No último domingo (23), o Chelsea bateu o Tottenham por 2×0 com grande atuação de Hakim Ziyech. Mas qual a explicação para uma atuação tão exuberante? Ao meu ver o marroquino foi o principal beneficiado pela mudança de esquema. Devido as ausências dos alas e vindo de uma sequência ruim, o treinador Thomas Tuchel, optou por mudar a formação dos Blues. Desse modo, os londrinos saíram do 3-4-3 para o 4-4-2 que alterna em alguns momentos com um 4-1-4-1 , ou ainda, com o 4-3-3. Ao mesmo tempo, me chamou a atenção os espaços ocupados pelo camisa 22 no último final de semana.
Puxando da ponta para o meio
Logo aos 4 minutos, o marroquino encontrou Callum Hudson Odoi na segunda trave e os Blues quase abriram o marcador.
Em seguida, aos 10 minutos, o Ziyech fez jogada de Robben saindo da direita pra dentro e finalizando para uma boa defesa do Hugo Lloris. Nesse sentido, destacaria ainda a ultrapassagem do nosso capitão, Azpilicueta. Ou seja, Ziyech não ficou tão colado a linha lateral como ocorre como a maioria dos pontas e nem foi obrigado a buscar a profundidade. Vale lembrar que o camisa 22 atua com o pé invertido, sendo assim, fica até mais complicado para ele buscar a profundidade.
Profundidade por dentro e por fora, mas nunca com o Ziyech
A atuação no primeiro tempo já havia sido bastante positiva. O camisa 22, até então, era o melhor da equipe e o único que tentava jogadas diferentes. Mas o início do 2º tempo comtemplou Ziyech com um gol de rara felicidade. Mais uma vez dominando a bola próximo da área e com o adversário cedendo bastante espaço – importante frisar – a ver se nas próximas partidas haverá tanta liberdade.
Pouco depois, Ziyech arriscou novamente de fora da área. Contudo, Lloris conseguiu efetuar a defesa. Mais um lance onde o marroquino estava próximo da área e numa zona mais central do campo. Percebam também a presença do Azpilicueta na linha da grande área.
Logo, os Blues tiveram bastante liberdade pela direita. Por isso, destacaria ainda a participação do Mason Mount que juntamente Azpi e Ziyech formavam uma trinca e geravam superioridade no setor.
A equipe alternava ataques por dentro e por fora. Por exemplo, nas imagens acima é possível perceber diversas vezes as ultrapassagens “por fora” do Azpilicueta. Em contrapartida, Mount era o responsável por dar profundidade a equipe por dentro, como no exemplo abaixo.
Ainda assim, há uma diferença substancial entre os movimentos realizados por Azpi e Mount: o camisa 19 sempre atacava a última linha da defesa adversária conforme mostra este outro frame:
Com isso, surgiram dúvidas nos marcadores. Isso porque Ziyech tinha a opção de passar para quem buscava o fundo, tinha também a opção de puxar para o meio, ao mesmo tempo, poderia fazer cruzamentos buscando a referência na área. Ou seja, Romelu Lukaku.
Por fim, os números de uma exibição brilhante. De acordo com as estatísticas da Sky Sports foram cinco finalizações, sendo quatro no alvo, 10 ações no terço final, 28 passes no último terço, oito duelos vencidos e quatro desarmes.