Lampard fala sobre vitória na UCL e desempenho de Giroud

Opinião: A pressa é a inimiga da perfeição

O técnico Frank Lampard e seus comandados vêm atravessando um momento nada agradável nas últimas partidas. Após ficarem 17 jogos invictos desde a primeira derrota na temporada para o Liverpool por 2 a 0, o Chelsea venceu apenas um jogo dos últimos seis disputados, sofrendo derrotas duras para os rivais Arsenal e Manchester City. Parte da imprensa inglesa diz que o manager ainda não está preparado para assumir um trabalho tão grande na carreira. Contudo, já vimos em diversos momentos que a pressa se mostra inimiga da perfeição.

Lampard retornou a Stamford Bridge na temporada 2019/20, com a esperança de repetir o bom trabalho que desempenhou no Derby County. Mas dessa vez em um clube que briga por títulos de expressão. Logo de cara, mas já sabendo do problema, Frank não pode contratar reforços. A punição imposta pela FIFA impedia que o clube registrasse jogadores. Dessa maneira, o técnico trabalhou com os atletas que estavam no clube, conseguindo brilhantemente classificar a equipe para a Liga dos Campeões.

Sem contratações e com uma temporada corrida, Lampard deu confiança ao seu grupo de jogadores, de maneira que boa parte da torcida foi surpreendida com boas atuações. Tammy Abraham, Christian Pulisic e Mason Mount se mostraram jovens promissores e de grande valor, provando estarem preparados para ajudar o clube a brigar por títulos. E se Pulisic não tivesse as lesões que o tirou de boa parte dos jogos da temporada, os Blues brigariam fortemente por algum título.

Arrumando a defesa

Uma coisa é certa: o setor defensivo dos Blues vem se ajeitando. Na temporada passada, esse foi um dos grandes problemas do time londrino. Rudiger e Christensen decepcionavam e oscilavam durante os jogos. Kepa não passava segurança e comprometia o time. A chegada de Thiago Silva, Chilwell, Mendy e a boa fase de Zouma deram outra cara para a equipe. Em 2019/20, os Blues levaram 38 gols nos primeiros 25 jogos, mesmo número de partidas disputadas na atual temporada, onde o time levou 24 gols até aqui. Uma notória diferença.

Kurt Zouma e Thiago Silva
Zouma e Silva começaram a temporada formando a zaga titular (Foto: tribuna.com)

Fator Abramovich

Algo que está ‘pesando contra’ Lampard é o fator Roman Abramovich. O dono dos Blues é conhecido por não ter paciência com técnicos que não apresentam números altos de vitórias. A derrota por 3 a 1 no domingo contra o Manchester City mostra que o Chelsea somou 26 pontos em 17 jogos nesta temporada, 50,98% dos pontos disponíveis. Entretanto, em termos gerais, 50,98 é pior que Andre Villas-Boas, pior que Mourinho da primeira vez, pior que Antonio Conte, pior que Carlo Ancelotti, pior que Maurizio Sarri, Luiz Felipe Scolari, Robert Di Matteo e Claudio Ranieri. Nenhum técnico do Chelsea sob Abramovich sobreviveu a algo assim antes.

Dessa maneira, boa parte da imprensa acredita que Lampard deve ser demitido se persistir com os resultados ruins nos próximos jogos.

Dinheiro investido, cobrança alta

Com o Chelsea investindo pesado em contratações para a temporada 2020/21, com 247,2 milhões de euros, bem à frente de clubes europeus como o rival Manchester City (156,8 milhões), a cobrança é grande para dar resultados. E deve haver mesmo.

Todavia, a adaptação de alguns dos novos reforços está sendo lenta, mas gradativa. Timo Werner e Kai Havertz são os que mais sentiram a mudança de país. Vindos do futebol alemão, a dupla ainda não conseguiu desempenhar o seu melhor futebol. Havertz vem sendo banco nas últimas partidas, marcando apenas um gol em 15 jogos disputados na Premier League.

Por outro lado, Lampard conta com uma dor de cabeça – de certa maneira boa – para escalar o seu trio ofensivo. Com Ziyech lidando com lesões nesse início de temporada e ficando fora por diversas partidas, e Pulisic retomando uma sequência de jogos, o técnico inglês escala Werner para atuar na ponta esquerda, posição que já jogou em sua carreira.

Contudo, Werner mostrou que atuando como centroavante fornece mais para a equipe de Lampard no setor ofensivo. Frank demonstrando gostar de jogar com Abraham como 9. Mas, o manager tem que admitir que o alemão centralizado oferece mais, e atuando com verdadeiros pontas pelo lado o time fica mais leve e criativo. Dessa forma, esse é um ponto a ser observado.

Timo Werner e Kai Havertz foram mencionados na entrevista por Joe Cole. Assim sendo, o processo de adaptação foi mencionado sobre os atletas.
Timo Werner e Kai Havertz ainda estão se adaptando
(Chelsea FC / Website)

Ninguém embalando

Os Blues estão na 9ª colocação da Premier League, sete pontos atrás do líder Liverpool, com 33. O próprio time que lidera o campeonato também não embalou no início da temporada 2020/21, sofrendo logo nas primeiras rodadas uma sonora goleada para o Aston Villa por 7 a 2. O time comandado por Jurgen Klopp não está conseguindo emplacar uma sequência de resultados, tendo sua estrela, Mohamed Salah, alvo de especulações de uma possível saída dos Reds.

Agora vivendo bom, mas que teve um início abaixo, o Manchester City também entra na lista de times que tiveram um começo complicado. O time comando por Pep Guardiola sofreu uma dura derrota na terceira rodada do Campeonato inglês para o Leicester por 5 a 2. Entretanto, a equipe foi melhorando gradativamente durante os jogos.

Por fim, Lampard é um técnico jovem, promissor e que parece ter um futuro enorme pela frente. A troca de comando nesse momento seria arriscada e nada agradável para os Blues, tendo em vista que todo um trabalho estaria sendo jogado fora. A temporada está chegando em sua metade, e Lampard vem enfrentando dificuldades, mas é clara a vontade de dar uma cara para essa equipe. Acima de tudo, o clube londrino consiste de jogadores capazes de resolver jogos e brigar por títulos, e Super Frank tem capacidade de evoluir o conjunto.

As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil

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Article by: Chelsea Brasil

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