Em jogo irreconhecível, o Chelsea hoje foi facilmente abatido pelo Manchester City, dentro do Etihad Stadium, em confronto válido pela FA Cup. A partida única, dada à vitória do time anfitrião, eliminou os Blues da competição inglesa, que deixaram a torcida preocupada e descontente, dado ao desempenho demasiadamente fraco dentro das quatro linhas que a equipe de Stamford Bridge apresentou hoje.
O primeiro tempo foi só do time da casa. A rigor, o Chelsea não levou nenhum perigo, em momento algum. Tivemos apenas um único chute a gol de William, que passou longe da meta. Do outro lado, os Citizens bateram uma bola na trave com Jovetic, e o próprio montenegrino veio a abrir o marcador logo depois, recebendo de Dzeko e batendo cruzado, sem muitas chances para Petr Cech. O City ainda pressionava e, enquanto isso, o apático Chelsea nem sequer esboçava reação.
Com o intervalo, os visitantes tinham a missão de voltar para o segundo tempo com uma postura diferenciada, para tentar reverter o placar. Porém, a segunda etapa não foi nada diferente da primeira. O Chelsea continuou inofensivo, e não arrematou ao gol adversário nenhuma vez. Irreconhecíveis, os Blues não conseguiram criar literalmente nada, e passaram a assistir o City jogar, o que logo levou ao segundo gol dos azuis de Manchester. No seu retorno ao time, Nasri fez bonita tabela com David Silva, que devolveu para o camisa 8, e deixou o francês na cara do gol, que só teve o trabalho de empurrar a bola para dentro, sendo que Cech já estava rendido no lance. O Chelsea usou todas as substituições, entrando com Salah, Torres e Oscar, porém nenhuma surtiu real efeito. Final de jogo, e com tal, dá-se também o fim da participação do Chelsea na FA Cup desse ano.
Eliminados, e merecidamente. ‘Atípica’ não é a palavra para essa partida, mas sim ‘irreconhecível’. Os mesmo jogadores, o mesmo time, o mesmo estádio. Ainda tivemos alguns jogadores do City poupados para o jogo da Champions League contra o Barcelona, o que nos dava, em tese, uma vantagem no confronto. Mesmo assim, o Chelsea não chutou nenhuma – eu repito, nenhuma – bola à meta. Tivemos um único chute, que nem pode ser chamado de lance de perigo, pois passou muito, muito longe do gol. O City soube trabalhar bem a marcação, e é um grande time, e por tal, tem seu mérito na vitória. Mas deve se dizer que o Chelsea foi totalmente inoperante hoje, em um dia que o time como um todo foi de mediano a ruim. Mesmo os jogadores que vinham ganhando grande destaque – como Hazard, que jogou os 90 minutos – hoje estiveram totalmente ofuscados. As substituições foram ineficazes, os jogadores que entraram no decorrer da partida não conseguiram mudar a cara do jogo. E repito, que na minha opinião, ainda falta um jogador diferenciado no elenco do Chelsea para o banco, para jogos como o de hoje, onde a formação principal não surte efeito e precisamos de uma opção tática para tentar mudar a partida. Com o atual plantel, podemos trocar um centro avante de área por outro de área, um homem de velocidade por outro de velocidade, um volante de contenção por outro de contenção. Mas não temos um jogador no elenco que mude a cara do jogo em termos táticos, que tenha características diferenciadas e possa sair do banco para reverter um revés. Em mero exemplo, não podemos trocar um homem de velocidade e finalização por um de criação, de passes e que acha espaços, pelo simples fato que não temos ninguém assim no elenco. Não temos no banco ninguém que tenha características diferenciadas dos titulares, ninguém que possa explorar novas possibilidades táticas para o time, quando nosso plano de jogo não estiver dando certo. Falta opções para a equipe em certos momentos, e acho que hoje foi um exemplo disso, quando vimos o Chelsea inofensivo durante toda a partida, e José Mourinho não pôde fazer nada para mudar isso, apenas colocar em campo jogadores que realizavam a mesma função tática dos que foram retirados, sendo que obviamente nossa esquema já havia sido anulado pelo comandado de Manuel Pellegrini.
Difícil entender o motivo dessa oscilação gigantesca de performances, de um time que vinha dando aula de postura tática, para um que não sabia o que estava fazendo dentro de campo hoje. Parece que o Chelsea nem tentou ganhar esse jogo, pois mesmo quando estava atrás no placar, não buscou reverter o resultado. Foi uma partida até frustrante de se assistir, principalmente pelas boas apresentações que o time vinha tendo. Isso nos faz pensar se os Blues não vão oscilar novamente em um jogo importante, seja pela Premier League, ou até mesmo na Champions. Fica a dúvida de que se o time, mesmo com o bom momento que vive, já está maduro para ser campeão.
Perdemos a sequência de invencibilidade. Voltamos a perder para o City, novamente fomos eliminados por eles da Copa da Inglaterra, estamos fora da competição. Tivemos nossa defesa, dada com uma das melhores da Europa e a melhor da Premier League, novamente vazada, e hoje por duas vezes. A apresentação do time nessa tarde traz um certo receio, ao lembrar da instabilidade que assombrava o clube na temporada passada. Porém, ainda temos um bom histórico. Uma derrota para o forte Manchester City, após derrota-los duas vezes na Premier. E derrota essa em mais de dez jogos sem perder, com nove vitórias e três empates em sequência. Por tal, devemos focar no bom momento, e não se deixar abalar pelo resultado de hoje. Ainda temos outras competições para disputar, e ainda estamos no topo do campeonato inglês. Já provamos que somos um time forte, uma equipe a ser temida. Hoje? Um dia para se esquecer, uma performance para se apagar da fita. Foco no futuro, para deixar essa lamentável partida para trás, e mostrarmos o verdadeiro Chelsea novamente.
#GoBlues
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
