Durante a semana de data FIFA li aqui no Chelsea Brasil uma declaração do ex-treinador Dermot Drummy sobre a política de revelar jovens e não utilizá-los. Para quem não sabe, Drummy é um dos grandes responsáveis pelo sucesso recente dos Blues na FA Youth Cup e Premier League Sub-23. Ele também lapidou atletas como Lewis Baker, Ruben Loftus-Cheek, Andreas Christensen e Dom Solanke.
Atualmente Drummy treina o Crawley Town, equipe da League Two. Entre 2009 e 2014 o inglês de 55 anos trabalhou no Chelsea, tempo suficiente para se destacar pelo seu trabalho primeiro no Youth e depois nos Reserves. Em cinco anos de trabalhou viu algum de seus pupilos realizarem feitos inéditos ainda na base e se orgulhou de uns “sortudos” os quais participaram de jogos na equipe principal.
Josh McEachran, Gokhan Tore, Marko Mitrovic, Conor Clifford, Jeffrey Bruma, Rohan Ince, Jacopo Sala foram alguns dos notáveis nomes durante a conquista da FA Youth Cup de 2009-2010. Em comum, além do título e pelo fato de terem sido treinador por Drummy é que nenhum foi efetivado ou atuou em uma temporada regular com o profissional.
“O Chelsea produziu muitos atletas no Sub-20, mas o que acontece? Eles são emprestados. Isso é uma bagunça. Não há uma ligação real entre a base e a equipe principal” comentou Drummy em entrevista publicada no Express.
Bem, amigos não há pessoa melhor do que Drummy (ou Steve Holland e Adi Viveash) para falar das bases do Chelsea. Eles são conhecedores de nossas joias, lapidaram muitos dos atletas revelados dos anos 2000 para cá. Realmente é um problema quando a equipe principal sofre com crise de identidade (atletas contratados, sem amor à camisa) e carência de reforços capacitados (são jovens e podem crescer a cada partida). Acrescente a esses fatores a questão financeira: é muito mais econômico e óbvio revelar atletas do que investir contratando.
E do que adianta se a filosofia do Chelsea vai na contramão de tudo? É indiscutível a força da Academia, basta observar os resultados na FA Youth Cup, na Premier League e Champions League do Sub-23 na última década. A grande questão é quando realmente teremos atitude de um grande clube capaz de corrigir a ligação entre base e profissional.
As palavras neste texto condizem coma opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.