Mais uma competição perdida.
O Manchester City dominou o primeiro tempo do jogo, mantendo a vitória parcial e dando muito trabalho a defesa dos Blues. Na segunda etapa, os Citizens anotaram mais um tento, praticamente anulando as chances do time de Londres chegar a final da FA Cup. Mesmo descontando no placar, o Chelsea novamente não impôs todo o seu bom futebol em campo, e pagou o preço por isso. Final de jogo, 2×1 para o time de Manchester, dando a eles o direito de disputar a final da competição contra o Wigan Athletic.
A etapa inicial foi complicada para os Blues. O City fechou muito bem a marcação, e pressionou praticamente a todo o tempo. O Chelsea criou algumas boas chances, mas os Citizens criaram mais. O domínio do jogo era claramente dos Sky Blues e, aos 35′, esse domínio foi coroado com um gol. O Manchester saiu a frente no placar com Nasri, complicando ainda mais a vida do Chelsea. A defesa blue ainda trabalhou muito e evitou outros gols dos adversários ainda na primeira etapa. O Chelsea chegou algumas vezes com perigo, porém não conseguiu marcar. O jogo chegou ao intervalo, e o placar mínimo se manteve na partida, dando ao Chelsea apenas 45 minutos para reverter a situação.
O segundo tempo começou com a mesma cara do primeiro: Pressão do City. O time que já estava ganhando por 1×0 , logo ampliou a vantagem. Com cerca de 2 minutos corridos da etapa complementar, Kun Aguero marcou de cabeça, abalando ainda mais os ânimos dos Blues. A postura do Chelsea não mudava, e mostrando muita pouca eficiência dentro de campo, o time londrino via sua eliminação cada vez mais perto.
A reação do Chelsea veio no exato momento em que Fernando Torres entrou em campo. Porém, não pela atuação do espanhol em si. De fato, no segundo em que este jogador entrou nos gramados, o gol do Chelsea saiu. Após lançamento de Luiz, Demba Ba fez um golaço, e trouxe o Chelsea de volta para a disputa. E a partir dai foi só pressão dos Blues. Tanto que o City mexeu duas vezes, tirando jogadores ofensivos e colocando defensores, a fim de tentar suportar a forte pressão exercida pelo time de Stamford Bridge. Porém, o time londrino acordou muito tardepara o jogo. A partida chegou ao seu fim, e o Chelsea sequer chegou ao empate. Vitória dos azuis de Manchester, e o Chelsea está eliminado da FA Cup.
O time todo foi uma montanha de altos e baixos. Petr Cech fez boas defesas, mas deixou a desejar. O segundo gol era totalmente defensável. Por acreditar que a bola iria para fora, não se deu ao trabalho de ir atrás da mesma. O gol poderia ter sido evitado, e não foi pois o nosso goleiro errou no “golpe de vista”. Por segurança, num jogo tão importante, e com toda a experiência que tem, Cech poderia ter ido na bola e evitado que a mesma entrasse. Mas, como o grande goleiro que é, fez boa partida se analisando o jogo como um todo.
Nossa defesa trabalhou bem, salvo alguns momentos isolados e, é claro, os gols. Até Bertrand deu uma boa segurada em alguns lances, embora ainda seja um jogador que não acompanha o ritmo do time. David Luiz e Ivanovic tiveram boas atuações, mas falharam em alguns lances também, incluindo-se aqui os gols que tomamos. Azpilicueta não foi mal, mas esteve longe de ir bem. Errou muitos passes, falhou na marcação. O espanhol já viu melhores jogos. A defesa foi falha sim, mas também evitou que o time tomasse mais gols ainda, o que teria acabo definitivamente com as chances do Chelsea se classificar para a final, muito antes do fim do jogo.
O meio de campo foi totalmente instável. Mikel começou o jogo mal, deu uma acordada, e voltou a jogar mal. Eu esperava que Benitez o substituísse por Torres, mas achei que o treinador nunca veria essa mexida. Para minha surpresa – e acredito que para a de muitos – ele fez exatamente essa substituição, que parece ter dado resultado imediato. Ramires sempre joga com raça, e particularmente o acho o jogador mais constante do Chelsea. Hoje não foi diferente, e o brasileiro teve boa performance. Porém, já o vi jogar melhor e, em alguns momentos, o brasileiro poderia ter aproveitado mais as bolas que teve.
Mata, Oscar e Hazard também oscilaram entre bons e maus momentos. Variando entre algumas grandes jogadas e outras nem tanto, o fato é que o trio não esteve em total sincronia hoje. Esses jogadores perderam muitas oportunidades de marcar, ou de pelo menos trabalhar a jogada e criar chances reais de gol. Os três jogaram com raça, mas não se acertaram em campo durante os 90 minutos corridos.
Demba Ba ficou perdido em meio a forte marcação do City, não conseguiu criar praticamente nada. Porém, com a entrada de Fernando Torres, a marcação ficou dividida, as jogadas mais bem trabalhadas, e a presença de área ficou maior. A melhora de Ba com a entrada de Torres foi evidente, visto que o senegalês teve mais espaço para jogar. Com certeza essa dupla de ataque rendeu frutos ao Chelsea, que conseguiu dominar o City quando jogou com dois atacantes. Porém, como já dito, a mexida foi tardia, e não havia mais tempo de reverter o placar. Torres tentou algumas coisas, e fez boas jogadas quando pegou na bola, porém jogou por um curto período tempo, e não foi definitivo como vinha sendo nos últimos jogos, embora tenha tido “participação” no gol, quando puxo a marcação da defesa do City para si e deixou Demba Ba com condições de arrematar.
O Chelsea cometeu o mesmo erro que cometeu contra o Rubin Kazan, e que vem cometendo a temporada toda: Jogar apenas metade do jogo. O time parece estar em campo apenas durante uma única etapa. Hoje era um jogo sem volta, um mata-mata clássico, era ganhar ou perder. Não havia chances do Chelsea ir atrás do prejuízo, e por não dar o seu melhor no primeiro tempo, os azuis de Londres pagaram o preço pelo fraco desempenho apresentado.
O que é mais frustrante não é ver que o Chelsea só acordou na metade do segundo tempo, mas sim ver que a partir desse momento, o time teve totais condições de empatar e até de virar a partida. Jogando efetivamente apenas 1/4 do tempo regulamentar, nesse período se viu o domínio total dos Blues, mostrando um futebol de nível muito maior do que o do Manchester City. Porém falharam ao finalizar à meta. Mas chances? Tivemos de sobra. Se a equipe mostrasse esse nível de futebol durante todo o jogo, tenho quase certeza que o resultado teria sido diferente.
Um dos únicos pontos positivos desse jogo foi poder observar a postura tática do Chelsea com Ba e Torres em campo. Sair do esquema de um único atacante isolado se mostrou mais uma vez benéfico ao Chelsea, e melhorou muito o desempenho do time. É um ponto a se observar, visando que os Blues ainda tem que se manter entre os 4 primeiros da Premier League, e possivelmente ganhar o último troféu restante para essa temporada. Esses dois jogadores trabalhando em conjunto podem vir a ajudar o Chelsea nessa reta final, e garantir que o time obtenha os resultados esperados.
Com isso, agora o Chelsea só tem condições de ganhar o título da Liga Europa, e de se manter no G4 da Premier, visando uma vaga na Champions League do ano que vem. Essas condições são o máximo que os Blues podem conquistar agora e, na minha opinião, o mínimo que devem alcançar para tentar redimir a péssima temporada que apresentaram.
Potencial o time tem, porém novamente o mesmo não foi apresentado dentro de campo, e por tal, soma-se mais uma eliminação para a temporada 12/13.
Agora é levantar a cabeça, e tentar se contentar com o que ainda tem pela frente, visando apenas manter o resto de dignidade que ainda resta para o time. A Europa League passa a ser tornar mais do que consolação agora, e vira obrigação da equipe para com a torcida. E o G4 da PL, nem se fala. Até porque, é condição básica para a vinda de Mourinho e para manter o Chelsea dentro do patamar de “Gigantes da Europa”.
Volto a dizer: Ou o Chelsea acorda e mantém uma regularidade, apresentando em todos os jogos (e durante os 90 minutos) o bom futebol que possuí, ou a atual temporada dos Blues pode vir a acabar em tragédia, com o clube sem nenhum título, sem vaga na Champions, e sem nenhuma credibilidade no mundo do futebol. Já passou da hora do Chelsea se botar no seu lugar, e jogar honrando o título de campeão da Europa.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
