Nos últimos anos, algo que tem chamado atenção no Chelsea, além de seus grandes times e contratações, é a capacidade do clube de encontrar jovens talentos espalhados pelo mundo. No entanto, estas joias não são nem de longe aproveitadas como deveriam ser. Preferindo apostar em jogadores renomados, o Chelsea vai deixando grandes atletas em potencial irem embora, em busca de espaço.
A lista de nomes é extensa e conta com jogadores que já se estabeleceram em seus clubes como Kevin De Bruyne, recordista de assistências na última temporada (considerando os cinco principais campeonatos europeus), pelo Wolfsburg, Romelu Lukaku e Ryan Bertrand, premiado com a vaga da Seleção da Premier League (eleita pela PFA), pela boa temporada no Southampton.
É possível citar também Thorgan Hazard, vendido ao Borussia Mönchengladbach após destacar-se em seu empréstimo aos Fohlen, Jeffrey Bruma e Franco Di Santo, vendidos a PSV Eindhoven e Werder Bremen, respectivamente, clubes onde são destaques. O último nome foi Gael Kakuta, que tanta controvérsia gerou quando foi contratado, vendido ao Sevilla após se destacar pelo Rayo Vallecano.
E se engana quem pensa que os nomes param por aí: o Chelsea ainda tem jogadores que vivem situações semelhantes aos jogadores que acabaram vendidos, dentre eles Lucas Piazon, Victor Moses, Cristian Atsu, Marco van Ginkel, Thomas Kalas, Oriol Romeu e Marko Marin.
Isto abre uma questão: embora o Chelsea seja ótimo em observar talentos em pólos menores do futebol mundial, os Blues são também péssimos para aproveitá-los. Thibaut Courtois foi um dos poucos que foram/são aproveitados em Stamford Bridge.
Vale ressaltar que o Chelsea, na grande maioria dos casos, deixa de aproveitar suas promessas para contratar jogadores já renomados e que nem sempre correspondem. O exemplo mais recente é Juan Cuadrado. Tudo bem que ainda está em adaptação, mas o colombiano não deu nenhuma prova de que pode ser útil aos Blues, diferente de De Bruyne, que teve pouquíssimas oportunidades na temporada 13/14 e comandou o Wolfsburg com 15 gols e 28 assistências em 14/15.
Romelu Lukaku viveu situação parecida: mesmo tendo marcado 18 gols pelo West Bromwich na temporada 13/14 – mais do que todos os atacantes que o Chelsea à época – não foi aproveitado e acabou vendido para o Everton, após uma temporada em Goodison Park. No momento da saída do atacante belga, o time de Stamford Bridge ainda não havia se encontrado com Diego Costa e, portanto, o jovem foi preterido por incógnitas.
Definitivamente, a lição que fica é a de que o Chelsea é excelente para observar talentos, mas péssimo para aproveitá-los. E o pior: este panorama não mostra perspectiva alguma de melhora, já que novas contratações bombásticas estão sendo engatilhadas – como a de Falcao García – e jogadores promissores estão ficando de lado – como Patrick Bamford.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.