Depois de quatorze jogos, o Chelsea viu sua invencibilidade na Premier League chegar ao fim na tarde desse sábado, diante do tradicional time do Aston Villa. Os Blues tiveram um bom início no Villa Park, mas caíram de rendimento no segundo tempo, onde a expulsão do brasileiro William foi determinante para o andar da partida. O jogo ficou ainda mais complicado quando nos acréscimos finais, o volante Ramires e o técnico José Mourinho também foram expulsos de campo, praticamente anulando quaisquer chances de reação dos visitantes. Com o resultado, a vida dos azuis de Londres se complica muito no campeonato inglês, dependendo agora de dois tropeços do Manchester City e nenhum erro próprio para tentar se sagrar campeão desse ano.
O segundo tempo foi a etapa determinante para o jogo, embora os primeiros 45 minutos tenham sido mais movimentados. De início, os Blues tinham maior posse de bola e se mostravam superiores, criando mais chances e atacando mais. O time da casa criou perigo algumas vezes, mas na primeira metade da partida, nada de gols. Com o intervalo, o tento do Chelsea parecia ser questão de tempo, dada a superioridade que o comandado de Mourinho demonstrava até então.
Mas o jogo estava para mudar. Ainda no início da etapa complementar, o time de Stamford Bridge sofreu grande baixa com o cartão vermelho mostrado para William. Com dez em campo, o Chelsea caiu ainda mais de produção, dado que mesmo quando contava com todos os jogadores em campo, já não estava apresentando o mesmo poderio ofensivo do primeiro tempo. A partir daí, o Villa começou a gostar do jogo, enquanto os Blues começaram a se atrapalhar em seu esquema tático. Se aproveitando da vantagem, os anfitriões levaram perigo por vezes, e acabaram por chegar ao gol com o volante Delph, em uma pintura de letra. Desestabilizado, os visitantes tentaram partir para o “tudo ou nada”, com lançamentos diretos para da defesa para o ataque, já sem jogador algum guardando sua posição original. Nos acréscimos, Ramires protagonizou uma falta desnecessária e também foi expulso. Por reclamação, o treinador José Mourinho também foi convidado a se retirar em campo, agrando mais ainda a situação dos Blues. Com pouco mais de um minuto restante, sem técnico e com dois a menos, o Chelsea aceitou o resultado e apenas assistiu sua derrota se concretizar. Aston Villa um, Chelsea zero.
Falhas individuais comprometeram os Blues hoje. Fernando Torres se mostrou presente no ataque, mas também se atrapalhou em alguns momentos, tendo quase todas as suas finalizações frustradas pela defesa adversária e não conseguindo concretizar praticamente nenhum chute. O espanhol aparecia bem para receber a bola, mas poderia ter tentado encontrar mais espaços antes de finalizar. Hazard esteve longe do seu auge, e teve uma partida apagada, sendo que a falta do melhor do seu futebol foi profundamente sentida pela equipe. Oscar não esteve bem também, com finalizações ruins e sem se movimentar tanto quanto de costume, talvez até por não estar atuando em sua posição original. William vinha em bom ritmo, mas foi um pouco prepotente ao matar um contra ataque quando já tinha um cartão amarelo, e sua expulsão foi o momento determinante do jogo, pois a partir dali, o time desandou. José Mourinho também falhou de certa forma, pois poderia ter tirado William de campo ao invés de Oscar, evitando o cartão vermelho. Além disso, Demba Ba, ao meu ver, não era a melhor opção do técnico dado o momento em que a equipe estava, mesmo que Torres não estivesse tão bem na partida. Por fim, a reclamação do treinador português sobre a expulsão de Ramires foi desnecessária, e também não tinha um bom fundamento. Estando atrás no placar, gerar mais discussão só atrasa ainda mais o jogo. Perdemos um ou dois minutos ali, além de perdermos o incentivo do técnico a beira do gramado. Mesmo que o jogo estivesse no fim, não era necessário piorar o que já estava ruim.
Deve-se observar que o time novamente caiu de rendimento no segundo tempo. Como de costume, o desempenho da equipe como um todo é diferente entre uma etapa e outra, o que dificulta mais ainda a manutenção da liderança. Não fizemos um bom jogo, tivemos falhas individuais e coletivas, e a derrota foi merecida, o Chelsea não fez um jogo bom o suficiente para vencer. Derrota essa que frustra a torcida, pois embora o Aston Villa dentro de casa seja um bom time, o favoritismo blue era unânime, e a torcida esperava uma vitória fora de casa no derby, ainda mais com jogos mais difíceis ainda por vir, e com a disputa acirrada que vivemos pela liderança da Premier League.
O Chelsea tem vida dura agora. O City chega mais perto, e os outros concorrentes também estão de olho nessa derrota. Com três jogos a menos e seis pontos atrás, os Citizens, que já tinham vantagem no saldo de gols, agora ainda tem, em teoria, três pontos a mais que nós, e a nossa liderança se torna mais provisória do que nunca. Dependemos de dois tropeços dos azuis de Manchester, e ainda não temos margem para nenhum erro vindo do nosso lado. Isso sem falar de Arsenal, Liverpool e outros, que também estão de olho no topo da tabela e encostam ainda mais com a derrota sofrida pelos Blues. Agora, só a vitória interessa para o Chelsea. O líder caiu, de forma desastrosa, mas ainda há tempo para correr atrás do prejuízo e passar por cima desse revés.
#GoBlues
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.