É difícil precisar de uma vitória em um clássico, flertar com ela e ter que se contentar com um empate. Inúmeros torcedores do Chelsea colocaram o ponto conquistado – ou os dois perdidos – em Emirates nas costas de Álvaro Morata. A cabeça quente potencializa todas as críticas, mas alguns números podem mostrar que não se trata de um desastre.
É fato que o atacante espanhol ainda tem muito a aprender. Em 2017/18, foram sete gols em 24 finalizações de cabeça. O índice de conversão de 29,1% é até satisfatório, tendo em vista os elogios ao talento em cabeçadas do camisa 9. Por outro lado, são 56 finalizações com os pés e apenas quatro gols, totalizando 7,1% de aproveitamento. Morata se mostra decisivo, mas tem problemas em marcar com os pés, e isso não pode se manter em uma liga como a Premier League.
Olhando por esses números, os 80 milhões de euros investidos no atacante não parecem muito válidos, e as sombras do fracasso de Fernando Torres até voltam à memória nas arquibancadas. Porém, a coisa não é bem assim.
Morata atuou em 26 jogos na temporada, num total de 1785 minutos – praticamente 20 jogos inteiros. Nesse tempo, são 12 gols e quatro assistências, ou seja, atuação direta em 16 tentos dos Blues. O que isso representa? Morata precisa de praticamente um jogo e meio para fazer a diferença em um gol do Chelsea. Isso com apenas 26 jogos num país diferente, numa liga muito mais equilibrada que a espanhola ou italiana.
O fato é que a cobrança sobre Morata é muito grande, e várias vezes passa dos limites. Os números mostram que ele tem que aprimorar suas finalizações com o pé, não há como negar. Mas, dos 66 gols do time na temporada, a participação direta em cerca de 25% deles não é um dado inútil. Ainda há dois clássicos contra o Arsenal nas próximas duas semanas. Não vão faltar oportunidades para o espanhol se redimir.