Nesta quarta-feira (24), Ajax e Manchester United medem forças pelo título da atual edição da Europa League. Quatro anos atrás, o duelo era travado por Benfica e Chelsea, e os Blues terminaram a partida como campeões. Entre as duas finais, alguma semelhanças, que englobam poderio econômico, momento dos times e tradição.
O Chelsea de 2013 “é” (entre muitas aspas) o Manchester de hoje. Ambos estão entre os maiores investidores das respectivas temporadas no futebol europeu. Ainda assim, não colheram tudo o que planejaram no início das trajetórias. O clube da capital, que defendia o “cinturão” na Europa, até encerrou a jornada no G4 da Premier League, mas não conseguiu o título, nem sobreviver à fase de grupos daquela UCL. Já os rivais vermelhos, fora da Champions 2016/2017, acabam de ficar em sexto na liga, e o máximo que alcançarão é uma vaga no certame continental; isso se levarem a melhor na Suécia. Em suma, trata-se de algumas das principais potências econômicas das referidas épocas, com resultados abaixo do projetado após as idas ao mercado.
Do outro lado, Benfica e Ajax se assemelham bastante num aspecto: são dois clubes de enorme tradição, cujo cenário financeiro, comparado ao de gigantes de países vizinhos, não condiz com suas grandezas.
Os portugueses têm duas taças da Liga dos Campeões, sendo a última delas (em 1962) justamente a mais recente no âmbito continental. Os encarnados – que nunca venceram a Copa da Uefa/Liga Europa – desde então, jamais voltaram a erguer um troféu europeu. O abismo na capacidade de investimento entre os campeões nacionais da atual temporada e as megas potências da Europa das últimas décadas foi afastando, ao longo dos anos, a Águia de Lisboa das grandes conquistas.
De igual modo, o maior vencedor do futebol da Holanda também vive um descompasso entre história e cenário do presente. Dono de quatro Champions, o vice do país em 2017 faturou um caneco de abrangência internacional pela última vez no ano de 1995. Em 92, veio a única façanha no segundo torneio mais importante do continente. Para piorar, ao contrário dos lusos, viram a liga local 2017 ir parar nas mãos de outra equipe (no caso, o Feyenoord).
Em relação às diferenças, a maior delas talvez seja o fato de que, em 2013, os finalistas eram duas equipes que chegaram à competição após caírem nos grupos da UCL. Já agora, a tabela apresenta times que estão na Europa League desde o seu começo.
A enorme maioria da torcida azul certamente vai secar os comandados de Mourinho nesta tarde. O futuro (mesmo o bem próximo) não há como prever. Mas, enquanto a edição 2016/2017 não tem seu desfecho, vale (e muito) relembrar a façanha do time de Rafa Benítez.
Reveja a final de 2013 aqui: https://www.youtube.com/watch?v=D4-kCnF7gSU
Ficha técnica (Chelsea 2 x 1 Benfica, 15 de maio de 2013)
Chelsea: Cech, Azpilicueta, Ivanovic, Cahill e Ashley Cole; David Luiz e Lampard; Ramires, Mata e Oscar; Fernando Torres. Técnico: Rafa Benítez.
Benfica: Artur, André Almeida, Luisão, Garay (Jardel) e Melgarejo (Ola John); Matic e Pérez; Salvio, Gaitán e Rodrigo (Lima); Óscar Cardozo. Técnico: Jorge Jesus.
Gols: Fernando Torres (14’/2°T), Óscar Cardozo, (23’/2°T) e Ivanovic (48’/2°T).
Cartões amarelos: Oscar (Chelsea), Garay e Luisão (Benfica).
Estádio: Amsterdã Arena.
Árbitro: Björn Kuipers (HOL).
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.