O Nacionalismo Imperativo de Rafa Benítez

‘Rei’ Benítez elege seus súditos.
(Foto: Neil McLeman)

Preâmbulo

Uma rápida pesquisa nos ensina que o Nacionalismo é ‘uma ideologia segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção ao seu Estado Nacional, compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma individualidade política com direito de se auto-determinar’. Com um pouco mais de paciência é possível encontrar também o significado da palavra Imperativo: “Que manda autoritariamente. Que  impõe a contundência imperativa de suas ideias. Que possui características autoritárias: indivíduo autoritário.”

“Mas Luis, aonde você quer chegar com definições baratas encontradas em um site de busca online?” – Sabe amigos, tenho observado a pouco tempo uma série de estranhos eventos relacionados ao Chelsea e seu estilo de jogo, quando analisado o curto trabalho do atual comandante de Cobham. Alguns fatos causaram-me estranheza durante o ultimo jogo contra o Fulham. Por isso venho até vocês com o intuito de partilhar de minha opinião, sempre de maneira educada e cordial e gostaria que mais uma vez os leitores deste Blog dividissem seus conhecimentos e opiniões. O intuito deste pensamento é questionar a forma autoritária com a qual Rafa Benítez ‘entope’ os gramados de Stamford Bridge com jogadores espanhóis, sendo eles suficientemente bons ou não para tal honra. Segue o texto.

O Nacionalismo Imperativo de Rafa Benítez

Quando Rafa Benítez assumiu o Chelsea, apenas dois espanhóis atuavam com regularidade nos gramados de Stamford Bridge. O primeiro a ser citado é Juan Mata, meio campista que encantou os torcedores com grandes atuações, espírito de liderança e participações importantes nas conquistas da Champions League e FA Cup em 2012 além de consagrado Melhor Jogador do Chelsea na ultima temporada. O segundo é Fernando Torres, que não passou de uma grande decepção desde que chegou a Londres.

Porém este texto não se trata da atuação dos citados, mas sim da forma equivocada com que Benítez trabalha, mesmo estando ele a poucos dias no comando dos Blues. Poucos dias que foram suficientes para mostrar que Rafa é o típico pensador nacionalista: quanto mais compatriotas melhor. Modificar a estrutura de uma equipe a fim de privilegiar seus conterrâneos não parece ser um problema para o técnico que perdeu um título mundial para o São Paulo e ganhou outro contra o Mazembe [ Apenas uma observação, mas convenhamos ganhar um mundial contra o Mazembe é realmente algo do qual se possa orgulhar? ].

“Mas com que fundamentos você chega a esta conclusão”, você leitor pode me perguntar. Sendo assim, começo falando da escolha de Oriol Romeu para a vaga de Obi Mikel. O espanhol nunca se firmou no Chelsea. Nem mesmo André Villas-Boas confiou no rapaz. Roberto Di Matteo solenemente o ignorou no banco de reservas, e de uma hora para outra Benítez o escala titular no lugar de um dos melhores volantes do elenco do clube. Ora, é de se esperar que em um jogo tão importante, o segundo de Rafa no comando dos Blues, que o treinador escale um meio de campo no qual se possa confiar, e com o qual se possa conquistar os primeiros 3 pontos, alterando com o tempo uma peça por outra. Colocando Romeu como uma opção no banco e dando minutos de jogo ao jogador com o passar do tempo. Em minha opinião, Ramires e Mikel devem formar a dupla de volantes titulares, mas caso se questione o trabalho do nigeriano, não se pode simplesmente trocá-lo por Romeu, quando se tem opções no elenco como Frank Lampard por exemplo [Ok, ele esta machucado, mas já vai retornar da lesão. Além disso temos jogadores da base que podem ser testados, como Connor Clifford, que pode retornar do empréstimo assim que o clube desejar ]. Mas vamos recuar um pouco mais. Vamos para a defesa.

Com a contusão de John Terry a defesa do Chelsea perdeu em nível técnico. Essa falta faz com que eu questione outra opção de Benítez: Cézar Azpilicueta. Não consigo entender como podemos ter um jogador como Gary Cahill no banco de reservas quando John Terry não está ali. David Luiz seria a escolha de baixa, no caso de uma contusão, mais racional visto que suas atuações têm sido no mínimo, desastrosas nas ultimas partidas desta temporada. Ivanovic foi durante muito tempo titular na lateral direita, se acostumou com a posição, vinha tendo excelentes performances ao longo das ultimas temporadas, e agora deve substituir o capitão no miolo da zaga em uma espécie de re-improvisação, tudo apenas para que se abra passagem para Azpilicueta atuar. Resultado: Temos uma fraca zaga formada por um impensante David Luiz ao lado do ‘improvisado’ Ivanovic, Ashley Cole em fim de carreira pela esquerda e Azpilicueta, como titular na direita, é um jogador razoável na defesa, mas que nem de longe pode ser tão incisivo no ataque quanto o, surpreendentemente, ‘artilheiro Iva’.

Juan Mata é inquestionável no time e tira-lo apenas passaria ao responsável pela proeza, um ‘atestado de burrice’. Oh, espere, Benítez  fez isso na partida contra o Fulham, quando tirou o craque do time para dar lugar ao, mais uma vez improvisado, lateral-esquerdo Bertrand. Já Fernando Torres… Enfim, o que falar sobre o maior desperdício de recursos da história da Grã-Bretanha? Prefiro nem comentar, mas a verdade é que, neste caso, não podemos reclamar de Benítez por enquanto. A menos que o espanhol insista em atuar com o decadente atacante como referência ofensiva após a janela de transferências de janeiro.

 E assim ficamos desde a chegada do odiado técnico ao Chelsea: 04 espanhóis atuando como titular [Será?], sendo 03 deles totalmente dispensáveis. Uma linha defensiva desorganizada e visivelmente confusa entre o costume de atacar, e a obrigação de se defender. Um meio de campo mais frágil, em relação à marcação. Mata fora do time titular [ preciso falar mais alguma coisa? ] e um ataque inexistente com a presença de Fernando Torres. Mas não pense que acaba por ai, definitivamente Benítez vai contratar mais espanhóis durante a temporada, e não se assuste se as coisas começarem a piorar sob o comando de Sua Majestade, O ‘Rei Rafa Benítez I’, e seus súditos.

Quarteto Espanhol: Uma certeza, três incógnitas
(Foto: Gigi’s Twitter)

E você irmão Blue? O que acha do time titular de Benítez? Seriam Romeu e Azpilicueta as soluções? Devemos continuar acreditando em uma milagrosa recuperação Fernando Torres? Dá pra entender um Juan Mata no banco? Por onde anda Gary Cahill? Concorda comigo? Discorda de mim? Responda a todas estas perguntas nos comentários abaixo. Tire suas dúvidas, responderei seu comentário assim que possível.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

Article by: Chelsea Brasil

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