Estamos entrando na parte final da temporada e o Chelsea segue firme em busca à conquista de mais um título da Premier League. Caso o cenário atual , em que tem 10 pontos em relação ao segundo colocado (apesar do Manchester City com 11 pontos atrás ter um jogo a menos), se confirme ao fim da temporada, será o sexto título da equipe de Antonio Conte na liga nacional.
Alguns podem não ter noção do que é ganhar um título na Inglaterra atualmente, pois há seis times de enorme poderio econômico e tantos outros com receitas que ultrapassam a da enorme maioria dos times no mundo. Exceto gigantes em seus países como Real Madrid, Barcelona, Bayern, PSG e alguns outros, possuem receitas maiores do que os outros 14 times que jogam na Premier League.
Por isso não é de se espantar que times como Liverpool percam tantos pontos para os times de menor investimento, pois até esses times conseguem ser competitivos na badalada Premier League. Porém, além da captação de recursos financeiros ser mais alta do que em qualquer outra liga do mundo, há também uma tradição na Inglaterra onde times considerados menores ou até times pequenos mesmo, nunca se intimidarem completamente pelos monstros econômicos da liga.
Outra evidência disso é a recorrente eliminação de algum dos seis times poderosos – Chelsea, Manchester United, Manchester City, Arsenal, Liverpool e Tottenham – nas copas nacionais por times de divisões inferiores do futebol inglês. E como não mencionar o título conquistado pelo Leicester na temporada passada?
Diante desse contexto, ganhar a Premier League é um alvo audacioso e é muito comum que os técnicos comecem a temporada declarando que o objetivo principal é se classificar para a Champions League. Para muitos pode parecer declarações protocolares, mas por se tratar de Inglaterra, não são apenas treinadores sendo politicamente corretos, mas a realidade da liga mais disputada do mundo.
Os comandantes começam a falar mais diretamente de disputa pelo título após a primeira metade do campeonato, pois quando se tem seis times altamente competitivos e outros catorze que podem sempre oferecer perigo, o principal é garantir a participação no torneio continental, algo que o Chelsea está muito próximo de conseguir nessa temporada.
Claro, que diante do cenário que se desenhou e por conta da expressiva folga na liderança, pode parecer um despautério falar em estar entre os quatro primeiros ao invés de ganhar mais uma taça que parece muito bem encaminhada. Mas quando olhamos para a campanha patética que o time teve na temporada passada, terminando apenas em décimo lugar na classificação final, falar que o principal alvo do Chelsea nessa temporada é se classificar para a competição europeia, faz todo sentido.
Para um clube do tamanho do Chelsea, que vinha disputando a competição de maneira consecutiva há mais de uma década, a ausência nesse ano representa perdas imensuráveis. Não apenas o time deixa de receber as cotas de TV, premiações e patrocínios da maior competição de clubes do mundo, mas perde muito em exposição.
Em tempos de marketing cada vez mais midiático, redes sociais em polvorosa e o futebol em franco crescimento de popularidade em lugares onde não tinha tanto apelo, perder a vitrine da Champions League traz prejuízos financeiros e de marca que vão muito além da perda do capital proveniente diretamente da UEFA.
Enquanto nas outras quatro super ligas nacionais, times como Real Madrid, Barcelona, Bayern, Juventus e PSG se garantam sem grande esforço na Champions League, a realidade é bem diferente na Inglaterra. Fato é, que Manchester United, time com maior número de conquistas da liga nacional e atrás apenas do Liverpool nos títulos intercontinentais, se classificou ao torneio apenas uma vez desde que sir Alex Ferguson se aposentou ao fim da temporada 2012/13. O próprio Liverpool passou muitos anos sem participar da competição, quando em 2014/15 voltou novamente a figurar entre a elite da Europa, mas essa foi a única participação em mais de uma década.
Diante desse cenário tão competitivo, o objetivo primário de qualquer uma das seis potências econômicas da Inglaterra sempre será se classificar à Champions League e o Chelsea se aproxima muito desse alvo. Tomara que alcancemos muito mais, mas é um grande alívio para torcedores e principalmente dirigentes e proprietário saber que o time está tão próximo de conquistar de volta o lugar de onde esperamos nunca mais saia, afinal, não somos o Liverpool, ou United. 😉
As palavras neste texto condizem com a opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.