No decorrer da última temporada, vimos que o ciclo de John Terry estava se encerrando no Chelsea. Com isso, criava-se um caminho natural para que outro defensor seguisse os passos do eterno camisa 26 no clube, e o nome designado de forma gradativa foi Gary Cahill.
O inglês de 31 anos começou a se impor com mais frequência, como um líder do grupo – algo que de fato é. Não só por ser inglês, e um dos jogadores com mais tempo de Chelsea, Cahill foi escolha de Terry para ser o novo capitão dos Blues. Entretanto, ele nunca foi unanimidade entre os torcedores, então por qual motivo seria agora?

Em aproximadamente cinco anos no clube, o zagueiro nunca mostrou a firmeza que esse setor exige de um atleta de alto nível na Premier League. Não estou dizendo que ele é frouxo, muito menos um jogador ruim. Cahill é alto, forte e conhece o campeonato mais que qualquer defensor em Stamford Bridge. Mas as deficiências técnicas e de liderança fazem com que o camisa 24 sempre seja apenas um jogador regular – e há quem diga que estou supervalorizando-o com esse adjetivo.
Na primeira rodada da Premier League 2017/18, Cahill foi expulso de forma direta e extremamente infantil. O novo capitão comprometeu o time, que depois também teve Fàbregas expulso e nada pôde fazer para segurar o Burnley. Sem a insegurança do então suspenso defensor, a defesa composta por David Luiz, Rüdiger, Azpilicueta e Christensen deu conta do recado com êxitos.
Nos três jogos sem Cahill, foram apenas dois gols sofridos e três vitórias, sobre Tottenham, Everton e Leicester. Com Cahill, o Chelsea perdeu a FA Community Shield (onde marcou na disputa por pênaltis), perdeu na estreia do Campeonato Inglês e venceu o modesto Qarabag, na primeira rodada da fase de grupos da Champions League. Sofreu quatro gols nos três compromissos.

Infelizmente, é difícil pensar que o capitão do time será sacado ainda no começo da temporada. O mais provável é que Antonio Conte irá manter a confiança em Cahill, mas de olhos abertos para o ótimo grupo de defensores que tem à disposição. A disputa pela vaga na defesa está apenas começando.
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.