro oficial de Roman Abramovich.
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Para o cargo de treinador, os Blues trouxeram Antonio Conte que, para a surpresa de todos, comandou uma seleção italiana enfraquecida por uma geração ruim e ainda mais por desfalques devido a lesões em seus principais jogadores de criação. Durante a Euro 2016, Conte chegou a “tirar leite de pedra” como disseram alguns jornais internacionais, levando uma equipe limitada tecnicamente a um lugar de destaque no cenário europeu.
A nomeação de Conte trouxe um novo ânimo ao oeste de Londres. Com uma nova mentalidade, um novo estilo de trabalho e principalmente muita dedicação (coisa que se cobrava muito de várias das peças principais do time do Chelsea na última temporada), o italiano veio com a missão de resgatar alguns valores morais e éticos que haviam se perdido ao longo do caminho, principalmente com José Mourinho no comando.
Um treino mais puxado, uma maior aplicação ofensiva e defensiva, variações táticas e muito suor evidenciaram a versatilidade de Antonio Conte nesse início de trabalho nos azuis de Londres. Características essas que fizeram boa parte da imprensa, torcedores, comissão técnica e jogadores acreditarem no discurso vencedor do novo técnico.
Na última segunda feira (01), Conte disse em entrevista que o ano sem competições europeias poderia ser benéfico para o time:
“Não estar jogando a Champions League pode ser uma oportunidade porque eu serei capaz de trabalhar mais com meus jogadores. Se você me perguntar se eu prefiro essa situação eu direi que não, porque o Chelsea deve estar nessa competição.”
Segundo o treinador italiano, a ausência do Chelsea em pelo menos uma competição a mais poderá fazer a diferença na preparação do time ao longo da temporada além de proporcionar mais tempo de treinamentos do que com técnicos anteriores:
“Mas porque não estamos (disputando a Champions), terei uma semana inteira para treinar com os meus jogadores e isso me dá uma chance maior de trabalhar cm eles em comparação com técnicos do Chelsea em temporadas anteriores”.
De fato Antonio Conte terá ao seu favor, além do tempo extra para treinar seus jogadores para diversas situações de jogo, o fato de que o Chelsea chega com menos prestigio para esta nova temporada. Com os holofotes voltados todos para a cidade de Manchester onde Pep Guardiola e Mourinho dividem as atenções com Jurgen Klöpp em Liverpool, Conte poderá ter a tranquilidade que faltou para antigos insucessos no comando dos Blues. Com as expectativas baixas sobre seu time e outros técnicos tendo que dividir suas atenções e seus elencos em mais competições, Antonio poderá ser o “azarão” da temporada, correndo por fora para pelo menos beliscar uma vaga na principal competição europeia entre clubes.
Se o italiano disse que pretende colocar o Chelsea novamente em seu lugar, que é entre os melhores times da Inglaterra e da Europa, o torcedor deve ser paciente tanto com o novo técnico quanto com os reforços que vieram sob sua supervisão. Conte pode almejar voos mais altos que seus antecessores, mas para isso precisa de tempo, uma folga das atenções da mídia e principalmente do carro-chefe do seu discurso: trabalho, trabalho e trabalho.