Em partida válida pela segunda rodada da Premier League, o Chelsea recebeu o Aston Villa em Stamford Bridge nessa tarde. Dentro de casa, os Blues impuseram sua superioridade em campo, marcando logo de início em uma jogada muito bem trabalhada pelo ataque. A equipe da casa acabou por ceder o empate ao fim do primeiro tempo, mesmo após ter domínio quase que total nos 45 minutos iniciais. A segunda etapa foi mais equilibrada, com o Villa criando mais jogadas de perigo, embora o time anfitrião ainda estivesse com bem mais posse de bola do que o seu adversário. O segundo gol do Chelsea veio com boa cabeçada de Ivanovic após cobrança de falta, o que colocou os azuis de Londres novamente a frente no placar. O jogo seguiu com alguns lances de perigo para ambos os lados, mas ao final da partida o resultado se manteve a favor dos Blues. Com a vitória, o Chelsea conquista mais três pontos no campeonato, e assume provisoriamente o topo da tabela da Premier.
O time com um todo teve boa atuação. É o segundo jogo seguido que Petr Cech não tão é acionado, embora tenha sido extremamente exigido em alguns lances isolados. O fato de Cech não se mostrar tão presente dá-se por mérito da defesa blue, que vem fazendo boas apresentações até então. Porém, uma única falha no setor defensivo durante a primeira etapa de hoje custou o gol sofrido nos acréscimos. Nossa zaga deixou o artilheiro Benteke livre para arrematar, e goleiro dos Blues pouco pode fazer diante do belo chute do atacante belga. Com exceção desse lance isolado, defensivamente o Chelsea se portou muito bem no primeiro tempo, tendo falhas bem mais acentuadas na segunda etapa. Embora a jogada do gol do Villa tenha começado após falha de Ivanovic na lateral, destaco o sérvio pela força de vontade durante a partida. Mostrou raça e apoiou o time ofensiva e defensivamente, além de marcar o segundo gol da equipe londrina. O lateral tem se mostrado muito eficiente nos jogos que fez até aqui. Ashley Cole também merece crítica positiva, esteve bastante presente na marcação.
O meio campo, novamente formado por Ramires e Frank Lampard, teve performance digna. Ramires teve boa apresentação, apoiou o ataque, embora efetivamente não tenha atacado muito, e ajudou muito na marcação e no desarme. Lampard errou alguns lançamentos, exagerando um pouco na força, e não foi tão preciso como de costume. Como Ramires, ele esteve mais presente defensivamente do que ofensivamente. Vale salientar que o inglês e o brasileiro trabalharam muito bem em conjunto com a equipe, participando ativamente do bom toque de bola que caracterizou o Chelsea hoje. Os dois volantes, juntamente com Oscar, Hazard, Mata e os laterais, envolveram o time visitante em um toque de bola de alto nível, principalmente nos 45 minutos iniciais.
Já falando do ataque, Oscar, Mata e Hazard mostraram por que são dos jogadores favoritos da maioria dos torcedores. O trio liderou com maestria o toque envolvente da equipe de Stamford Bridge hoje, criando juntos ótimas jogadas, além de realizarem bom rodízio de posições que confundiu a defesa adversária. Grande destaque para esses três atletas, embora suas atuações tenham sido levemente mais discretas na etapa complementar. Já Demba Ba teve alguns bons lances, mas pecou ao não acompanhar o ritmo de seus companheiros de clube. Por vezes esteve impedido, e acabou não sendo um dos destaques da partida. Mesmo assim, o senegalês mostrou um futebol razoável, embora não tenha assustado muito a defesa adversária. Ao ser substituído por Lukaku, o ataque do Chelsea ganhou um pouco mais de expressão, porém ainda não tão marcante como a apresentada no início do jogo. O alemão Schurrle entrou com muita vontade, fez boas jogadas e esteve presente por todo o campo, correndo bastante e tentando criar espaços. Também voltou para ajudar a defesa em momento que o Villa exerceu uma leve pressão sobre o Chelsea. Van Ginkel entrou nos minutos finais, e por tal não teve tanta participação no jogo. Se restringiu mais a defesa, possivelmente para assegurar a vitória no placar.
O Chelsea conquistou pontos importantes dentro de casa. Conseguimos a liderança provisória, e isso levanta os ânimos para o próximo jogo contra o Manchester United. Porém, alguns pontos dessa partida devem ser observados.
Embora o Aston Villa seja um time formado por muitos jovens talentosos, e tenha uma boa proposta para esse ano, o Chelsea é, em tese, uma equipe superior. O Villa surpreendeu o Arsenal, mas os Blues não podem passar por situações parecidas se querem lutar pelo título do campeonato inglês. Outro ponto são os fantasmas da temporada passada que parecem ainda estar vagamente presentes dentro de campo. Segundo jogo da Premier, segundo jogo em que o Chelsea domina o primeiro tempo, e é menos expressivo no segundo. Também, obtivemos uma posse de bola admirável, com toque envolvente, mas não tivemos tantas chances reais de gol. Tais fatos nos lembram dos vícios que assombraram a equipe ano passado, onde o Chelsea tocava muito a bola sem propósito, e tinha o péssimo hábito de jogar bem durante 45 minutos apenas, sempre pecando em uma das etapas da partida. Claro que as atuações desse ano, mesmo com esses pontos negativos, não são nem de longe tão frustrantes quanto as da temporada 12/13. Mas não deixam de ser um ponto preocupante, visto que esse tipo de atitude nos custou pontos importantes no passado. É algo que José Mourinho deve observar e corrigir, antes que volte a ser um problema que prejudique a equipe no futuro.
No mais, o Chelsea tomou uma pressão desnecessária em alguns momentos. Um jogo que era para ter sido razoavelmente fácil, acabou sendo muito mais difícil que o esperado. O Villa é um bom time, mas o Chelsea tem uma parcela maior de culpa na pressão que sofreu hoje, e nas jogadas que o adversário criou. Sem tirar o mérito da equipe visitante, os Blues falharam em alguns lances, e foi o suficiente para tomarmos um gol, e quase tomarmos um empate e/ou uma virada. O Villa teve poucas chances de gol, mas as que teve, foram mais por falha nossa do que mérito próprio. Vale observar que as chances de gol que eles tiveram foram visivelmente melhores e mais claras que as nossas, e muito disso é dado por culpa de pequenas falhas da nossa defesa, em momentos isolados, mas que acabaram por deixar um jogador livre para bater à meta e marcar gols. Gols que só não foram convertidos pelos milagres efetuados por Petr Cech, que foi pouco acionado, mas quando foi, teve de fazer defesas dificílimas. Tudo isso tem que ser revisto com urgência, dado que erros assim provavelmente serão fatais contra o United.
Agora teremos de voltar a cabeça para um dos jogos mais difíceis – se não o mais difícil – do campeonato. Iremos enfrentar o atual campeão em pleno Old Trafford, o que será uma prova de fogo para toda a equipe, principalmente para os recém chegados. Conquistar pontos fora de casa contra os Red Devils pode ser complicado, mas também pode ser crucial para a definição do campeão desse ano. Mas para isso, teremos que evitar qualquer tipo de falha durante o jogo, principalmente como as de hoje. Um momento ruim do Chelsea pode ser o suficiente para o United liquidar o confronto em casa. Acredito que esse será um dos jogos chaves para definir o rumo do campeonato inglês de 13/14. Vamos torcer para o melhor.
#GoBlues
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
