Muitas transmissões de grandes jogos do Chelsea são marcadas por incessantes focos da câmera em Roman Abramovich. O magnata russo sempre fica na sua tradicional área, apoiando muitas vezes de forma contundente, e frequentemente se depara com as lentes ao longo das partidas.
Considerando as tantas dificuldades atravessadas em 2017/18, pode ser que muitos de nós não tenhamos reparado. Abramovich não é filmado nas transmissões dos Blues há algum tempo. Mesmo em jogos grandes, como contra o Liverpool e até mesmo a vitória na final da FA Cup, contra o Manchester United. Onde está Tio Abra?
Questões esportivas poderiam muito bem responder a esta pergunta. O time andava de mal à pior, só fazia o torcedor passara raiva, então o dono resolveu dar um tempo no estádio. Parece plausível, mas não tem nada a ver com isso. Na verdade, questões políticas envolvendo Rússia e Reino Unido vêm dificultando as ações do bilionário que comanda o Chelsea.
Como tudo começou?
Em março deste ano, Sergei Skripal e sua filha foram envenenados em uma tentativa de assassinato, através de um ataque químico. Skripal é um ex-oficial de inteligência militar russo, que atuou como agente duplo para os serviços de inteligência britânicos nos anos 1990 e 2000.
Ele chegou a ser preso e condenado por alta traição na Russia, mas se estabeleceu no Reino Unido após troca de espiões entre os países. Após o ataque, ele e sua filha ficaram mais de um mês internados.
Isso tudo afeta o Chelsea?
Sim, e muito. Desde o ocorrido, em março, a relação entre russos e britânicos não é a mesma. Imigrantes não são mais tratados da mesma forma, profissionais têm dificuldade para transitar entre os países. Problemas de segurança para a Inglaterra na Copa do Mundo são frequentemente cogitados, e assim o futebol também entra na roda.
Como muitos outros russos, Abramovich também é residente no Reino Unido. Desde março, ele enfrenta problemas com documentação para permanecer em Londres, e consequentemente exercer seu cargo administrativo no clube.
Duas ressalvas são importantes. A primeira: os estrangeiros vêm dominando os clubes ingleses. Nenhum time do chamado big six é comandado por ingleses. São americanos, árabes, russos. A segunda: Abramovich já tem sérias acusações de corrupção nas costas. Somando aos atuais problemas diplomáticos, é difícil prever quando as coisas podem voltar ao normal.
Seria esse o começo do fim da Era Abramovich? Em Stamford Bridge, podemos dizer que ele já é bem substituído por Marina Granovskaia. Também russa, mas com nacionalidade canadense, ela comanda tudo dentro dos Blues, especialmente após a saída de Michael Emenalo e na ausência de Abramovich.
Será que a direção do clube entrou em fase de transição? Roman Abramovich vai resistir mais uma vez? Esperamos descobrir o quanto antes. O futuro do clube também depende disso.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil
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