Na semana passada escrevi um artigo aqui para o Chelsea Brasil onde criticava as decisões de Mourinho, dentre outras coisas, em deixar jogadores que poderiam ser importantes para o elenco sair por um julgamento aparentemente raso dos mesmos, como Juan Mata, André Schürrle e Kevin de Bruyne, por exemplo, que brilham em outros clubes inglêses, mas que poderiam estar agora vestindo azul e participando de um rodízio saudável no meio de campo dos Blues.
Desta vez a análise se foca no fato de que temos um elenco reduzido e sem peças de reposição para quase todos os setores. Seja por falta real de jogadores, seja porque os que estão ali não são utilizados, não são dadas chances para que eles se provem opções confiáveis.
Quando Petr Cech decidiu deixar o Chelsea para ter mais tempo de jogo, o clube foi logo atrás de Asmir Begovic, à pedido de José Mourinho, segundo o próprio clube. E com a infeliz lesão do nosso titular, Thibaut Courtois, Begovic tem se provado uma opção mais que capaz de ocupar o gol azul. O bósnio tem feito um ótimo trabalho! Mas será que temos opções assim para todos os setores do campo? Como temos para o gol?
A resposta, minha pelo menos, mas também de muitos analistas e torcedores, é que não, não temos um elenco com profundidade suficiente para equilibrar o time em situações que alguns titulares vivem mau momento, técnico, tático ou até mesmo de comportamento.
Claro que aí tem o dedo de Mourinho de liberar alguns jogadores que poderiam ser fundamentais hoje para o time. Há também o erro do treinador de jogar duas temporadas completas com praticamente os mesmos 11 titulares e talvez por isso achar que não precise de tantas opções. Vale lembrar que na temporada passada apenas 10 jogadores de linha (pasmem) começaram mais de 10 partidas como titular pelo Chelsea, contra 22 do Bayern, 21 do Real Madrid e 17 do Barcelona, por exemplo. Uma prova de que Mourinho não gira o elenco, não faz rotação e isso é um problema óbvio em vários aspectos, já trabalhados na minha última matéria.
Mas também há aqui um erro de planejamento que passa não apenas por Mourinho, mas necessariamente também pela direção do clube, o chamado “board” que decide e trabalha as contratações e transferências do clube.
Mourinho decidiu liberar Mata, de Bruyne, Schürrle, Salah, David Luiz (que mereceu sair), Lukaku, Ashley Cole, Frank Lampard, por opção própria. Tudo bem, que tenham saído, mas porque o clube não foi atrás de reposições a altura? Ou pelo menos opções razoáveis para cada posição?
Enquanto outros clubes procuram sempre ampliar sua cartela de opções para a temporada (e todos concordam que um elenco forte é um elenco variado e vasto, para que possa rotar sem perder qualidade ao longo da temporada), o Chelsea acabou por se reforçar muito pouco, apesar de ter feito de forma acertada quando o fez.
Por exemplo, fomos atrás de Matic, Fàbregas e Diego Costa, para reforçar o elenco, mas eles são claramente titulares indiscutíveis do time. Não seria necessárias também contratações para dar profundidade ao elenco? Ou será que precisamos apenas montar um time titular? Quantos chegaram para fazer sombras a outros, ou para serem jogadores que brigarão por posição?
O Chelsea fez isso de maneira acertada quando contratou Willian há duas temporadas. Com a chegada do brasileiro, tínhamos Juan Mata, Oscar, Kevin de Bruyne, Willian e Hazard para disputar três vagas. Cinco jogadores brigando por três vagas, ótimo, saudável e perfeito para o time da magnitude do Chelsea. Dois seriam banco, inevitável, mas com um sistema de rotação minimante em curso, todos eles jogariam ali seus 35 jogos na temporada, entre partidas como titulares ou entrando no segundo tempo.
Mas depois Mourinho resolveu confiar plenamente apenas em alguns deles e Mata e De Bruyne foram embora e para seus lugares chegou apenas Mohamed Salah, a principio, num meio de temporada, com o Chelsea brigando lá em cima na tabela no momento. E ao contrário dos dois que saíram, Salah chegou visivelmente (e declaradamente) sem condições de brigar por uma vaga no elenco. Será que a falta de competições no setor, ou a falta de opções mesmo, que levou a uma escalação sucessiva do trio Oscar-Willian-Hazard, foi decisiva para a baixa no rendimento do time naquela temporada? Seja por cansaço ou previsibilidade do sistema de criação?
Posteriormente chegou Schürrle e a rotatividade e competitividade no setor aumentou e o futebol do setor criativo do Chelsea também. Mas logo ele foi embora, no meio da temporada passada, para a chegada de Cuadrado (aparentemente sem ser um pedido específico de José Mourinho, que teria pedido Douglas Costa). E com Cuadrado praticamente sem jogar, a competitividade no setor voltou a estagnar e o futebol a cair. Voltamos a contar apenas com três opções para três vagas. Muito pouco para um dos setores mais fundamentais no esquema 4-2-3-1 de Mourinho.
Hoje temos apenas Pedro em condição de tirar a vaga do trio de ouro da armação do Special One. As outras opções são os jovens Kenedy e Traoré, e claramente Mourinho não gosta de apostar decisivamente em jovens, pelo menos não em grandes jogos ou para serem titular em jogos de médio porte. Ou seja, fomos de dois grandes reservas para apenas um, uma queda de qualidade no setor, visível.
Mas e o resto do time? Será que estamos bem?
(Como comparação colocarei em cada setor os jogadores para posição de cada grande rival da Premier League no momento. Os jogadores em itálico são as opções mais jovens para o setor:
Chelsea: Willian, Oscar, Pedro, Hazard; Kenedy e Traoré
Manchester United: Wayne Rooney, Ashley Young, Memphis Depay, Antonio Valência, Juan Mata; Jesse Lingard, Andreas Pereira
Manchester City: Raheem Sterling, Samir Nasri, Jesús Navas, Kevin de Bruyne, David Silva; Patrick Roberts
Arsenal: Tomas Rosicky, Mesüt Ozil, Theo Walcott, Oxlade-Chamberlain, Santi Cazorla, Alexis Sanchez)
Comecemos pela zaga:
Na zaga tínhamos, em 2013/2014, os titulares John Terry e Garry Cahill e o inconsistente David Luiz, além do jovem, promissor e aparentemente de qualidade Tomas Kalas. Querendo ou não, Luiz era um zagueiro experimentado, campeão de Champions League e titular por muito tempo. Mereceu perder a posição no time titular, mas era um reserva de certo nível, nem que fosse pela experiência. Mesmo aqui era um setor limitado, que não permitia tanta rotação, mas pelo menos havia um zagueiro experiente na reserva.
Vendido por 50 milhões de libras, sem se pensar duas vezes, por este valor, tinha mesmo que ir. Mas fomos atrás de Kurt Zouma e mais ninguém para a posição. Zouma é bom, verdadeiramente, mas não chegou com condições de assumir um lugar no time. Assim, em 2014/2015 tínhamos os titulares Terry e Cahill e apenas dois jovens sem experiência no banco: Zouma e Andreas Christensen.
Pelo menos para mim, não parece suficiente para um time de grande porte como o Chelsea. Não por Zouma ou por Christensen, mas pela ausência de outra opção ao menos experiente e rodada, que possa, num momento ruim de algum dos titulares, ir a campo e passar tranquilidade aos companheiros. Zouma pode muito bem integrar o elenco, claro, mas uma opção a mais no setor, com mais rodagem, no nível de titular de grande time, não faria mal. Pelo contrário, daria a chance de rodar os titulares e evitar que John Terry disputasse praticamente 50 jogos aos 34 anos.
Hoje continuamos sem ter opções para o setor (temos Djilobodji, que convenhamos, nem sabíamos quem é, de verdade, até chegar ao Chelsea, e continuamos sem saber). Ou seja, com Cahill e Terry mal, somos obrigados a ir com pelo menos um deles a campo. Falta opções para a zaga e a tentativa malsucedida de contratar John Stones prova isso.
(Chelsea: John Terry, Gary Cahill, Kurt Zouma e Papy Djilobodji; Ola Aina
Manchester United: Phil Jones, Marcos Rojo, Daley Blind, Chris Smalling; Paddy McNair
Manchester City: Vincent Kompany, Eliaquan Mangala, Martín Demichelis, Nicolás Otamendi
Arsenal: Per Mertesacker, Gabriel Paulista, Laurent Koscienly, Calum Chambers; Stefan O’Connor)
Laterais?
Vamos lá? É uma situação mais que conhecida do Chelsea nos últimos anos: jogamos com um (espetacular) lateral direito improvisado na esquerda. Nem parece, pelo nível inabalável do futebol de Azpilicueta, mas ele é lateral direito, afinal.
Na esquerda, mesmo com Ashley Cole no time, não tínhamos lá ainda um reserva para o ídolo, tanto que Azpi foi parar na esquerda, deixando a direita sem reserva direto. Ou seja, se o lateral direito estivesse mal e Azpilicueta fosse para lá, teríamos de escalar um lateral esquerdo em baixa. Ou seja: sem grandes opções para o setor há um bom tempo.
Depois veio Filipe Luís e a situação pareceu melhorar: tínhamos um reserva para a esquerda e um lateral no elenco que joga nas duas. Com Ivanovic mal, Azpi poderia ir para a direita e Luís jogaria naturalmente na esquerda. Mesmo assim, apenas um lateral esquerdo no elenco (vale notar que tinha Nathan Aké, que quando teve chance mostrou que poderia ser boa opção, mas estamos falando de um time que jovens não ganham chance).
Com a saída de Luís (que não foi lamentada na época mas que hoje pode até ser, se pensarmos bem), veio Baba Rahman. Para mim é um avanço pois o lateral foi destaque na Bundesliga, sendo considerado um dos melhores jogadores jovens da competição. Mas adianta de que contratar o rapaz a peso de ouro (22 milhões de libras) se ele não vai jogar quando nosso lateral direito está num momento desastroso (nota triste para a teimosia de Mourinho).
Poderíamos ir muito bem (peço isso a todos os deuses do futebol diariamente) com Azpi na direita e Baba Rahman na esquerda, dado o momento péssimo de Ivanovic. Mas novamente é um time (treinador) que não dá chance a jovens talentos. Mesmo assim, notemos: apenas um lateral esquerdo no elenco. Não dá!
(Chelsea: Azpilicueta, Ivanovic e Baba Rahman
Manchester United: Marcos Rojo, Luke Shaw, Matteo Darmian, Antonio Valência (que joga desde a temporada passada como lateral direito
Manchester City: Bacary Sagna, Pablo Zabaleta, Aleksandar Kolarov, Gael Clichy
Arsenal: Nacho Monreal, Kieran Gibbs, Hector Bellerín, Mathieu Debuchy)
Volantes!
Posição delicada no futebol de hoje, não? Fundamental, muitos diriam. Mas que carece de opções no nosso elenco se pensarmos na maneira como Chelsea se propõe a jogar. Em tese, olhando para o elenco, temos opções em número, e até em qualidade (pode discordar aqui se quiser) para o setor.
Nemanja Matic e Cesc Fàbregas são os titulares hoje. Um marcador, incansável, tático, mas de bom passe, alto e ágil: um primeiro volante, Matic. O outro segundo volante, Cesc, quase armador, de ótima saída de bola quando está em boa fase, mas que marca menos, menos móvel, mas talvez a peça fundamental e mais importante do futebol do Chelsea na temporada passada. O elo entre defesa e ataque, o cérebro, a transição, o motor do time.
Bons nomes, nível mundial. Mas e os reservas? Ramires é uma boa opção pois dá uma alternativa diferente ao jogo de Cesc e Matic. É um volante que marca e corre, ataca e volta. Talvez a única alternativa em qualquer setor do Chelsea que ofereça algo diferente aos titulares. É uma alternativa tática, mas se pensarmos bem, não é reserva nem para Matic nem para Fàbregas, é uma alternativa, mas que não substitui nenhum dos dois com a manutenção da maneira do Chelsea jogar. Com Ramires no lugar de um dos dois, o time joga de outra maneira, completamente diferente, tanto que sob comando de Mou, quando Ramires joga, praticamente em todas as ocasiões, Matic e Cesc também estão em campo e o brasileiro substitui um meia para que o time jogue num 4-3-3 clássico.
Daí então, quem são os reservas dos titulares, para fazer as mesmas funções e poder rodar o elenco ou substituir em necessidade (lesão, suspensão ou momento ruim)? Para Matic a opção parece clara, desde sempre: John Obi Mikel. Mas nem me alongarei muito: o cara é uma espécie de ídolo, mas não tem nível mais para o elenco do Chelsea. Não é reserva que chegue a altura nem de reserva.
Mas na verdade a melhor opção para reserva de Matic seria Ruben Loftus-Cheek, o garoto prodígio, que sempre que entrou jogou muita bola. Se bem utilizado, resolveria o problema da reserva de Matic, já que ambos tem físicos parecidos e qualidades e futebol parecidas, apesar da falta de experiência óbvia do inglês. Mas se utilizado bem seria uma boa opção para descansar o visivelmente cansado, desde a temporada passada, Matic. Mas cadê o pulso de Mourinho de tentar mais o garoto?
Passemos a Fàbregas? Quem é reserva para a função que ele faz em campo hoje? Ninguém! Absolutamente ninguém! Prova? Quando preciso, quem joga ali é o Oscar, improvisado. Então se Cesc Fàbregas está mal, como está claramente desde janeiro, quem pode substituí-lo sem mudar a forma de jogar do Chelsea? Quem faz o papel de segundo volante de transição, que pensa o jogo de trás? Ninguém, e talvez por isso ele está sempre em campo, mesmo mal, mesmo demonstrando cansaço.
Ou seja, temos cinco volantes no elenco. Mas será que temos elementos suficientes em qualidade e em planejamento de jogo para o um clube da altura do Chelsea? Eu acredito que não, e aqui faltou um pouco de planejamento de utilização dos jovens, seja Loftus-Cheek, seja Van Ginkel, que faz a posição de Fàbregas, e poderia ser um bom reserva para posição. Mas também faltou a visão de contratar alguém para o setor, para a reserva de Cesc, alguém de qualidade de transição e passe para dar mais uma opção de rotação e de nível para o setor.
Tentamos Paul Pogba em vão e agora não temos um leque suficiente para o setor, tanto que insistimos em jogadores que já provaram que estão num mau momento. Sem muitas opções para manutenção do esquema, e quando há, no caso de Loftus-Cheek substituir Matic, Mourinho simplesmente não tem a coragem de colocar o jovem em campo.
(Dá uma olhada nas opções do United para o setor:
Chelsea: Cesc Fàbregas, Matic, Obi Mikel, Ramires; Ruben Loftus-Cheek
Manchester United: Michael Carrick, Daley Blind, Ander Herrera, Marouane Fellaini, Morgan Schneiderlin, Bastian Schweinsteiger
Manchester City: Fernando, Fernandinho, Fabian Delph, Yaya Touré; Bruno Zuculini
Arsenal: Mikel Arteta, Jack Wilshere, Aaron Ramsey, Francis Coquelin, Mathieu Flamini)
Armadores, wingers, alas, pontas, meias, meias-atacantes…
Como dito lá em cima, já tivemos um setor recheado de grandes estrelas, com ótimas opções táticas, de futebol diferentes e diferenciados, que dariam variações possíveis e rodagem para quando um estivesse mal ou precisasse de descanso, ou até mesmo para enfrentar adversários diferentes, como era Schürrle na sua primeira temporada, que dava uma cara diferente, mais veloz, para a armação, fazendo um contraponto à cadenciada dupla Oscar-Willian. Era uma boa opção. Isso depois de termos de Bruyne e Mata, que como dito, seriam grandes opções hoje.
Atualmente temos o mesmo trio titular: Oscar-Willian-Hazard. Todos ótimos jogadores na minha opinião, mas que precisavam de sombras, de alternativas e principalmente de descanso. Quem é o reserva de Oscar hoje? E de Hazard? e de Willian? A resposta para as três perguntas é a mesma: Pedro. Um jogador para reserva de três atletas.
E olha que o espanhol não mostrou ainda a que veio, apesar de uma estreia acima da média. As outras opções são Kenedy e Traoré, que apesar de bons prospectos, são ainda jovens e precisaram ser trabalhados aos poucos, no sistema de rotação.
Alguém discorda de mim? De que precisaríamos de pelo menos mais uma ou duas opções de grande nível para a armação? Um de Bruyne da vida? O setor carece de rotação e de alternativas até mesmo táticas. Sabemos como cada um dos titulares jogam individualmente e também coletivamente. O trio de armação do Chelsea é até fácil de marcar se pensarmos assim.
Faltam opções aqui também, então! O comparativo de armadores dos rivais já está lá em cima no post!
Atacantes!
Diego, Diego, Diego! Um dos melhores do mundo na posição, sem dúvida. Mas que não consegue jogar a temporada toda em sequência, seja por lesão ou suspensão. É, pelo seu histórico, um jogador que precisa de descanso também, pelo físico.
Temos um reserva de bom nível: Loïc Rèmy, que sempre que entrou jogou bem, mas que misteriosamente não tem ganhado muitas chances nessa temporada, ainda menos que na temporada, quando já merecia, segundo o próprio Mou, mais minutos em campo.
Na temporada passada o elenco tinha Didier Drogba, mito, lenda, matador. Não em sua melhor forma, mas ótima opção para um “de vez em quando”. Nessa temporada temos Falcao num nível ridículo de futebol. Péssimo.
Ou seja, com Diego fora, como sempre ocorre, a quem recorremos? A um Falcao García terrível, destoante. Temos um bom Remy no banco, mas o time precisaria de uma opção mais viva que Falcao.
Talvez até mesmo um jovem como Patrick Bamford fosse melhor para ser um reserva de Remy quando preciso, ou para entrar em alguns jogos. Mas com Falcao no elenco a escolha acaba sendo pro escalar o colombiano. E assim perdemos a qualidade de Remy e tiramos espaço para que algum outro atacante pudesse estar mostrando seu trabalho.
Falta de planejamento aqui no ataque, como no time todo. Poderíamos facilmente ter um conjunto de centro-avantes mais forte!
(Chelsea: Diego Costa, Loic Remy, Falcao García
Manchester United: Wayne Rooney (não joga atualmente na posição mas pode fazer muito bem ela, sabemos), Anthony Martial, Memphis Depay; James Wilson
Manchester City: Sérgio Agüero, Wilfried Bony; Kelechi Ilheanacho
Arsenal: Olivier Giroud, Danny Welbeck, Joel Campbell, Alexis Sanchez (já provou no Arsenal que joga muito bem na posição)
Ou seja…
Num elenco completo, os jogadores, de todos os setores, que estão mal, são colocados como reservas por alguns jogos e trabalham suas falhas, descansam suas mentes e voltam aos poucos para conquistar suas posições novamente, ou pelo menos brigam para isso, criando uma motivação no grupo. Mas no elenco atual do Chelsea, os jogadores em má fase estão toda semana em campo. E mesmo que não estivessem mal, um elenco com mais opções qualificadas daria a eles a chance de descansar e também para o time sair da mesmice, com alternativas táticas e de individualidades.
Faltou planejamento do clube como um todo na hora de repor saídas e de construir um elenco para brigar com os gigantes europeus, que é onde merecemos estar, pelo tamanho do clube, investimento, treinador, etc.
Mas isso não é desculpa, contudo, para que Mourinho não troque o time, não rode, não gire. Ele precisa fazer isso! E como não teremos as opções que precisamos, não até janeiro pelo menos, é preciso que ele dê chance para os jovens e saque os medalhões em mal momento do time.
Vale lembrar que em janeiro o mercado é bem mais difícil e qualquer contratação de peso, se vier de um time que já joga a Champions League (como Griezmann, Pogba ou Varane), não poderá ser inscrito no torneio europeu. Trocando por miúdos, como dizem os conterrâneos de Mourinho, ocorreu no Chelsea um sutil mas decisivo erro no planejamento!
Para finalizar, devo dizer, contudo, que temos uma base de elenco maravilhosa e com potencial para permanecer no clube por muitos anos, principalmente pela quantidade de jogadores ainda jovens no elenco, como Thibaut Courtois, Zouma, Azpilicueta, Oscar, Rahman, Hazard, Loftus-Cheek, Kenedy, Traoré. Fora os grandes talentos emprestados que são uma base jovem para completar possivelmente o elenco. Além de figuras que ainda podem render muito e são importantes, como John Terry, Cesc Fàbregas, Begovic, Willian, Remy, Matic, Pedro.
Temos, portanto, uma boa base para um grande elenco, mas falta preenchimento, falta opções…faltou planejamento na construção do grupo. Tanto que Mourinho chegou a pedir à diretoria, em abril, um zagueiro, um lateral-esquerdo, um volante, um armador e um atacante. Mas os reforços não vieram, por muitos motivos, e agora temos um elenco, como tivemos nas últimas temporadas, um pouco limitado. E mesmo as opções que temos, Mourinho não coloca pra jogar…É preciso planejar melhor o grupo e o futuro se quisermos continuar reinando na Inglaterra, e se quisermos a glória europeia novamente!
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.