
Ultimamente estamos expostos a um bombardeio de informações envolvendo o maior treinador da história do Chelsea, o The Special One, mais conhecido por José Mourinho. É de conhecimento geral que o português não vive seus melhores dias não só no Chelsea, como na carreira. Acostumado com vitórias, recordes e títulos, Mourinho “lidera” os Blues em uma das piores campanhas do clube na história da Premier League. São apenas 11 pontos em 11 partidas, números que nos coloca na ridícula 15ª colocação do Inglesão. Na Champions League, a 2ª posição em um grupo relativamente fácil, com duas vitórias, empate, uma derrota e um futebol que não condiz com o nome do treinador e do clube.
Muitos se irritam pela ignorância e pragmatismo de Mourinho. A fórmula, que em tantos momentos foi sinônimo de glória, hoje traz desespero para o mais otimista dos torcedores. Argumentos como “o cara não mexe de jeito nenhum”, “Vai esperar tomar gol para colocar fulano?” e “todo mundo já sabe o esquema e posicionamento do time, que manjado!” se tornam cada vez mais rotineiros.
A verdade meus amigos, é que o português respira por aparelhos. A mídia, nacional e internacional, parece que não vão se cansar até derrubarem o treinador. Um escândalo aqui, uma entrevista ali, um rumor acolá. Tudo isso faz com que a pressão aumente. E é aí que eu quero chegar. Essa pressão afeta muito o rendimento dos 11 em campo e mais ainda, a torcida.
Todos sabem que a torcida, pelo menos sua grande maioria, é apaixonada por José Mourinho. Tanto que a cada momento gritam o tradicional “JOSÉ MOURINHOOO, JOSÉ MOURINHOOO” nos jogos. Os defensores, se é que podemos chamá-los assim, apoiam essa iniciativa, pois mostra a “proteção” dos fanáticos pelo clube. Porém aos olhos de outros, pode parecer que isso significa um apoio ao TREINADOR, não ao Chelsea.
Meu tio, frequentador de arquibancada e professor de tática nas horas vagas, uma vez me disse: “Pisou em estádio é TUDO SOBRE O CLUBE”. Tudo sobre o clube. Não importa quem está jogando, quem está treinando, a cor do uniforme ou se o jogo é dentro ou fora de casa. Gritar por Mourinho de cinco em cinco minutos faz parecer que a torcida lá na Inglaterra só está pensando em mostrar seu apoio ao português. Tudo bem, isso é ótimo. Mas nossos jogadores vivem uma fase ruim e não podem “dispensar” uma incentivo do torcedor. Torcida ganha jogo. Certeza vez, Mourinho, irritado, brigou com sua torcida em pleno Stamford Bridge, dizendo que ele não deveria ser glorificado, e sim seus jogadores em campo. “EU NÃO. TERRY, LAMPARD, DROGBA, EU NÃO, EU NÃO”. Confesso que essa lembrança me motivou a escrever essas linhas.

Independente de QUALQUER COISA, nada, absolutamente nada,05 é maior que o Chelsea Football Club, nada. Sei que não moro em Londres, então, antes que me chamem de “revolucionário de sofá”, parem e pensem por um segundo: nesse momento, gritar por Mourinho vai ajudar o time a conquistar as vitórias? Gritar por Mourinho vai fazer a mídia esportiva, famosa no mundo inteiro pelo sensacionalismo, parar de limar o português? Acho que não. Agora, gritar pelos jogadores, arrebentar nos aplausos, pular e berrar O TIME do início ao fim, sim.
A fase atual do Chelsea é um resultado de falhas táticas e técnicas do treinador e todos jogadores, possíveis problemas extracampo e outros problemas que, se é que existem, só quem está dentro do clube sabe, além é claro de uma pitada de má sorte.
Pode parecer corneta, mas acreditem, não é. Só que para mim, “JOSÉ MOURINHOOO, JOSÉ MOURINHOOO” não pode jamais substituir o nosso bom e velho “C’MON CHELSEA, C’MON CHELSEA!”
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.